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14 julho 2025

KPMG, PCAOB, BBVA

Parece digno de uma novela coreana. A Europa criou uma regra de rodízio das empresas de auditoria. Essa regra exige que a cada dez anos, na maioria dos países, exista um mudança na empresa que faz a auditoria: 

Desde 1990 o banco espanhol BBVA era auditado pela empresa Deloitte. Em 2017, o banco mudou a empresa de auditoria para a KPMG, seguindo as regras estabelecidas. Nesse ano, a empresa de auditoria estava enfrentando o escândalo do PCAOB

Para quem já esqueceu, o escândalo foi o seguinte: o PCAOB é entidade criada pela Sarbox com objetivo de fiscalizar a qualidade dos trabalhos das empresas de auditoria. Como a KPMG estava sofrendo com a fiscalização da entidade, adotou uma medida questionável de contratar funcionários do PCAOB para compor seus quadros de funcionários. O grande problema é que os funcionários levaram segredos do regulador para a fiscalizada; sendo mais claro, os ex-empregados do PCAOB trouxeram documentos que ajudavam a KPMG a melhorar seu desempenho na fiscalização.

Em um desdobramento interessante, descobriu-se que um dos ex-funcionários do PCAOB, Brian Sweet, usou seus contatos no PCAOB para favorecer a KPMG na disputa da auditoria do BBVA e isso parece ter dado uma vantagem na disputa do contrato de auditoria. 

Não se sabe qual o nome do funcionário da KPMG Espanha que esteve envolvido. E também se sabe que Brian Sweet, o ex-PCAOB e ex-KPMG, também usou dados sobre as auditorias do Santander. 

11 maio 2018

Muralha da China e o Popular

Durante 30 anos, a empresa PwC auditou o Banco Popular, uma instituição financeira espanhola. Em nenhum momento, a empresa de auditoria fez ressalva na contabilidade do Popular. O sexto maior banco da Espanha começou a apresentar problemas em 2017. Em poucos dias, o Popular foi adquirido pelo Santander por um euro.

No balanço de 2016, com prejuízo de 3,5 bilhões, a PwC só apresentou uma parágrafo de ênfase. Depois de vendio ao Santander, o Popular teve um prejuízo divulgado de 12,2 bilhões e a PwC, neste momento, fez um parecer mais realista. A empresa de auditoria ainda está sendo investigada sobre possíveis crimes cometidos no trabalho no Popular. A PwC também é a empresa que faz a auditoria no Santander.

O jornal El País revelou que durante a crise do Popular, um outro banco, o BBVA, analisou a possibilidade de fazer uma oferta. No mês de maio de 2017, o BBVA analisou o Popular; e entre os dias 4 e 6 de junho novamente discutiu esta possibilidade. O Popular foi liquidado entre os dias 6 e 7 de junho. O BBVA decidiu não fazer uma oferta em razão

un gran déficit de provisiones para cubrir los créditos inmobiliarios y los de pymes, así como un gran riesgo por los posibles litigios legales de los afectados, por los créditos fiscales y por otros riesgos genéricos.

El BBVA calculó que, para absorber al Popular, necesitaba una ampliación de capital de 13.900 millones, casi el doble de la cantidad que precisó el Santander para adquirirlo.

Um fato importante nesta análise. Segundo o El País, o BBVA contou com a assessoria de um empresa de auditoria. Quem?

Fuentes de PwC y del BBVA no hicieron comentarios sobre esta cuestión por motivos de confidencialidad en sus contratos de colaboración. Esta colaboración no es ilegal ya que las auditoras tienen otros departamentos que realizan trabajos de asesoría y trabajan con el principio de “muralla china”, es decir, sin comunicación de información.