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02 julho 2025

IA, Eficiência e preço de auditoria

 


Da Bloomberg (via aqui):

A PricewaterhouseCoopers LLP, uma das maiores empresas de consultoria profissional do mundo, cortou os preços de alguns serviços à medida que os clientes aumentavam o fato de a consultoria utilizar inteligência artificial para concluir o seu trabalho mais rapidamente.

“Os clientes nos ouviriam falando sobre o uso de IA e diriam: ‘Queremos nosso quinhão dessas eficiências, disse Dan Priest, diretor de IA da PwC, em entrevista à Bloomberg News. 

Formação e Alfabetização em IA, por país. Faz sentido?

Pesquisa da KPMG:

Países e conhecimento de IA. Quanto mais elevado no país no gráfico, maior o conhecimento de IA. E no topo está a Nigéria e Egito. O texto enfatiza a ignorância dos canadenses em IA. É a barra vermelha. Isso parece também não fazer sentido para você? 


Individualismo do auditor e comparabilidade do lucro

Nós examinamos se o individualismo do sócio de auditoria reduz a comparabilidade dos lucros nos Estados Unidos. Argumentamos que sócios de auditoria individualistas têm maior propensão a se desviar das regras internas de trabalho e a permitir maior flexibilidade aos clientes nas escolhas contábeis, o que, consequentemente, reduz a comparabilidade dos lucros desses clientes. Utilizando uma nova métrica de individualismo em nível de sócio, encontramos que, dentro das próprias firmas Big 4, os lucros são menos comparáveis entre uma empresa auditada por um sócio individualista e outra auditada por um sócio não individualista, em comparação com um par de empresas auditadas por sócios não individualistas. Nossas inferências são robustas a análises de mudanças, testes de falsificação e ao uso de pareamento por escore de propensão. Também constatamos que o efeito do individualismo do sócio é menos evidente quando a firma de auditoria está sob monitoramento regulatório mais rigoroso e quando os clientes são mais importantes, mas mais evidente quando os sócios individualistas estão mais confiantes em agir de forma diferente. Análises adicionais sugerem que nossas principais inferências permanecem robustas ao controle por diferenças culturais entre sócios e ao uso de pares de clientes auditados pelo mesmo sócio. Coletivamente, nosso estudo oferece evidências inéditas sobre o papel do individualismo do auditor na comparabilidade dos lucros.

Fonte: aqui

01 julho 2025

Padrão de planejamento tributário

Entrou em vigor hoje o International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA)  Tax Planning Standards . O padrão pode ser encontrado em PDF aqui . O documento procurou fornecer uma estrutura baseada em princípios, que fosse aplicável a serviços e atividades relacionadas com o planejamento tributário. A apresentação fala em interesse público, reputação e outros termos. 

Nesse sentido, a entidade está preocupada com a questão da evasão fiscal prejudicando a credibilidade e reputação das empresas, provocando litígios e prejudicando o interesse público. Segundo o texto, "o objectivo fundamental destas normas é garantir uma base ética e credível para aconselhar sobre acordos de planeamento fiscal, restaurando assim a confiança pública e institucional num tema que é fundamental para o contrato social entre as empresas e o mercado que os apoia."

Interessante o termo "restaurando". Significa dizer que havia algo quebrado aqui. Mas não creio que o padrão irá corrigir isso. 

Em discussão a Estrutura Conceitual do Setor Público

O CFC colocou em audiência pública as minutas das novas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP). Entre elas a NBC que trata da Estrutura Conceitual, na sua primeira revisão. O objetivo é promover o alinhamento com as normas internacionais.


Parece que existiu uma preocupação com esse alinhamento, o que pode ser interessante. Fazendo uma rápida leitura, percebi uma evolução enorme. Eis um trecho importante:

A estrutura conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a elaboração e a divulgação dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), os quais devem ser elaborados com base no regime de competência.

(Fica a pergunta sobre a legalidade dessa redação, dentro da existência da Lei 6404). Outro trecho interessante: 

A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência. Prudência é o exercício de cautela ao fazer julgamentos sob condições de incerteza. 

Esse trecho também está presente na EC da contabilidade financeira. O regulador fez uma grande ginástica para manter o termo prudência na estrutura, sem deixar de "apoiar" a neutralidade. 

O CFC quer receber comentários até o final de julho. Ou seja, deu 30 dias de prazo para que as pessoas possam ler e refletir sobre o assunto. (Foto: aqui)

Ganho de produtividade com IA

 

Tendo por base uma pesquisa com mais de quatro mil pessoas, o ganho de tempo com o uso de IA não pode ser desconsiderado. A pesquisa foi realizada com tarefas típicas do trabalho. A escrita, por exemplo, que o contador precisa fazer para produzir um relatório, ganhou um tempo substancial: de 80 minutos em média para 25 minutos. 

Dinheiro público para radio (e televisão) faz sentido?


A partir de uma reflexão de Bryan Caplan sobre o financiamento público da radiodifusão pelo governo, podemos também pensar no uso de verbas públicas no Brasil para empresas de rádio e televisão. Caplan parte de algo óbvio: o número de alternativas disponíveis para uma pessoa, em termos de conteúdo audiovisual, aumentou significativamente nas últimas décadas. Qual seria, então, a razão para o contribuinte financiar conteúdo que a maioria das pessoas jamais irá consumir?

Outro ponto é a captura ideológica. No entanto, há argumentos favoráveis à manutenção desses gastos. Um deles é que o valor destinado é reduzido. Mas é importante lembrar que a eliminação de gastos inadequados pode resultar na redução de outras coisas igualmente "desagradáveis", como os impostos.

O exemplo de Caplan também ilustra a inflexibilidade das despesas públicas, uma vez que certos gastos, como o financiamento de emissoras de rádio e televisão, tendem a se perpetuar independentemente da mudança nas condições tecnológicas, na demanda da população ou na existência de alternativas mais eficientes. Mesmo diante disso, o Estado continua destinando recursos a um modelo de comunicação que já não atende à maioria dos contribuintes. Essa rigidez orçamentária dificulta o redirecionamento de verbas para áreas mais prioritárias e reforça a ideia de que, uma vez estabelecido, um gasto público é difícil de eliminar — ainda que seu benefício marginal seja cada vez menor.

Foto: aqui