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20 junho 2025

Rir é o melhor remédio


 Fonte: aqui

Riscos ao adotar a postura ESG e DEI


Um artigo do Australian Financial Review discute como ESG (Ambiental, Social e Governança) e DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), antes vistos como pilares de responsabilidade corporativa, estão se tornando potenciais fontes de risco para os negócios. Nos Estados Unidos, essas práticas passaram a ser alvo de pressões políticas, ações judiciais e resistência cultural, fazendo com que muitas empresas repensem sua abordagem. 

O texto trata das repercussões na Austrália, onde conselhos e executivos começam a perceber que adotar ou expandir iniciativas de ESG e DEI pode gerar não apenas benefícios reputacionais, mas também exposição a riscos legais e críticas públicas. 

Como a pauta também foi adotada pela Fundação IFRS, e também pelo CFC/CPC, creio que pode também existir um risco aqui para as empresas brasileiras.  

Economia do casamento


Da revista The Economist (via aqui

 A mediana do dote pago pelas noivas em casamentos no campo dobrou em termos reais entre 2005 e 2020, segundo um estudo recente de Yifeng Wan, da Universidade Johns Hopkins. Os valores nas áreas urbanas também estão aumentando. Um dote de 380.000 yuans seria, de fato, bastante elevado na província de Guangdong, onde a mediana era de cerca de 42.000 yuans na última estimativa. Mas pareceria um pouco menos absurdo na vizinha Fujian, onde o valor típico é de 115.000 yuans.

Aqui um verbete na Wikipedia sobre o casamento na China Moderna

O mundo do faz de conta das normas das PMEs


A norma internacional de contabilidade para pequenas e médias empresas, elaborada pela Fundação IFRS, tem como premissa oferecer uma abordagem simplificada e mais adequada às características desse segmento. A iniciativa de consolidar, em um único documento, princípios contábeis ajustados à realidade das PMEs, considerando a relação custo-benefício, é, sem dúvida, meritória.

Entretanto, a tarefa de simplificar uma norma sem comprometer sua essência não é trivial. A terceira edição da norma, aprovada em fevereiro deste ano, levanta questionamentos relevantes. Por exemplo: quantas pequenas empresas, de fato, realizam consolidação de demonstrações financeiras? Arrisco dizer que esse percentual seria inferior a 1%. Isso me levou a refletir se minha percepção estaria desatualizada, especialmente ao observar que a nova versão dedica uma seção específica ao tema.

Da mesma forma, é pertinente questionar se a exigência do regime de competência, combinada com a adoção integral do modelo de reconhecimento de receita inspirado no IFRS 15 — com suas múltiplas etapas e detalhamentos —, se alinha às necessidades e capacidades operacionais das PMEs. Trata-se, sem dúvida, de um acréscimo significativo de complexidade.

Parece que as escolhas feitas acabam por atender mais aos interesses de consultores e de quem atua na interpretação e implantação das normas, do que propriamente às empresas e aos profissionais da contabilidade — ou, como prefere a Fundação IFRS, aos “preparadores”. Minha percepção de que essas mudanças são desfavoráveis aos contadores reside na expectativa de que muitas empresas simplesmente não irão adotar plenamente as exigências, sob a justificativa dos custos envolvidos, gerando um distanciamento entre a norma e a prática. Cria-se, assim, um ambiente em que se simula conformidade, sem que, de fato, se alcance a aplicação plena dos preceitos propostos.

Veja aqui um resumo da norma. Imagem: aqui, um mercador fazendo sua contabilidade, por Katsushika Hokusai.

19 junho 2025

Nova norma de reconhecimento da receita aumentou o preço no supermercado


Os reguladores muitas vezes elaboram normas sem considerar adequadamente suas consequências práticas. Um exemplo claro é a norma de reconhecimento da receita, desenvolvida em conjunto pelo FASB e pelo IASB — conhecida como IFRS 15 e traduzida para o português pelo CPC. Embora atenda aos objetivos técnicos daqueles que a aprovaram, seus efeitos podem ser bastante negativos para a sociedade como um todo.

Uma pesquisa recente ilustra bem esse impacto. Nos Estados Unidos, a norma foi incorporada ao padrão ASC 606. Alguns anos após sua adoção, um estudo envolvendo empresas do setor varejista revelou que os preços dos produtos nas prateleiras aumentaram, em média, 4,4%, efeito diretamente associado à mudança no reconhecimento da receita.

Na prática, a norma alterou o momento e a forma como as empresas reconhecem determinados itens. Antes, muitas organizações podiam reconhecer a receita no momento da entrega do produto ou da prestação do serviço. Com a nova regra, a receita só pode ser registrada quando todas as obrigações de desempenho previstas no contrato forem cumpridas — ou seja, quando o controle do bem ou serviço é efetivamente transferido ao cliente.

No caso dos varejistas analisados, a norma também impactou o tratamento de descontos, bonificações, programas de fidelidade e acordos com fornecedores. Incentivos que antes eram contabilizados como despesas futuras passaram a ser registrados como deduções na receita atual. Esse ajuste contábil reduziu artificialmente as margens apresentadas nos balanços, levando muitas empresas a reajustar os preços dos produtos para compensar a diferença.

Diante desse cenário, o que se esperaria seria uma discussão séria sobre a conveniência da norma, seus efeitos colaterais e, eventualmente, sua revisão ou até mesmo revogação, considerando o impacto sobre consumidores e a economia real. No entanto, resta a dúvida se os reguladores terão a coragem de reconhecer que erraram.

Incertezas e Demonstrações


A notícia:

O International Accounting Standards Board (Iasb) decidiu ontem, 17 de junho, avançar com sete exemplos ilustrativos que visam melhorar o relatório de incertezas nas demonstrações contábeis. Esses exemplos usam cenários relacionados ao clima para ilustrar princípios que se aplicam amplamente a todos os tipos de incertezas.

Em resposta ao feedback das partes interessadas, o Iasb desenvolveu esses exemplos para abordar preocupações sobre inconsistências entre as informações divulgadas nas demonstrações contábeis e em outros relatórios. Os exemplos evidenciam como as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS, na sigla em inglês) se aplicam ao relatar incertezas nessas demonstrações.
 

Creio que seria mais adequado se os exemplos pudessem considerar situações que incluíssem incerteza política, novas regulamentações e outros aspectos que talvez fossem mais próximos da realidade da maioria das empresas. Mas a decisão parece muito muito voltada a reforçar o trabalho do ISSB. Pena. 

Pintura: Ken Currie Age of Uncertainty

Fair play financeiro no futebol brasileiro


Eis a notícia:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu inscrições de 27 clubes interessados em integrar o grupo de trabalho que vai elaborar as bases do Fair Play financeiro no futebol brasileiro. Oito federações estatuais também têm interesse em participar. (...) A primeira reunião oficial do grupo será após o Mundial de Clubes, que tem a final em 13 de julho. Depois, serão 90 dias até a apresentação da proposta final do que a CBF chama por Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF).

(...) Além de clubes e federações, a portaria que lançou o grupo prevê a participação de consultores técnicos independentes, “com notório saber nas áreas de finanças, contabilidade, governança, direito desportivo ou administração esportiva, que atuarão de forma consultiva e voluntária”.

Mais do que criar um regulamento, é importante a sua aplicação.