Translate

Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Parmalat. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Parmalat. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

19 março 2008

Parmalat perdoada


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou que firmou Termo de Compromisso com a Parmalat Alimentos, pelo qual a empresa vai pagar R$ 70 mil para encerrar um processo por conta de incorreções nos balanços da companhia entre 2000 e 2003.

De acordo com o processo, quando ainda era controlada pela italiana Parmalat SpA, a empresa "iniciou um processo de venda de ativos, desativação de unidades produtivas e de distribuição, e transferência de equipamentos para outras unidades da companhia, incorrendo em custos e despesas, assim como em perdas de capital, considerando-se o registro contábil líquido de certos bens a valores superiores aos de mercado".

Ainda segundo a CVM, foram realizadas também operações com parte relacionadas, pelas quais a controladora creditava a conta de resultados da subsidiária brasileira, "maquiando o balanço" da companhia.

Ao sugerir o Termo de Compromisso, o que ocorreu pela primeira vez no segundo semestre do ano passado, a nova administração da Parmalat argumentou que as incorreções foram corrigidas e que passaram pelo crivo de uma nova firma de auditoria independente, a KPMG.

Em outubro, a empresa sugeriu fazer uma doação de R$ 20 mil para o programa Fome Zero do governo federal para que o processo fosse encerrado, proposta rejeitada pela autarquia. Agora, o valor foi elevado para R$ 70 mil e será pago para a própria CVM.

Em comunicado, a Comissão de Valores Mobiliários reforça que foi arquivado apenas o processo contra a empresa Parmalat Alimentos, sendo mantidas as investigações sobre as práticas de outros acusados ligados ao caso.

Parmalat Alimentos pagará R$ 70 mil à CVM para encerrar investigação
Valor News - 18/3/2008


SÃO PAULO, 18 de março de 2008 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a proposta de celebração de Termo de Compromisso feita pela Parmalat Brasil em recuperação judicial. A Parmalat apresentou proposta de pagamento à CVM de R$ 70 mil, o que suspende o processo, embora tenha continuidade para os demais acusados. Após o cumprimento das obrigações previstas no termo de compromisso, a acusação referente à Parmalat será arquivada.

A Parmalat foi responsabilizada por não ter observado, ao elaborar suas demonstrações financeiras anuais e trimestrais, as normas brasileiras de contabilidade. e por ter cometido falhas na elaboração de notas explicativas (omissão de informações relevantes) referentes a transações envolvendo partes relacionadas

ALIMENTOS: CVM suspende processo contra Parmalat - (Redação - InvestNews) - 18/3/2008


São Paulo, 19 de Março de 2008 - A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) anunciou ontem que, em reunião de seu órgão colegiado realizada em 26 de fevereiro, aprovou a proposta de termo de compromisso feita pela Parmalat Brasil.

A empresa, que está atualmente em fase de recuperação judicial, era acusada em um processo de 2005. A companhia propôs o pagamento de R$ 70 mil para suspender o processo, o que foi aceito pelo colegiado da autarquia.

Entre outras irregularidades, a Parmalat foi responsabilizada por descumprir, na elaboração de suas demonstrações financeiras anuais e trimestrais, as normas brasileiras de contabilidade. A infração cometida fere o artigo 177 da lei n 6.404.

Outra condenação a que a empresa foi submetida refere-se a falhas cometidas pela empresa na elaboração de notas explicativas.

Para a autarquia federal que regula o mercado de capitais brasileiro, a empresa omitiu informações relevantes referentes a transações envolvendo partes relacionadas à execução de seus negócios. Com a aceitação da proposta de acordo da Parmalat pelo colegiado da CVM, o processo ficará suspenso. No entanto, haverá sua continuidade para os demais acusados. Após o cumprimento das obrigações previstas no termo de compromisso, a acusação referente à Parmalat será arquivada pelo órgão regulador.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Luciano Feltrin) - Parmalat Brasil faz acordo com CVM - 19/3/2008

05 julho 2011

Entidade 3

Mais um relato da relação entre o dono majoritário das ações do Pão de Açúcar e os interesses pessoais:



O piloto Pedro Paulo Diniz conquistou 2 pontos até aqui em sua carreira na Fórmula 1, iniciada em 1995. Como a transmissão da televisão é centrada nos líderes, o espectador quase não o vê - e pouco vê, também, o nome Parmalat, patrocinador da escuderia pela qual corre Diniz, pintado com destaque em seu carro. (...) Pelo patrocínio que lhe dá direito a mostrar seu nome no carro de Diniz, a Parmalat, um dos maiores fabricantes de alimentos do país, paga cerca de 5 milhões de dólares por ano. 

Vale a pena gastar tanto dinheiro por tão pouco resultado? A pergunta é feita com freqüência nos departamentos de marketing de muitas empresas que têm diante de si uma questão complicada: decidir se devem ou não patrocinar estrelas do esporte. À primeira vista, o patrocínio a Diniz não parece um bom negócio. Além de pouco aparecer nas telas da TV, a Parmalat está associando sua marca a um piloto que, pelo menos até aqui, não tem a imagem de vencedor. (...)

Sob o aspecto custo versus sucesso esportivo, portanto, a associação entre o nome Diniz e a marca Parmalat é uma operação comercial decepcionante. Mas a coisa muda de figura quando se examina a lógica empresarial que vai além das pistas e dos pódios. Pedro Paulo é um dos 4 filhos do empresário Abílio dos Santos Diniz, principal acionista do grupo Pão de Açúcar. 

Com cerca de 220 lojas espalhadas pelo país, o grupo é a segunda maior rede de supermercados do Brasil. Seu faturamento alcançou 3,2 bilhões de dólares em 1995, segundo MELHORES E MAIORES. É também o segundo maior cliente da Parmalat no varejo, atrás apenas do Carrefour. A rede dos Diniz, na verdade, é fundamental para qualquer fornecedor. 

"O patrocínio a Pedro Paulo resultou numa boa vontade do Pão de Açúcar em relação à Parmalat", diz Willy Herrmann, sócio da Image Brasil Marketing, empresa responsável pela aproximação entre patrocinadores e a Forti Corse, escuderia de estréia do piloto na Fórmula 1. "Essa boa vontade era manifestada tanto por Abílio Diniz quanto pelos repositores de lojas." E o que significa, precisamente, boa vontade? EXAME procurou a Parmalat e o Pão de Açúcar para falar a respeito do assunto. As 2 empresas preferiram o silêncio no que diz respeito aos ne...gócios. "Não olhamos a árvore genealógica de um piloto antes de patrociná-lo", diz José Carlos Brunoro, diretor de esportes da Parmalat. 

Mas é fato que o apoio à carreira esportiva de Pedro Paulo ajudou a Parmalat a abrir espaço na rede da família Diniz. Segundo um executivo que participou das negociações, Parmalat e Pão de Açúcar acertaram um acordo comercial especial tão logo selado o patrocínio. O Pão de Açúcar comprometeu-se a colocar em suas lojas todos os produtos Parmalat - de leite longa vida a panetone importado da Itália. A Parmalat passou também a estabelecer cotas anuais mínimas de venda de seus produtos para o Pão de Açúcar. "O que chama a atenção é a rigidez com que o acordo é cumprido", diz um ex-executivo da empresa. 

Certa vez, gerentes de loja queriam interromper a compra de iogurtes da Parmalat em virtude de problemas na distribuição. Não conseguiram. Parcerias entre fornecedores e varejistas fazem parte do jogo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Wal-Mart tem um esquema semelhante com a Procter & Gamble. O próprio Pão de Açúcar mantém diversas outras parcerias com grandes empresas fornecedoras, assim como fazem seus concorrentes na área de supermercados. Atípico é um fornecedor conseguir a garantia de permanência de toda a sua linha de produtos no ponto-de-venda durante 1 ano inteiro. "A lei do varejo é o giro", diz o consultor Dix. "Se um produto não vende rápido, fica fora do jogo." 

Apesar da força da marca, produtos da Parmalat como biscoitos e café solúvel têm vendas reduzidas quando comparadas à concorrência. Na Grande São Paulo, por exemplo, a participação de mercado dos biscoitos Parmalat é de 3,2%, segundo pesquisa Nielsen realizada em agosto. Numa disputa por espaço, quais seriam as chances de um produto como esse? Pequenas. Ou qual destaque ele receberia no ponto-de-venda? Pouco. A Parmalat, entretanto, não encontra dificuldades para colocar seus lançamentos nas lojas da rede Pão de Açúcar, enquanto no Carrefour, por exemplo, cada lançamento tem de ser negociado caso a caso. Às vezes, loja a loja. 

O restante do texto pode ser lido aqui. Novamente o conceito de Entidade é importante. Sobre a carreira de Diniz, filho, na Fórmula 1, veja aqui.

24 novembro 2009

Auditoria da Parmalat

Auditorias indenizam investidor da Parmalat
Por David Glovin, Bloomberg, de Nova York - Valor Econômico - 23/11/2009

As empresas de auditoria e consultoria Grant Thornton e Deloitte & Touche vão pagar um total de US$ 15 milhões para resolver um processo no qual investidores da Parmalat Finanziaria, da Itália, acusam as firmas de contabilidade de ajudar a fraudá-los, segundo consta em documentos que deram entrada na Justiça na sexta-feira.

A Deloitte, com sede em Nova York, vai pagar US$ 8,5 milhões, e a Grant Thornton, de Chicago, US$ 6,5 milhões, segundo os documentos que pedem ao juiz distrital de Nova York, Lewis Kaplan, que aprove o acordo preliminar firmado entre as partes. "O acordo encerra o litígio com a Parmalat", diz James Sabella, um advogado dos investidores que processaram as duas firmas de contabilidade.

O advogado, que trabalha para a Grant & Eisenhofer, de Nova York, chamou o acordo de um bom resultado. Decisões recentes de Kaplan "reduziriam dramaticamente os danos máximos recuperáveis" se o caso fosse a julgamento, disse ele anteriormente.

Os investidores recuperaram cerca de US$ 91 milhões no caso, disse Sabella. Antes disso, o Credit Suisse First Boston e o Banca Nazionale del Lavoro já haviam pago um total de US$ 50 milhões, e a Parmalat (após a reorganização realizada pela companhia), US$ 26 milhões.

As reivindicações dos investidores contra o Citigroup e o Bank of America (BofA) foram negadas. Sabella disse que o acordo é notável porque quem está pagando são "as organizações guarda-chuva, ou de coordenação internacional", das duas firmas de contabilidade, e não as entidades que fizeram o trabalho de auditoria. Essas organizações guarda-chuva tentaram escapar da responsabilidade legal. [1]

A Parmalat Finanziaria pediu concordata em dezembro de 2003, depois que investidores alegaram uma enorme fraude. A companhia sucessora abreviou seu nome para Parmalat SpA e voltou a ser negociada no mercado de ações em 2005.

Os investidores processaram a Parmalat, seus bancos e auditores por causa da implosão da companhia. Os investidores da ação coletiva alegaram que os auditores da Parmalat deveriam ser responsabilizados pela fraude supostamente contábil.

O problema na Parmalat aconteceu logo depois dos escândalos contábeis das empresas Enron e WorldCom, que levaram a uma profunda mudança de regulação no mercado de capitais americano.

Com o colapso dessas companhias, foi criada, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) [2]. A nova legislação tornou a rotina das auditorias mais rigorosa, exigiu que a administração das empresas atestasse a veracidade dos demonstrativos financeiros e impôs que determinados comitês dos conselhos de administração tivessem uma maioria de membros independentes.


[1] Isto é uma novidade. No caso da empresa hindu Samtyam a PwC alegou que não possuía responsabilidade na auditoria.
[2] O texto foi infeliz, já que o escândalo da Parmalat é de 2003.

21 janeiro 2008

Parmalat

CVM rejeita acordo proposto pela companhia no Brasil
Valor Econômico - 21/01/2007

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou as propostas de acordo feitas pela Parmalat, ex-conselheiros de administração da empresa e sócios da auditoria Deloitte para encerrar inquérito administrativo que apura indícios de "maquiagem contábil" em balanços publicados pela companhia no Brasil a partir de 2000. Dessa forma, eles irão a julgamento na autarquia.A direção da CVM seguiu a orientação do comitê de inquérito responsável pelo caso, para quem as propostas não foram adequadas, "em face do desequilíbrio entre a natureza e gravidade das acusações e os compromissos propostos".O inquérito foi aberto em 2004, na seqüência do escândalo protagonizado pela Parmalat na Itália no fim do ano anterior - e que levou a unidade brasileira a entrar num processo de recuperação judicial.

O objetivo era "apurar eventuais ocorrências de desvio de poder de administradores e abuso de poder de controle" da empresa.

Foram rejeitados os acordos propostos pela Parmalat Alimentos (empresa operacional, listada em bolsa); os ex-conselheiros de administração Carlos Monteiro, Marilza Imanichi e Derli Forti; a auditoria Deloitte e seus sócios Wanderley Olivetti e Michael John Morrell. Dessa forma, eles irão a julgamento na CVM. Unânime, a decisão do colegiado foi tomada em outubro, mas o documento se tornou disponível no site da autarquia no fim de 2007. Procurada, a CVM não fez comentários, pois o processo corre em sigilo.

A Parmalat Alimentos havia sugerido à autarquia encerrar e corrigir em seus balanços as irregularidades apontadas e doar R$ 20 mil ao programa Fome Zero, do governo Federal. A Deloitte e seus sócios propuseram pagar R$ 50 mil à CVM e promover um seminário sobre o uso de ressalva e de parágrafos de ênfase em pareceres de auditoria.

Antes da decisão do colegiado, o comitê de inquérito havia recomendado também a responsabilização da holding Parmalat Participações e de outros ex-conselheiros e executivos do grupo. Entre eles, estão o ex-diretor financeiro Andrea Ventura, que já levou à CVM sua defesa, e os ex-conselheiros Miguel Angel Reyes Borzone e Ricardo Gonçalves.

Quando estourou a crise na matriz e a unidade brasileira acabou pedindo proteção contra credores, a CVM instaurou inquérito e constatou que, entre 2000 e 2003, a empresa havia conduzido uma suposta reestruturação - com a venda e a reorganização de ativos -, sem a discussão do assunto em assembléias e no conselho de administração. "Parte dos custos da companhia neste processo de reestruturação foi 'absorvida' pela controladora indireta italiana, a Parmalat SpA, em que pese a inexistência de um contrato ou instrumento equivalente assinado entre esta e a Parmalat Alimentos", diz o comitê de inquérito, acrescentando que a companhia praticou "o que no jargão do mercado é conhecido por 'maquiagem de balanço'.

"Sobre a Deloitte, o comitê afirma que a auditoria errou ao não ter feito ressalvas às demonstrações financeiras. "Quanto ao auditor independente, que tudo sabia, verifica-se a sua aquiescência com os procedimentos irregulares adotados pela companhia", diz.

Mas se não havia ressalvas no balanço da empresa operacional, um alerta havia sido feito por John Morrell no parecer sobre as demonstrações financeiras da Parmalat Participações em 2002. O auditor chamou a atenção para o alto volume de transações financeiras entre a holding e empresas do grupo. "Algumas operações poderiam ter condições diferentes caso fossem praticadas com terceiros não ligados ao grupo Parmalat", afirmava o auditor. (...)


Grifo meu

15 setembro 2009

Parmalat

Começa Julgamento Do Bofa Sobre Transação Da Parmalat No Brasil
DJ em Portuguese - 14/9/2009

Nova York, 14 - O processo aberto por duas empresas das Ilhas Cayman contra o Bank of America, relacionado a uma transação realizada com a subsidiária da Parmalat Finanziaria no Brasil, entrou em julgamento hoje nos EUA. As duas empresas das Ilhas Cayman, ambas em processo de liquidação, estão pedindo mais de US$ 500 milhões em danos. Um juiz distrital de Manhattan está conduzindo um julgamento de uma semana sobre o assunto.

O Bank of America sabia que as ações da unidade brasileira da Parmalat Finanziaria valiam bem menos que US$ 300 milhões quando estruturou uma transação financeira em 1999 usando duas empresas das Ilhas Cayman, afirmou J. Gregory Taylor, advogado dos dois veículos de propósito especial - a Food Holdings e a Dairy Holdings.

Em um comunicado aberto, Taylor afirmou que o banco norte-americano tinha informações que mostravam que as ações da subsidiária da Parmalat no Brasil valiam cerca de US$ 4 milhões antes de a transação ser fechada. Segundo Taylor, o banco não atualizou o valor depois de propor uma transação, em 1998, e que vários membros seniores de seu departamento de crédito rejeitaram o acordo inicial. O advogado afirmou também que o acordo foi estimulado por um ex-executivo do banco na Itália, que lucrou US$ 3,75 milhões pessoalmente com a transação.

No entanto, Joseph B, Thompkins Jr., advogado do Bank of America, afirmou que o banco foi uma das maiores vítimas da fraude da Parmalat e que a transação proposta em 1998 e a realizada em 1999 foram acordos completamente diferentes. Thompkins disse que o executivo desviou dinheiro ilegalmente, sem o conhecimento do banco.

Sob o acordo de 1999, os veículos de propósito especial venderiam notes para investidores e usariam o rendimento para comprar ações da unidade brasileira da Parmalat. As notes seriam reembolsadas após uma oferta primária de ações (IPO) da subsidiária brasileira. Nenhuma oferta pública foi realizada e a Parmalat Finanziaria, que garantiu as notes, entrou em colapso em 2003, após um escândalo de contabilidade. A companhia de laticínios foi listada novamente na Bolsa de Milão em 2005, como Parmalat SpA.

Em julho, o Bank of America aceitou pagar US$ 100 milhões para encerrar um processo judicial de 2004, aberto pela nova diretoria da Parmalat, sobre a concordata da companhia italiana. As informações são da Dow Jones. (Danielle Chaves) [ 14-09-09 1839GMT ]

27 maio 2010

Dono da Parmalat condenado

O escândalo da Parmalat foi um dos mais famosos dos últimos anos. A empresa italiana, então com atuação no Brasil na área de laticínios, fraudou suas demonstrações contábeis. Agora a condenação do dono. Eis a notícia:

O Tribunal de Apelações de Milão confirmou nesta quarta-feira (26) a condenação a dez anos de prisão do ex-dono da Parmalat, Calisto Tanzi, no processo de falência do grupo agroalimentar italiano, informou a agência de notícias Ansa.

A Corte, no entanto, não acatou o pedido do Ministério Público de uma pena mais alta, de 11 anos e um mês de prisão.

Acusado de especulação na bolsa, de dificultar a atividade dos órgãos de vigilância e de ser cúmplice de falsificações em relatórios, Calisto Tanzi, fundador e ex-dono do grupo, foi condenado no fim de 2008.

O advogado de Tanzi, Giampiero Biancolella, informou que seu cliente irá recorrer.

O tribunal ainda condenou Giovanni Bonici, ex-presidente da Parmalat da Venezuela, a dois anos e meio de prisão e Luciano Silingardi, antigo administrador independente do grupo, a três anos, mesmo com os dois tendo sido absolvidos em primeira instância.

Por outro lado, as absolvições de três antigos dirigentes do banco americano Bank of America e de dois administradores do grupo foram confirmadas, apesar de irem contra a solicitação do Ministério Público, que queria as condenações.

Tanzi deve ainda pagar € 100 milhões para ressarcir 32 mil investidores afetados pela falência da Parmalat.

O processo de Milão começou em 2005 e é o primeiro de uma longa série de problemas com a Parmalat.

O maior processo, relativo à falência, em número de prejuízos e penas aplicadas foi aberto em março de 2008 em Parma, cidade sede do grupo. Tanzi foi julgado por falência fraudulenta.

Referência da economia italiana, a Parmalat empregava, na época, 36 mil pessoas em 30 países, reunia diversas empresas e estava presente no futebol, com o clube Parma, e no turismo.

Sua falência em 2003 representou um dos escândalos financeiros mais graves da Europa e engoliu as economias de 135 mil investidores, deixando um buraco de cerca de € 14 bilhões
.


Ex-dono da Parmalat é condenado a 10 anos de prisão
Brasil Econômico - Por AFP - 26/05/10 14:39

Todas as notícias da Parmalat deste blog aqui

29 julho 2009

Parmalat

Bank of America pagará 100 mln dlr a Parmalat por acuerdo legal
Reuters - Noticias Latinoamericanas - 28/7/2009

Bank of America Corp acordó pagar 100 millones de dólares a Parmalat SpA para resolver una demanda, que se presentó hace cinco años y en la que se acusa al banco estadounidense de ayudar a que la empresa láctea italiana escondiera sus deudas, lo que provocó su colapso en el 2003.

El pago incluye una parte en efectivo y otra que no lo es, dijo el martes el banco.

Parmalat ha presentado demandas en Estados Unidos buscando 10.000 millones de dólares de compensaciones de Bank of America , Citigroup Inc y los auditores Deloitte Touche Tohmatsu y Grant Thornton LLP.

Los detalles del acuerdo estarán disponibles una vez que se presente en la corte estadounidense de distrito del Distrito sur de Nueva York, dijo el banco en un comunicado.

Como parte del acuerdo, Bank of America retiró reclamos contra de Parmalat en Estados Unidos, y los que presentó en una corte de bancarrota de Parma, en Italia, donde tiene su sede central Parmalat.

Parmalat colapsó bajo el peso de una deuda de 14.000 millones de euros (19.900 millones de dólares), después de descubrir una hoyo de 4.000 millones de euros en su contabilidad. La empresa se reestructuró y volvió a cotizar en la bolsa de Milán en el 2005.

Enrico Bondi, presidente ejecutivo de Parmalat, recuperó varios cientos de millones de dólares de empresas a través de litigios tras el colapso.

14 junho 2007

Parmalat

Segundo a Gazeta Mercantil/InvestNews

BANCOS: Quatro instituições serão julgadas pelo caso Parmalat

SÃO PAULO, 13 de junho de 2007 - Quatro bancos estrangeiros devem comparecer aos tribunais italianos por envolvimento na quebra da Parmalat. Os americanos Citigroup e Morgan Stanley, o suíço UBS e o alemão Deutsche Bank são acusados de terem manipulado o valor das ações do grupo italiano

"O Citigroup está convencido de que o julgamento permitirá provar que não tem nenhuma relação com os delitos e espera confirmar que foi uma das vítimas da mais grave e fraudulenta falência da história italiana no pós-guerra", afirmou um comunicado divulgado pelo banco pouco depois da decisão do juiz.

O Morgan Stanley, também em comunicado, garantiu que "contestará vigorosamente" as acusações que recaem sobre ele e afirmou que tanto o seu comportamento como o de seus empregados "foi absolutamente correto".

O atual dirigente da Parmalat, Enrico Bondi, nomeado pelo governo para presidir a empresa no final de 2003, acusa os bancos de terem emitido títulos até 2003, adquiridos por pequenos compradores, apesar de saber que a empresa era inadimplente. "Bastava comparar a dívida declarada e o balanço da Parmalat com os créditos declarados pelos bancos que emprestavam dinheiro à companhia', disse no tribunal, em fevereiro de 2006. "A diferença era de € 700 milhões em 1997 e de € 1 bilhão em 2002", acrescentou.

A outra frente da investigação sobre a Parmalat acontece em Parma, onde fica a sede do grupo. Nesta parte, 71 pessoas são acusadas de falsificar balanços, associação ilícia e informações falsas. E além dos quatro bancos, várias auditorias, o ex-dirigente e fundador da Parmalat, Calisto Tanzi, e alguns de seus colaboradores.

O escândalo Parmalat estourou no final de 2003, quando foi descoberto um rombo de mais de € 14 bilhões na contabilidade do grupo. Cerca de 135 mil italianos tiveram perdas com a quebra da empresa, que empregava 36 mil trabalhadores em 30 países antes de falir.

13 janeiro 2009

Caso Parmalat

Deloitte entra em acordo com CVM sobre caso Parmalat
Valor Online
08/01/2009 20:41

A auditoria independente Deloitte e seus sócios Wanderley Olivetti e Michael John Morrel firmaram um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e vão pagar um total de R$ 400 mil para encerrar um processo administrativo em função do caso Parmalat. Desse total, R$ 300 mil são relativos à Deloitte e R$ 50 mil à cada executivo.

De acordo com comunicado divulgado pela autarquia, a auditoria, que prestava serviços de auditoria independente para a Parmalat, era acusada no processo de não ter emitido, no período de 2000 a 2003, os pareceres e os relatórios de revisão especial de acordo com as normas contábeis vigentes. Os dois sócios também tinham sido acusados no processo porque eram os responsáveis pela emissão dos pareceres de auditoria e relatórios de revisão especial em questão.

Como a diretoria colegiada da CVM aceitou a proposta de termo de compromisso, os processos e as acusações ficam suspensos em relação aos que firmaram o acordo. Após o cumprimento dos termos do acordo, o processo é extinto. A Parmalat Alimentos (que era a empresa operacional) e a Deloitte eram partes do mesmo processo administrativo, aberto pela CVM em 2005, após um inquérito que apurou irregularidades no processo de reestruturação da Parmalat Brasil S/A, iniciado em 2000. Em 2003, ocorreu o pedido de concordata da companhia.

A Deloitte já tinha feito uma proposta anterior, de pagar um total de R$ 50 mil para fechar o termo, porém os diretores da autarquia rejeitaram, em outubro do ano passado. A auditoria alegou à CVM que a empresa auditada, a Parmalat, já havia feito um acordo com a autarquia, no valor de R$ 70 mil. Depois da rejeição da primeira proposta, o comitê de termos de compromisso da CVM iniciou um processo de negociação com a Deloitte e o valor final foi acertado em R$ 400 mil.
(...)
(Catherine Vieira | Valor Econômico, para o Valor Online)

19 dezembro 2008

Executivo da Parmalat condenado

Tanzi, ex-Parmalat, é condenado à prisão
Gazeta Mercantil - 19/12/2008

Calisto Tanzi, ex-dono do grupo italiano Parmalat, cuja quebra no fim de 2003 e deixou um rombo de mais de 14 bilhões de euros, foi condenado ontem a dez anos de prisão por um tribunal de Milão, anunciou a imprensa local. Na segunda-feira, a promotoria havia pedido 13 anos de prisão para Tanzi, alegando que não deveria se beneficiar de circunstâncias atenuantes. O fundador da Parmalat era processado por manipulação de cotações na Bolsa, cumplicidade na falsificação de balanços com auditores de contas e obstrução às auditorias.

Escândalo financeiro

Esse é o primeiro julgamento no caso da bancarrota do gigante do setor de alimentos, um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos na Europa.

No Natal de 2003, a Parmalat admitiu ter um rombo de 3,95 bilhões de euros em sua contabilidade e pouco tempo depois a empresa entrou com um pedido de concordata. Após este pedido, foram descobertos os rombos.

O escândalo pela quebra da Parmalat bateu recordes em perdas e passou a ser considerado o "Enron europeu", numa comparação com o caso relacionado ao maior desfalque financeiro ocorrido nos Estados Unidos.

O valor do "rombo" descoberto em dezembro de 2003 após uma série de fraudes contábeis foi de 14,27 bilhões euros. O escândalo financeiro fez com que 135 mil investidores italianos perdessem suas aplicações em ações da Parmalat.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(AFP)

02 janeiro 2022

Faleceu Tanzi, do escândalo contábil da Parmalat


Faleceu Tanzi, o empresário que foi responsável pelo escândalo da Parmalat. Eis uma notícia sobre ele :

Uma carreira que começou na pequena empresa familiar dos arredores de Parma e que se transformou numa multinacional, e terminou com condenações e prisão por falência: o ex-patrão da Parmalat e da equipa de futebol do Parma, Calisto Tanzi, morreu este sábado aos 83 anos. Estava em prisão domiciliária e ali cumpria pena de 17 anos e 5 meses após os julgamentos pelo colapso do grupo de laticínios que fundou. Em meados de dezembro, foi hospitalizado por causa de uma infeção pulmonar.

Figura popular na cidade, Tanzi fundou a Parmalat em 1961, após abandonar a faculdade, e foi o protagonista de uma parábola que começou com o seu enorme crescimento e terminou dramaticamente com a falência em 2003 e os julgamentos que se seguiram e que lhe custaram a prisão.

A marca ganhou grande protagonismo graças ao desporto: o seu nome esteve ligado, nas décadas de 80 e 90 do século passado, ao esqui, à Fórmula 1 e depois futebol.

Tanzi nasceu em Collecchio em 17 de novembro de 1938. Formado em contabilidade, interrompeu os estudos com a morte do pai para o substituir na direção de um pequeno negócio familiar de queijos curados e conservas.

Tinha apenas 22 anos quando fundou a sua empresa de leite em 1961, pegando na antiga empresa familiar do seu avô e transformando-a numa multinacional com mais de 130 fábricas em todo o mundo. Expandiu para o setor alimentar, para o turismo, TV e futebol. Terá sido um excesso: segundo a definição dos investigadores, a Parmalat tornou-se “a maior fábrica de dívidas da história do capitalismo europeu”. Acumulou 14,5 mil milhões de dívidas, destruindo as economias de dezenas de milhares de investidores.

Tanzi também tinha laços com o mundo da política e das finanças, especialmente no ambiente católico conservador. Quando os problemas surgiram, tentou tapar os buracos financeiros com outras aquisições imprudentes, com um recurso massivo ao crédito.

As maiores dificuldades começaram em 1999, quando adquiriu a Eurolat do grupo Cirio, do empresário Sergio Cragnotti com o recurso a uma dívida contraída no Banca di Roma, a que se seguiu, com o mesmo patrocinador, a aquisição de uma empresa de águas minerais. Aí se deu o início da contração de dívida para pagar outras dívidas, num movimento que nunca mais conseguiu parar.

Em 27 de dezembro de 1999, Tanzi foi preso e assim começou a questão judicial, após a aventura empresarial. Em dezembro de 2010, Tanzi foi condenado a 18 anos de prisão por um crash de 14 mil milhões de euros.

Atualmente, a Parmalat é controlada pela gigante francesa Lactalis, que mantém a fábrica de Collecchio, onde recentemente foram anunciados importantes investimentos.

10 dezembro 2010

Parmalat: ex-chefe condenado

Calisto Tanzi, fundador e ex-proprietário do grupo italiano Parmalat, cuja falência em 2003 deixou um buraco de 14 bilhões de euros, foi condenado nesta quinta-feira por um tribunal de Parma (norte) a 18 anos de prisão, anunciaram os meios de comunicação locais.

A sentença foi pronunciada pela corte depois de mais de cinco horas de deliberações a portas fechadas.

A promotoria de Parma pediu uma pena de 20 anos de prisão para Tanzi, fundador do grupo alimentar italiano e considerado o "cérebro" da fraude que provocou a falência da maior multinacional italiana da alimentação.

Outras 16 pessoas foram julgadas por fraude, bancarrota e formação de quadrilha.

O caso Parmalat, considerado um dos maiores escândalos financeiros da Europa, explodiu em dezembro de 2003 depois da descoberta de um buraco contábil de mais de 21 bilhões de dólares ao câmbio atual.

Parmalat, que foi declarada insolvente poucos dias depois, empregava então 36.000 pessoas em 30 países e tinha fábricas e investimentos em quase toda a América Latina, em particular no Brasil.


Ex-patrão da Parmalat condenado a 18 anos de prisão - Qui, 09 Dez 2010, 03h20 - AFP

Foram sete anos antes do julgamento. É muito tempo.

18 março 2008

Parmalat


A revista CFO Magazine tem uma extensa reportagem sobre a Parmalat (aqui). Conforme lembra a revista, ao contrário da Enron, WorldCom e outras empresas atingidas por escândalos contábeis, a Parmalat ainda vive. E ainda produz leite.

Entretanto, a revista questiona a gestão da empresa, apesar de lembrar que a "constelação" de 225 companhias que compunham o grupo, existam hoje menos de 70. Hoje a Parmalat está mais centrada na Itália, Canadá e Austrália (80% da receita e lucro operacional) e o leite concentra 60% das vendas e 50% do lucro operacional.

Mais sobre a Parmalat neste blog, aqui

13 junho 2012

Contabilidade da Parmalat

A CVM aplicou multa com respeito a administração da Parmalat Alimentos, incluindo o colegiado. Mas eis um aspecto interessante para a contabilidade:

Além disso, a CVM julgou Andrea Ventura responsável por não observar os princípios de contabilidade, nem o pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil sobre transações entre partes relacionadas.

Assim, Andrea Ventura, que era diretor responsável pela elaboração das demonstrações financeiras da Parmalat Alimentos, terá que pagar uma outra multa de R$ 200 mil.

Ventura e a Parmalat Participações foram absolvidos da responsabilidade de terem elaborado demonstrações financeiras "maquiadas".

Segundo a CVM, os acusados podem apresentam recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

24 dezembro 2007

Parmalat

Segundo notícia do Wall Street Journal (Intesa Sanpaolo to Pay $600 Million in Parmalat Case, Liam Moloney, 24/12/2007, A2) a Intesa Sanpaolo SpA e dois bancos concordaram em pagar 420 milhões de euros em razão do escândalo da Parmalat. A Intesa é a primeira entidade a fazer um acordo como este e a decisão pode facilitar que outras instituições façam o mesmo. Além disto, a Parmalat possui, nos Estados Unidos, com o Bank of America e o Citigroup, pendências legais.

13 outubro 2010

Parmalat

MILÃO (AFP) - O tribunal de Milão (norte da Itália) aceitou o pedido de prisão apresentado pela promotoria contra Calisto Tanzi, ex-dono do grupo Parmalat, cuja falência em 2003 deixou um rombo de 14 bilhões de euros, informaram nesta terça-feira fontes judiciais.

Tanzi, de 71 anos, que se encontra livre devido à idade, não será preso até que a corte de cassação se pronuncie em definitivo.

Os advogados do ex-fundado e ex-dono da Parmalat anunciaram que apresentarão um recurso ante o tribunal.

Tanzi foi condenado em 2008 a dez anos de prisão por informação privilegiada no mercado de ações e cumplicidade em falsos balanços, pena confirmada em maio passado.


Tribunal italiano aceita pedido de prisão de ex-dono da Parmalat
Ter, 12 Out, 04h51

02 julho 2020

Auditores caem nas mesmas armadilhas


https://www.ft.com/content/b4c3db1c-b2a6-4679-a413-6de8eda5feb1

Last week, payments firm Wirecard admitted that €1.9bn of its cash probably never existed — and then it collapsed. It turns out that the German group’s auditors had failed for at least three years to request crucial account information from a Singapore bank where Wirecard said it had up to €1bn. Instead, EY relied on documents and screenshots provided by a third-party trustee and Wirecard itself. 


 To some, the story sounded remarkably familiar. In 2003, questions were swirling about Parmalat, a big Italian food group. Back then, Bank of America said that a document purporting to show that one of Parmalat’s offshore affiliates held €3.9bn in its account had been forged. Days later, Parmalat went into administration. Deloitte, the group’s main auditor from 1999 until its collapse, later agreed to pay $149m to the company and $8.5m to investors. But that was not the only time a big auditor had displayed a remarkable lack of curiosity about how and where big companies keep their money. In 2010, JPMorgan Chase admitted to mixing up to $23bn in client money with its own funds in an unsegregated account for seven years. 

Auditor PwC, which had repeatedly certified that the bank was properly handling client money, was later fined £1.4m, a record for a UK accountancy firm at the time. Meanwhile, the UK branch of the fourth member of the Big Four, KPMG, has been mired in scandal over its work for failed construction group Carillion. It was sanctioned in 2018 by the UK’s accounting watchdog for an “unacceptable deterioration” in audit quality. It is easy to blame the auditors after the fact. In Wirecard’s case, EY says “third parties, with a deliberate aim to deceive, provided EY with false documentation in connection with its 2019 Wirecard audit . . . Professional standards recognise that even the most robust and extended audit procedures may not uncover a collusive fraud”. But short sellers had been raising questions about the company for years and James Freis, Wirecard’s new chief executive, is said to have told board members that basic checks should have been enough to undercover the scandal.  The profession does have a built-in problem. The vast majority of transactions are legitimate, and most managers are basically honest. Usually, executives and investors want audits done quickly and cheaply, with minimum fuss, so that the company can release its results and move on. 

 “The Big Four consider it a successful audit if they can run some checks and sign off. They want to find no problems,” argues Richard Brooks, author of Bean Counters. “They refer to their audit practices as ‘assurance’ — that’s what they want to provide.” The structure of the audit business exacerbates this problem. Firms are hired and paid by the companies they audit — rather than by investors or regulators who might prefer a more sceptical approach. For the Big Four, audit is also just one arm of a larger business that provides lucrative consulting and tax services to the same companies that are potential audit clients. There have been several efforts since the early 2000s to reduce these conflicts of interest. The UK and US have tried limiting the other work that can be done for audit clients. 

The Financial Reporting Council, the UK watchdog, has also asked the Big Four to voluntarily ringfence the costs and profits of their audit work from the rest of the business. But that plan, and the legislation that would give a new audit regulator the power to force a break up, have been put on hold during the coronavirus pandemic. The Wirecard scandal suggests that the problems go well beyond the Anglo-American sphere. And splitting audit from consulting will not fundamentally change the incentives that prompt auditors to cut costs and corners, and accept management’s word. “If you are going to audit a brewery, you don’t just count the barrels of beer. 

You should wiggle them to see if they are full,” says Sharon Bowles, former chair of the European Parliament’s economic and monetary affairs committee. “But no one thinks they will be the unlucky one and get caught out.” I am tired of reading these stories. It is time to rethink the whole model. We already know that when bank regulators become captured, the public pays the price. Auditors are never going to willingly bite the hands that feed them.

Fonte: aqui

07 outubro 2008

Prisão na Parmalat


Promotores pedem 13 anos de prisão para ex-presidente
Reuters - 7/10/2008
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Promotores italianos pediram pena de prisão por 13 anos para o antigo presidente da companhia de alimentos Parmalat ontem, depois do colapso da companhia em 2003, em um dos maiores escândalos financeiros da Europa.

O executivo Calisto Tanzi está entre oito antigos executivos e banqueiros envolvidos no processo em Milão. A promotoria afirmou que Tanzi era "o centro, que cobriu a todos" no caso.

Os promotores pedem penas que vão de três anos e seis meses a seis anos de detenção para os outros acusados, incluindo três antigos executivos do Bank of America. Eles pedem multa de 300 mil euros (408 mil dólares) e o confisco de 600 mil euros da auditoria Italaudit, cujo nome anterior era Grant Thornton. Esta é a primeira vez que os promotores desse processo recomendam a prisão de Tanzi. Veredito ao caso não é esperado em meses. A Parmalat sucumbiu em 2003 com rombo de 14 bilhões de euros em sua contabilidade.

13 dezembro 2016

Ainda Deloitte

Francine McKenna (em At Deloitte, the problems with audit quality and professionalism start at the top) analisa a multa imposta pelo PCAOB a Deloitte Brasil, no valor de 8 milhões de dólares. A empresa de auditoria encerrou as acusações de publicar relatórios falsos de auditoria e encobrir os problemas falsificando documentos e prestando depoimentos falsos. Trata-se da maior multa aplicada pelo PCAOB, que é a entidade que fiscaliza as empresas de auditoria nos Estados Unidos. Além da “honra duvidosa”, conforme McKenna, nunca antes uma empresa de auditoria global tinha sido acusada deste tipo de comportamento.

O interessante no texto de McKenna é lembrar a participação de Wanderley Olivetti. Em 2002 este funcionário da Deloitte chamou a atenção para as transações pouco usuais entre a Parmalat brasileira e uma subsidiária das Ilhas Cayman, Bonlat. Aparentemente Olivetti teve um comportamento adequado no escândalo da Parmalat, já que um executivo da empresa escreveu que não gostaria de ter contato com um auditor. Um elogio diante da fraude da empresa. Entretanto, os documentos também revelaram que Olivetti, em maio de 2002, concordou em suavizar o seu parecer para que o mesmo não fosse negativo, afirma McKenna.

O Valor Econômico de hoje qualifica Olivetti como um profissional “sério, capacitado e até rigoroso demais em determinados casos” (grifo nosso). Mas em 2012 Olivetti fez um acordo  com a CVM, juntamente com Michael Morrel e a Deloitte, pagando R$400 mil por não terem atuado adequadamente no caso Parmalat.

Em 2011 Olivetti e sua Deloitte esteve envolvido em outro problema com a CVM, agora relacionado com a Saraiva. A Saraiva não considerou que operações com derivativos fossem dignas de registro, mas posteriormente corrigiu as informações. A Deloitte era responsável pela auditoria e deveria ter emitido uma ressalva. Na época Olivetti declarou: "O valor em questão é totalmente imaterial e estou surpreso de receber esse questionamento. E mais surpreso ainda de receber um processo por uma situação totalmente imaterial (de valor não relevante)". Segundo o Estado de S Paulo, “Olivetti alega ainda que não faz parte das funções do auditor revisar e confirmar esse tipo de informação num relatório trimestral. Segundo o executivo, as obrigações do auditoria são mais restritas no relatório trimestral do que no relatório anual.

17 maio 2008

Parmalat em 2003

Quando teve problemas, a Parmalat desmentiu uma velha máxima da contabilidade, que afirmava:

"os dois números certos de uma demonstração contábil são o valor do caixa e o número do registro da empresa"

Na época, a empresa tinha registrado na contabilidade um valor do caixa, que mostrou não existir. Agora, uma notícia da Bloomberg (Parmalat Had Little Cash Left, Executive Testifies, 17/5/2008) afirma que talvez a empresa tivesse 6,5 milhões de euros em caixa seis dias, mais do que os 4 bilhões declarados.