Este artigo investiga como o consumo da obra criativa de um artista é impactado quando há um movimento de “cancelamento” do artista nas redes sociais devido a sua má conduta. Diferentemente de marcas de produtos, marcas humanas são particularmente vulneráveis a riscos de reputação, mas ainda se entende pouco sobre como a má conduta afeta seu consumo. Usando o caso de R. Kelly, examinamos a demanda por sua música após choques inter-relacionados de publicidade e sanções de plataformas — especificamente, a remoção de suas músicas das principais playlists da maior plataforma global de streaming. Uma análise superficial do consumo após esses escândalos poderia levar à conclusão equivocada de que os consumidores estão intencionalmente boicotando o artista em desgraça. Propomos uma estratégia de identificação para distinguir os efeitos da curadoria da plataforma dos da escuta intencional, explorando a variação no status de remoção das músicas e a demanda geográfica. Nossas descobertas mostram que a queda no consumo é motivada principalmente por fatores do lado da oferta devido às remoções de playlists, e não por mudanças na escuta intencional. A cobertura midiática e os apelos ao boicote têm efeitos promocionais, sugerindo que boicotes nas redes sociais podem, inadvertidamente, aumentar a demanda musical. A análise de outros casos de cancelamento envolvendo Morgan Wallen e Rammstein não mostra queda de longo prazo na demanda, reforçando os potenciais efeitos promocionais dos escândalos na ausência de sanções pelo lado da oferta.
Pensando no valor do artista como sendo a geração de caixa, a remoção de playlist pode afetar o ativo. Mas veja que o boicote como fator para aumentar a demanda parece estranho, já que não é este o objetivo.
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