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Mostrando postagens com marcador Egito. Mostrar todas as postagens
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08 setembro 2025

Origens da tributação e da sonegação

Foram os egípcios que criaram o primeiro sistema tributário conhecido por volta de 3000 a.C. Nos primórdios, o imposto era coletivo, sendo calculado pela água do Rio Nilo. Se o volume de água fosse acima ou abaixo do normal, pagava-se menos imposto. Com a alfabetização e o aumento dos escribas, a tributação passou a ser individual. Isso ocorreu no Novo Reino. 


Junto com a arrecadação, o Egito conheceu também a evasão fiscal e a corrupção.  Mas na maior parte da sua história, o imposto era sobre bens, o que incluia a arrecadação de grãos, tecidos, gado e outras mercadorias. Os tributos eram ajustados de acordo com a produtividade da terra e o tamanho da colheita.

Escribas e nomarcas frequentemente cooperavam para subnotificar valores ao Estado e ficar com o excedente, ou cobravam dos camponeses mais do que o devido. Ao mesmo tempo, os contribuintes inventavam formas criativas de evitar o pagamento. Balanças usadas para pesar grãos, por exemplo, podiam ser facilmente manipuladas.

“As pessoas escondiam pedras no grão para atingir o peso tributado de seus campos”, diz Wilkinson. “O problema tornou-se tão comum que foram emitidos éditos reais ordenando que não se trapaceasse o sistema.”

Por volta do século XIII a.C., o faraó Horemheb, da 18ª dinastia, emitiu um decreto determinando que tanto a extorsão quanto a evasão de impostos poderiam ser punidas com a remoção do nariz e o exílio. Essa declaração reafirmava o dever da população de pagar ao faraó e ao reino, já que tudo no Estado era entendido como pertencente ao soberano.

A ocupação estrangeira trouxe a moeda metálica a partir da metade do primeiro milênio antes de Cristo. E isto facilitou muito o processo de cobrança pela praticidade.  

Era também comum o governante isentar os templos e outras camadas da população quando precisava obter o apoio político.  A famosa pedra de roseta (foto), que ajudou a decifrar os hieróglifos, era um texto que falava da isenção fiscal aos templos. 

leia mais sobre a importância do Egito na história da contabilidade aqui

15 junho 2025

Grandes civilizações e contabilidade: Egito

A contabilidade governamental na Babilônia e no Egito teve um desenvolvimento geralmente semelhante, embora a introdução do papiro como material de escrita tenha tornado os registros egípcios menos volumosos e permitido um uso mais amplo de documentos auxiliares. As contas egípcias mais antigas que sobreviveram datam de aproximadamente 2390 a.C. Assim como na Babilônia, a coesão nacional dependia da organização das finanças reais, nas quais os armazéns de cada distrito recebiam impostos pagos em espécie e encaminhavam os itens menos perecíveis para um tesouro central. Em um império mantido coeso por meio dos registros, os escribas foram descritos por A.H. Woolf como os “pivôs sobre os quais girava toda a engrenagem do tesouro e de outros departamentos”. Com extremo cuidado, os contadores vinculados a cada armazém registravam tudo o que era recebido e os detalhes de sua utilização. Nada saía do tesouro sem uma ordem escrita. Uma segurança adicional era garantida por um elaborado sistema de controle interno, que exigia que os registros de um oficial estivessem em concordância com os de outro. A precisão era altamente recomendada, pois as contas eram auditadas pelo superintendente do armazém, sendo que irregularidades graves podiam ser punidas até mesmo com mutilação ou morte.

A importância atribuída a esses registros contrasta, de forma curiosa, com sua falta de sofisticação. A escrituração egípcia parece ter se desenvolvido rapidamente e, depois, estagnado virtualmente por vários milhares de anos. Os registros de recebimento e desembolso do governo permaneceram, essencialmente, como listas em colunas, que não podem ser consideradas contas no sentido moderno de categorias de acumulação de dados. Argumenta-se que métodos mais avançados não eram necessários porque a economia egípcia mudou muito pouco após seu período inicial de desenvolvimento. O contraste entre a contabilidade antiga e a moderna pode ser expresso nos termos de um sistema econômico egípcio complexo, porém primitivo, que nunca evoluiu a ponto de tornar útil uma escrituração baseada em acumulação e somatório.

Do verbete de Michael Chatfield do livro The History of Accounting.  

Como muito documento da civilização sobreviveu, temos alguns aspectos curiosos sobre o Egito. Em uma postagem anterior, comentamos sobre as desculpas por faltar ao trabalho, em um documento encontrado no Egito antigo.  O mapa da postagem mostra como a população do atual Egito concentra em torno do Nilo. 

18 dezembro 2013

Cartaz inadequado

O governo do Egito publicou o seguinte cartaz para louvar o povo daquele país:

Um péssimo Photoshop: a mulher foi retirada de um sítio de negócios, um rapaz com síndrome de down e um médico de uma clínica. O governo pediu desculpas pelo desastre.

03 setembro 2011

Canal de Suez x PIB

Por Pedro Correia

Segundo a The Economist, quantidade de carga que passa pelo Canal de Suez pode ser utilizado como um indicador antecedente das condições econômicas, pois em torno de 8% do fluxo comercial do mundo atravessa o canal egípcio. Em dezembro de 2010, o aumento médio do peso total de carga que passa através do canal foi de 9,5%, no entanto, de maio a junho deste ano, foi de apenas 5,7%. De acordo com a análise simplista da revista, esse indicador sugere que o PIB mundial cairá de 3,8% no primeiro trimestre para 3,3% no segundo.




15 março 2011

Egito tornou-se menos urbanizado

Postado por Pedro Correia
Segundo David Leonhardt quando Hosni Mubarak assumiu o poder em 1981, o Egito era realmente mais urbano do que no resto do mundo. Cerca de 44 por cento de sua população vivia nas cidades. Na Ásia Oriental, em comparação, apenas 26 por cento da população vivia nas cidades.

Desde então, as cidades da Ásia cresceram rapidamente, atraindo milhões de camponeses à procura de uma vida melhor . Quase 50 por cento dos asiáticos agora vivem nas cidades. E o Egito? É o único grande país ter se tornado menos urbanas nos últimos 30 anos, de acordo com o Banco Mundial. Atualmente, cerca de 43 por cento dos egípcios são moradores da cidade.



Talvez o fator mais preocupante de todos, é o exército, que agora controla o país, e possui uma grande força econômica,devido o controle de empresas que produzem de tudo, desde azeite de oliva e extintores até notebooks.

Fonte:For Egypt, a Fresh Start, With Cities

14 março 2011

Jogo dos erros: Egito

Jogo dos erros: Egito - Postado por Pedro Correia

Egito é um país pobre de recursos naturais, localizado em uma região estratégica, com alto desemprego e grande desigualdade. Correto?

Não! Apesar de ser um país de renda per capita mais baixa que o Brasil, o Egito tem índices de desigualdade significativamente mais baixos do que os nossos. O índice de GINI, que mede desigualdade e vai de 0 (total igualdade) a 1 (total desigualdade), era 0.55 para o Brasil em 2007 e 0.32 para o Egito em 2005 (Fonte: World Bank/WDI).

Mas o Egito padece de uma economia com falta de dinamismo, estagnada, diferente da economia brasileira! Correto?

Não! Vide o gráfico abaixo para o crescimento acumulado do PIB de 1979 a 2010 para o Egito e o Brasil. Não há duvida alguma que nos últimos 30 anos o PIB do Egito cresceu mais rápido que o brasileiro (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010).


Mais que isso: Enquanto o Brasil cresceu aproximadamente 4% ao ano nos últimos 8 anos, o Egito cresceu 5.3% no mesmo período (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010, dados preliminares para 2010).

Além disso, os dados per capita nao mudam a mensagem
:




Em 1980 a renda per capita do Egito era pouco mais que um terço da renda per capita brasileira (Fonte: WEO/IMF). Esta é uma diferença nada desprezível e pode explicar uma parte significativa da diferença em desempenho. Ainda assim, acho que vale a pena ser um pouco cético com relação às explicações enlatadas da crise egípcia como conseqüência de mau desempenho econômico. O Egito não é uma estrela do crescimento econômico, mas também não é um meteoro. Em relação ao comércio exterior, o Egito exporta também gás natural, algodão e manufaturas, em particular têxteis (que se valem da mão-de-obra ainda barata), e insumos intermediários como aço, cerâmica e cimento.


Texto de Irineu de Carvalho

24 março 2009

História da Contabilidade

La contabilidad primitiva
La Verdad - 23/3/2009 - ALBACETE

El prestigioso matemático belga Dirk Huylebrouck impartió ayer una interesante charla en Albacete

Quince mil años antes de que la escritura apareciera en Mesopotamia, el ser humano ya hacía cuentas en África. Eso opinan algunos matemáticos que han estudiado dos huesos con muescas transversales, encontrados junto a la cabecera del Nilo en los años 50. Uno de los más prestigiosos defensores de esta teoría visitó Albacete ayer, invitado por el Instituto Bachiller Sabuco y por la Facultad de Humanidades de la Universidad de Castilla-La Mancha. Se trata del belga Dirk Huylebrouck, que ofreció una conferencia pública ante un puqueño grupo de alumos en el Salón de Grados de Humanidades. Según Huylebrouck, las muescas trazadas en los dos huesos equivalen a agrupaciones de cifras y realizarían la función de ábacos. La tesis, respaldada por otros especialistas, se basa en que algunas poblaciones africanas actuales, como los yasgua de Nigeria, hacen sus cuentas con una sola mano, llevando el pulgar a cada una de las falanges de los restantes cuatro dedos.

En definitiva, cuentan utilizando como referencia la docena, que es una de las interpretaciones posibles de las muescas trazadas en los dos huesos de Isangho. Nuestro invitado trabajó en el Congo y Burundi durante doce años, con lo que tuvo acceso directo a la información étnica que ahora desarrolla. En la actualidad, Huylebrouck trabaja como profesor de matemáticas de futuros arquitectos en las ciudades belgas de Gante y Bruselas. Suele presentarse como etnomatemático, pero sus inquietudes abarcan otras muchas facetas como el álgebra lineal, la teoría analítica de números o la proporción áurea. También cultiva la divulgación científica en la revista The mathematical intelligencer. Además fue organizador de congreso mundial que se celebró hace dos años en Bruselas con los huesos como motivo central de estudio.

Estos ejemplares, los primeros, los primeros instrumentos matemáticos de los que existe noticia, son conocidos como Los huesos de Isangho, miden entre diez y catorce centímetros, tienen veinte mil años de antigüedad y se conservan en el Instituto Real de Ciencias Naturales de Bélgica.