Uma nova ministra da Albânia encarregada de cuidar dos contratos públicos será imune a subornos, ameaças ou tentativas de obter favores. Isso porque Diella, como é chamada, é um bot gerado por inteligência artificial.
O primeiro-ministro do país, Edi Rama, que está prestes a iniciar seu quarto mandato, disse nesta quinta-feira que Diella, que significa “Sol” em albanês, administrará todas as licitações públicas nas quais o governo contrata empresas privadas para vários projetos.
“Diella é o primeiro membro do gabinete que não está fisicamente presente, mas é virtualmente criado pela IA”, disse Rama durante um discurso de apresentação de seu novo gabinete. O bot ajudará a tornar a Albânia “um país onde as licitações públicas são 100% livres de corrupção“.
(...) Mas nem todo mundo está convencido da eficácia do sistema. Um usuário do Facebook disse: “Até a Diella será corrompida na Albânia.” Outro disse: “Os roubos continuarão e Diella será responsabilizada.”
Fonte: aqui
O uso de inteligência artificial na política desperta entusiasmo e desconfiança. Entre os principais desafios está a transparência: quem controla o algoritmo e define seus critérios de decisão? Sem clareza, há risco de reproduzir ou até ampliar vieses já existentes. Outro ponto crítico é a responsabilidade: se uma IA toma uma decisão equivocada, quem responde por suas consequências?
Uma leitura do livro Weapons of Math Destruction: How Big Data Increases Inequality and Threatens Democracy , de Cathy O’Neil, publicado em 2016, poderia ser útil nesse debate.
Nesse cenário, a governança torna-se fundamental. Não se trata apenas de regular a tecnologia, mas de garantir mecanismos de supervisão humana, auditoria independente e participação social nos processos. A governança deve equilibrar eficiência e inovação com princípios democráticos, preservando a legitimidade das decisões políticas. Afinal, substituir ou apoiar políticos com IA só fará sentido se for para fortalecer — e não fragilizar — a democracia.
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