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15 setembro 2010

Sobre a Falta de Lógica quando se fala em Pequenas Empresas

Quando se produz notícias sobre as Pequenas empresas é muito comum argumentos com pouca base lógica. Irei, neste texto, comentar dois deles.

O primeiro diz respeito à participação das pequenas empresas na produção nacional, na criação dos empregos, no faturamento ou nas exportações. Veja o seguinte exemplo:

De acordo com estudo realizado pelo Sebrae em 2006, 62% das empresas exportadoras são micro e pequenas, o que equivale a 2,3% do valor total das exportações brasileiras

A classificação de uma empresa por porte é feita através de um critério estabelecido previamente. Em geral utiliza-se faturamento ou número de empregados. De qualquer forma, o corte que define o que é uma pequena empresa é arbitrário. Se considerarmos que pequena empresa é aquela com menos de dois empregados, o número delas reduziria muito e sua “relevância” para a economia também. Se o critério for mais amplo, a participação das pequenas empresas na economia aumenta. Ou seja, as estatísticas neste caso não ajudam muito, pois são baseadas em algo arbitrário.

O segundo aspecto refere-se a curva de Pareto. Na sua origem, Pareto informava que poucos milionários eram responsáveis pela maior parte da riqueza existente numa economia. A curva de Pareto tem aplicações amplas, inclusive na gestão de estoques, através da curva ABC. Em textos sobre a pequena empresa a curva de Pareto mostra que este segmento da economia não é tão relevante (É isto mesmo: NÃO é relevante). Veja a citação acima. Existe a informação que 62% das empresas exportadores são responsáveis por 2,3% das exportações. Típico de uma curva de Pareto. Mas a notícia também pode ser lida da seguinte forma: 38% das empresas respondem com 97,7% das exportações. Ou seja, a participação das pequenas empresas é irrisória. Considere esta outra citação:

As micro e pequenas empresas - que representam, segundo o Sebrae, 98% das companhias do Brasil, gerando cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país

Ou seja, 2% das empresas brasileiras respondem por 80% do PIB. Estas deveriam ser o destaque da notícia. Além disto, temos novamente na frase Pareto e a falta de lógica resultante da arbitrariedade da classificação. (Sem falar na informação questionável de que o Sebrae tenha calculado a relação 98% x 20%, já que esta informação geralmente é estimada pelo IBGE).

Um fato interessante é que a curva de Pareto, quando aplicada na gestão de estoques, é um poderoso instrumento que indica que o gestor deve concentrar-se naqueles itens que são mais relevantes. Mas, em contrapartida, os textos produzidos sobre as empresas de pequeno porte no Brasil parecem indicar justamente o contrário: pequenas empresas, que produzem pouco, relativamente, devem ser apoiadas pelo governo. Será isto também uma falta de lógica?

20 fevereiro 2019

Lei de Potência na Receita das Empresas Brasileiras

O artigo abaixo usa o ferramental da econofísica para modelar a granularidade  das 1000 maiores empresas do brasil, de acordo com a receita líquida. Granuralidade siginifica que poucas grandes empresas convivem com muitas empresas pequenas.

Resumo:

“Granularity” refers to the fact that economies are populated by a few large companies (the big “grains”) that coexist with many smaller companies. Such a distribution of firm sizes is modeled by power laws. This study adds to the international evidence of the granularity hypothesis by considering data for the top 1,000 Brazilian companies. We sort the companies from top to bottom in terms of their net revenues. Then, we adjust power laws to the data and estimate Pareto and Gumbel exponents. We find we cannot dismiss the hypothesis of granularity for the Brazilian companies. We also find the Pareto exponent is approximately one (1.070 .015), roughly a Zipf’s law. Such a result is in line with the previous one found for American companies where the Pareto exponent = 1.059. We also find a power-law progress curve best fits the data.

Fonte: Da Silva, Sergio & Matsushita, Raul & Giglio, Ricardo & Massena, Gunther, 2018."Granularity of the top 1,000 Brazilian companies,"Physica A: Statistical Mechanics and its Applications,Elsevier, vol. 512(C), pages 68-73.


O gráfico de dispersão abaixo (log da receita x log do número de firmas) mostra que poucas empresas brasileiras concentram a maior parte das receitas. Assim, muitas empresas pequenas competem com poucas empresas grandes. Ou seja, a distribuição dos dados segue uma lei de potência.


04 outubro 2007

Adeus Pareto?

Uma das regras mais conhecidas no mundo dos negócios é Lei de Pareto. Em homenagem ao economista italiano que formulou, a regra é também conhecida como regra 80/20. Na administração de estoque, a lei de Pareto diz que 20% dos estoques respondem por 80% da receita de uma empresa. Ou que 20% dos blogs serão responsáveis por 80% do tráfico na internet. E assim por diante.

Recentemente o livro A Cauda Longa mostrou a aplicação desta regra no mundo moderno.

Um link informa que uma pesquisa mostrou pode já não ser verdade. Esperar para comprovar.

15 abril 2011

Não existe almoço (nem grande ideia) grátis

Por Pedro Correia


No mercado financeiro costuma-se dizer que não existe almoço grátis, frase atribuída ao economista Milton Friedman, prêmio Nobel de 1976. Na coluna de Elio Gaspari publicada no Jornal Folha de São Paulo de 09/08/1998 com o título "Não existe alomoço (nem grande ideia) grátis", o jornalista informa que essa frase é do economista alemão Gustav von Schmolder. A métafora econômica é do Vilfredo Pareto, que desenvolveu o ótimo de pareto.


Texto de Juan Carlos Laponni in Projetos de Investimento

14 julho 2022

Dez conselhos ruins em finanças pessoais


Gostei deste artigo, do El Blog Salmon. Fiz algumas leves adaptações. 

A maioria das pessoas não tem um euro miserável economizado, entre outras razões, porque faz as coisas ao contrário. A péssima educação financeira neste país é parcialmente responsável por isso.

De certa forma, hoje vou falar sobre ela. Eu vou analisar dez conselhos financeiros socialmente aceitos que, na minha humilde opinião, não têm pés nem cabeça.

Garanto-lhe que, se você os seguir à risca, mais cedo ou mais tarde, acabará tendo problemas financeiros.

1 "Economize 10% do seu salário."

O sistema público de pensões está matematicamente quebrado.

Você pode gostar mais ou menos, mas é um fato: sua pensão e a minha serão simbólicas, um cocô de vaca.

E não espere que alguém venha resolver o problema. O plano B subtrai votos e nenhum político ousará executá-lo.

Como problemas adicionados: todos os anos há mais e mais impostos; a expectativa de vida está aumentando; e a inflação pode ficar conosco por várias décadas.

Então eis que aparece um "ser de luz que anda nas águas" e, a partir de seu púlpito do guru financeiro, ele recomenda "economizar 10% do seu salário todos os meses.".

Apenas 10%? Está brincando? Com isso você está a caminho da ruína; as contas não batem. Você tem que se esforçar mais; você tem que economizar mais.

E se você quiser obtê-lo sem vender sua alma ao agiota, você terá que se concentrar em ganhar mais dinheiro.

Não há teto e lembre-se: ganhe o que puder agora, tente ganhar um pouco mais.

2 "Apenas sua paixão"

Para ganhar mais dinheiro, alguns decidem seguir sua paixão.

Ter paixões injeta um molho picante na vida. Todos devem ter pelo menos uma paixão.

Agora, tentar monetizar sua paixão obsessivamente até que ela se torne o epicentro financeiro de sua vida parece um erro para mim.

Quando eles lhe dizem que "estude o que você gosta" ou "trabalhe no que você ama até que seus sonhos se tornem realidade", respire fundo e engula saliva.

Se sua paixão não estiver alinhada com os interesses do mercado, você corre o risco de colocar jogar fora vários anos da sua vida.

Não persiga sua paixão, o que você precisa perseguir é dinheiro.

3 "Saia da sua zona de conforto." 

Esta pequena frase se espalhou mais rápido que a foto "de você sabe quem" do Whatsapp e causou muitos danos à cabeça.

Se você está mais ou menos bem estruturado e chegou a um ponto em que desfruta de uma boa qualidade de vida, deixar sua zona de conforto é completamente ridículo. Não faz sentido.

Meu conselho é esse tente melhorar gradualmente sua zona de conforto (que é infinitamente mais fácil do que criar uma nova zona de conforto) até transformá-la em um nirvana de conforto.

Mas, por favor, não pule de uma zona de conforto para outra zona de conforto como se estivesse com em um parquinho. Você vai ficar tonto, mais do que qualquer outra coisa.

4 "A universidade é inútil"

Não vou enganá-lo, mesmo eu (que tenho um diploma universitário e pós-graduação) cometi o erro de dizer o seguinte:

"Li inivirsidid ni sirvi piri nidi"

Você vai ver.

Hoje, as universidades se tornaram máquinas de venda automática por diplomas. Eu acho que até aqui todos concordamos.

Você insere 4 anos de sua vida e alguns milhares de euros para o slot e, em troca, obtém um papel que justifica que você sabe muito sobre o seu.

Assinado: o rei.

Mas todos sabemos que o atual modelo universitário está desatualizado e que a maioria dos diplomas é pior do que negociar com 4 telas.

Contudo, a realidade nos dá duas dicas:

A taxa de desemprego para estudantes universitários é muito menor que a taxa de desemprego para estudantes não universitários. Com poucas exceções, o salário médio dos estudantes universitários é superior ao salário médio dos estudantes não universitários. A faculdade também serve a qualquer coisa? Ao contrário da minha opinião (e talvez a sua também), em geral, a resposta é sim.

5 "Leia todos os livros que puder."

Não me interpretem mal, mas a leitura excessiva pode ser absurda.

De vários livros lidos sobre um tópico, ler um pouco mais não adiciona nada. Só levará tempo para algo muito mais importante: agir.

Pense nisso.

Certamente, em algum momento de sua vida, você ficou obcecado em ler livros sobre finanças, investimentos, negócios, estilo de vida ... Você não terminou um e já está pensando em ler o próximo.

Livro, livro, livro, livro ... E colocando no Twitter que você tem 11 livros lidos em 7 meses.

Pare, cara, pare. Você lê para aprender a investir, mas não investe? Você lê para aprender a empreender, mas não se compromete? Você lê para se tornar o proprietário do seu tempo, mas passa quatro horas por dia na frente de um livro?

Talvez você devesse leia menos e faça mais. Lembre-se: Você não aprende sexo lendo o kamasutra.

6 "Investir é para especialistas"

Este foi pressionado até mim e que, como eu estava dizendo, tenho um artigo assinado pelo rei, no qual ele diz que sei muito sobre economia.

Antes da internet, investir era difícil ou muito difícil.

Você tinha que confiar no banco ou em um consultor financeiro para o seu inimigo. E, na maioria das vezes, você não tinha absolutamente nenhuma ideia de para onde estava indo seu dinheiro.

Felizmente, para você e eu, os tempos mudaram. Hoje qualquer um pode:

Aprenda o que é necessário; invista com bom senso no Princípio de Pareto: você não precisa aprender 100%, 20% é suficiente para você. Comece a investir com bom senso. Você só precisa perder o medo. Decida fazê-lo. O mais difícil é dar o primeiro passo. 

"Investir é para especialistas" não é mais difícil, e eu vou girar com o próximo ponto.

7 "Investir é jogar"

Para ganhar 25% de rentabilidade anual, você deve apostar; para obter uma lucratividade semelhante à do mercado, você precisa investir.

Tenha cuidado, jogar (ou especular) não precisa ser ruim por si só se você o fizer conscientemente e conhecer os riscos.

Você deseja obter alta rentabilidade em pouco tempo? Então você não quer comprar um fundo indexado. Você tem que jogar e tem que apostar. Você pode fazê-lo na bolsa, no cassino, no bingo ou com cavalos. Você também pode roubar uma van.

É a sua aposta.

Isso pode dar certo ou pode dar errado. Mas não confunda jogo com investimento. São coisas diferentes. Ouso dizer que são antônimos.

8 "Cryptomonedas são o futuro"

Sobre investimentos, uma subseção.

Comprar a ideia de que as criptomoedas são o futuro e que você precisa investir nelas e pisar como se não houvesse amanhã parece um pouco imprudente para mim.

Milhares de jovens que não sabem diferenciar um blockchain de um pacote de Marlboro e falam de dinheiro fiduciário e políticas monetárias como se tivessem acabado de passar por um mestrado na Harvard Business School, quando a realidade é que eles não têm ideia.

Vamos enfrentá-lo não temos uma bola de cristal mágica. Portanto, nem você nem eu nem mais ninguém podemos ter certeza se as criptomoedas serão ou não o futuro.

Isso significa que devemos ignorá-los como se fossem uma cerveja não alcoólica? Não, isso não significa isso. Isso significa que você precisa saber como medir riscos.

9 "Boa dívida será sua alavanca."

O argumento para uma boa dívida (entendida como a ajuda para comprar ativos com os quais obter renda) tem um rastro de cadáveres por trás.

Comprar um apartamento hipotecário e alocá-lo para alugar pode ser uma boa ideia se você fizer isso com a cabeça. Os inquilinos pagarão a hipoteca e as despesas e você receberá um benefício passivo todos os meses. Em 20 anos, o apartamento será pago e quase todo o aluguel se tornará um benefício.

Um negócio infernal que o banco pagou a você.

Agora repita a operação com 5 ou 10 andares e você terá 5 ou 10 rendas passivas. Uma boa dívida fará de você um milionário. Ou talvez não.

5 ou 10 hipotecas equivale a 5 ou 10 problemas potencialmente importantes que podem literalmente falir com você.

Meu conselho? Não exagere e tenha cabeça e tenha muito cuidado com dívidas.

10 - "Trabalhe duro e fique rico"

Se você deseja criar seu próprio império a partir do zero absoluto, terá que trabalhar muito por alguns anos de sua vida. Não serei eu quem dirá o contrário. Não há truques de mágica.

Agora, transformar o trabalho duro no motor da sua vida é uma besteira que não o levará a lugar algum. Só no hospital com um ataque de ansiedade. Ou, pior ainda, com um ataque cardíaco.

E não é isso que queremos.

Se você quiser ganhar macarrão de verdade você terá que parar de trocar tempo por dinheiro Trabalhar uma hora e cobrar uma hora não fará de você um milionário. Seu tempo é limitado.

Juros compostos não se aplicam apenas a investimentos. Aplica-se a tudo na vida, incluindo a renda gerada pelo trabalho.

Até então, um grande abraço. Nudista investidor

23 fevereiro 2024

Desafio do Escopo 3 exige rigor no que se diz

A divulgação de informações climáticas representa um novo desafio para as empresas. Nesse sentido, as informações são classificadas em Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3, conforme indicariam a responsabilidade da empresa que divulga a informação. Os dois primeiros escopos estão vinculados à responsabilidade da empresa com a emissão de poluentes, direta (escopo 1) ou indireta (escopo 2). A grande polêmica sempre foi o escopo 3, que são as emissões da cadeia de valor da empresa.

Os reguladores gostariam de obrigar a empresa a divulgar a informação sobre a emissão da cadeia de valor. Faz certo sentido, na medida em que uma empresa pode terceirizar uma atividade poluente e isso não aparecer no relatório de sustentabilidade. Uma empresa que produz e vende um celular pode terceirizar a produção de uma peça que terá um maior impacto para o clima para um fornecedor. Em seu relatório de sustentabilidade, essa emissão não será divulgada caso não exista a obrigatoriedade de fornecer a informação do escopo 3.

Um argumento contra a divulgação dessa informação é que a responsabilidade não é da empresa que divulga, mas de outra entidade. E que essa informação deveria ser evidenciada pelo fornecedor, que terá mais condições de apresentar algo que seja útil para o usuário. Há outra questão que envolve o constrangimento de exigir a informação de um fornecedor, que muitas vezes não possui condições de obter o dado.

O regulador parece entender que a divulgação do escopo 3 é uma forma de olhar o processo como um todo, incluindo as atividades terceirizadas. O celular talvez não seja tão poluente, mas a sua bateria, um componente feito por terceiros, sim. O processo de produção da bateria só ocorreu pela existência do celular. Essa é uma visão que tem prevalecido no mundo dos negócios, onde as empresas devem ser rigorosas não somente com suas políticas sociais e de sustentabilidade, mas também com os fornecedores.

Se o escopo 3 é um grande desafio para as empresas, a qualidade da informação divulgada desse item também sofre. Simi Thambi faz algumas considerações interessantes sobre esse assunto. Segundo ele, o escopo 3 corresponde a 70% das emissões totais de uma empresa. Não há uma informação detalhada de onde surgiu esse número, e acredito que o percentual varie conforme a empresa. Ou seja, desconfio desse percentual. A proposta do ISSB, a entidade criada para emitir normas de divulgação relacionadas com os relatórios contábeis e vinculada à Fundação IFRS, apoia a divulgação do escopo 3. Esse apoio já permite que sejam feitos estudos sobre essa informação. Thambi mostra que o resultado não é bom, mas vejo uma série de lacunas em sua análise. (O texto de Thambi está em itálico)


Uma análise de 4 mil grandes e médias empresas, divulgada no dia 25 de janeiro, mostr a que, embora muitas empresas relatem várias categorias de emissões de Escopo 3, muitas vezes elas ignoram as emissões mais materiais – aquelas com a maior parcela das emissões totais. Mais da metade das 2 mil empresas que reportam emissões de mbito 3 omitem estas categorias cruciais das suas divulgações.

[Isso é estranho. Se a informação é omitida, como foi possível saber que isso ocorreu ou se a informação é imaterial?] 

Isto indica uma tendência em que as empresas, para efeitos de elaboração de relatórios, dão prioridade a dados de emissões que são mais fáceis de obter, ignorando potencialmente dados que, embora mais difíceis de recolher, poderiam levar a oportunidades para reduções mais significativas de gases com efeito de estufa.

[Como é possível saber se isso está ocorrendo? São muitas empresas, onde as informações podem não estar sendo divulgadas por outro problema. Assume aqui que a não divulgação é pela não obtenção da informação]

Além disso, a análise mostra que apenas duas categorias – uso de produtos vendidos e bens e serviços adquiridos, entre as 17 subcategorias do Escopo 3 – representam mais de 80% da maioria das emissões do Escopo 3 das empresas, destacando sua importância para o relatório. 

[Novamente, se há lacunas nos relatórios divulgados, como é possível ter tanta certeza desse percentual? Baseado na lei de Pareto, onde 20% dos itens irão representar 80% dos valores, o percentual pareceu exagerado]

16 dezembro 2009

Teste #196

Segundo um texto do jornal O Globo (Banco do Brasil no rastro de devedores da União, Martha Beck e Vivian Oswald, 6/12/2009) o governo federal está estudando a possibilidade de terceirizar o processo de cobrança das dividas da União. Atualmente esta cobrança é feita pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o objetivo é passar adiante as pequenas dívidas. Os pequenos devedores, com dívidas entre 20 a 30 mil reais, concentram 60% dos processos e 10% do valor (olha a lei de Pareto). Com isto a PGFN focaria na cobrança das dívidas de grandes empresas que faliram (Transbrasil, Mesbla e Casas Pernambucanas, por exemplo). O texto informa que cada processo de cobrança tem um custo de R$17 mil e dura em média 12 anos. Considerando um custo de oportunidade de 10%, supondo que o custo do processo de cobrança seja igualmente distribuído, de forma anual, no tempo (ou seja, é uma periodicidade), qual o valor ao final dos doze anos? Este valor representa o montante que passa ser interessante fazer a terceirização.

Resposta do Anterior: O tratado é de William Stevenson (nenhuma relação com o estatístico), publicado em 1756. O auditor é de T.R., publicado em 1707. De James Mill, a superioridade do método italiano de contabilidade.

24 fevereiro 2010

Prêmio Nobel e Riqueza


A figura mostra uma interessante relação. Do lado direito, a distribuição da riqueza mundial em cinco grupos de países, dos mais ricos aos mais pobres. Os 20% de países mais ricos concentram 82,7% da riqueza mundial e os 20% mais pobres são responsável por 1,4% do total.

Do lado esquerdo, a distribuição dos Prêmios Nobel entre os países. Os 20% de países que mais ganharam este prêmio representam 80,73% da premiação total. Já os países que menos foram lembrados só obtiveram 1,23%.

Ambas as distribuições são exemplos da Distribuição de Pareto, nome em homenagem ao economista italiano que descobriu num estudo sobre desigualdade social.

Por esta distribuição, 20% das pessoas irão representar 80% da renda de um país. A distribuição também é aplicada nos negócios (20% dos produtos de uma empresa são responsáveis por 80% das vendas), a economia etc.

29 março 2022

Sorte ou talento? O papel da aleatoriedade

 Resumo:

The largely dominant meritocratic paradigm of highly competitive Western cultures is rooted on the belief that success is due mainly, if not exclusively, to personal qualities such as talent, intelligence, skills, smartness, efforts, willfulness, hard work or risk taking. Sometimes, we are willing to admit that a certain degree of luck could also play a role in achieving significant material success. But, as a matter of fact, it is rather common to underestimate the importance of external forces in individual successful stories. It is very well known that intelligence (or, more in general, talent and personal qualities) exhibits a Gaussian distribution among the population, whereas the distribution of wealth- often considered a proxy of success- follows typically a power law (Pareto law), with a large majority of poor people and a very small number of billionaires. Such a discrepancy between a Normal distribution of inputs, with a typical scale (the average talent or intelligence), and the scale invariant distribution of outputs, suggests that some hidden ingredient is at work behind the scenes. In this paper, with the help of a very simple agent-based toy model, we suggest that such an ingredient is just randomness. In particular, we show that, if it is true that some degree of talent is necessary to be successful in life, almost never the most talented people reach the highest peaks of success, being overtaken by mediocre but sensibly luckier individuals. As to our knowledge, this counterintuitive result- although implicitly suggested between the lines in a vast literature- is quantified here for the first time. It sheds new light on the effectiveness of assessing merit on the basis of the reached level of success and underlines the risks of distributing excessive honors or resources to people who, at the end of the day, could have been simply luckier than others. With the help of this model, several policy hypotheses are also addressed and compared to show the most efficient strategies for public funding of research in order to improve meritocracy, diversity and innovation.


Talent versus luck: The role of randomness in success and failure
A Pluchino, AE Biondo, A Rapisarda
Advances in Complex systems 21 (03n04), 1850014



20 março 2007

Custos e Agronegócios

Recebo um e-mail do André Callado divulgando o periódico Custos e @gronegócio Online. O título já informa sua temática. O segundo número de 2006 já está disponível na página da revista para a leitura.

Tive a honra de divulgar um trabalho meu no primeiro número da revista (uma análise de CVL aplica ao setor agropecuário, em co-autoria com Alex Laquis e Antônio Augusto). Também sou do Conselho Editorial.

No último número tem os seguintes artigos:

Artigo 1: Sistema de gestão de custos nas pequenas
propriedades leiteiras. - Autores: José Carlos Marion e Sonia Segatti

Artigo 2: Projeto GEROLEITE - Capacitação do pecuarista de leite: Caso Cooperativa Agropecuária de Miracema/RJ. - Autores: Carlos Augusto de Oliveira, João Carlos de
Carvalho Almeida, Fábio José Pimentel, Marcos Leitão Linhares e Carlos Alexandre Constâncio Branco

Artigo 3: Informações de custos utilizadas no processo decisório em uma empresa salineira do Rio Grande do Norte. Autores: José Ribamar Marques de Carvalho, Cícero
Caldas Neto e Aneide Oliveira Araujo

Artigo 4: A utilização conjunta do método UP'(Unidade de Produção - UEP') com o diagrama de Pareto para identificar as oportunidades de melhoria dos processos de fabricação - Um estudo na agroindústria de abate de frango. Autores: Simone Espindola de Oliveira, Valerio Allora e Frederico Tadashi Carvalho Sakamoto

Artigo 5: Custos de produção de uma fornalha a carvão vegetal para aquecimento de aviário. Autores: Williams Pinto Marques Ferreira, Suely de Fátima Ramos Silveira, Juarez de Sousa e Silva e Cecília de Fátima e Souza

O endereço eletrônico é: http://www.custoseagronegocioonline.com.br/

03 outubro 2016

Dinâmica da Desigualdade de Renda

Resumo:

The past forty years have seen a rapid rise in top income inequality in the United States. While there is a large number of existing theories of the Pareto tail of the longrun income distributions, almost none of these address the fast rise in top inequality observed in the data. We show that standard theories, which build on a random growth mechanism, generate transition dynamics that are too slow relative to those observed in the data. We then suggest two parsimonious deviations from the canonical model that can explain such changes: “scale dependence” that may arise from changes in skill prices, and “type dependence,” i.e. the presence of some “high-growth types.” These deviations are consistent with theories in which the increase in top income inequality is driven by the rise of “superstar” entrepreneurs or managers.

Fonte: The Dynamics of InequalityXavier Gabaix, Jean-Michel Lasry, Pierre-Louis Lions, and Benjamin Moll.2016