02 junho 2025
Teoria da escova de dentes
Um estudo recente de Farid Anvari et al identificou que 43 mil novas medidas foram publicadas na área da psicologia desde 1993. Desse total, metade nunca foi utilizada além do artigo que introduziu a medida. E talvez uma parcela ainda maior jamais tenha sido usada fora do "grupo" de pesquisa do criador da medida.
Este texto aqui apresenta uma teoria interessante: a da escova de dentes. Não utilizamos as medidas criadas por terceiros. Haveria uma barreira motivacional que reforça a necessidade prática de a pesquisa apresentar alguma novidade — que nem sempre será útil para a ciência.
Perdão presidencial
O presidente dos Estados Unidos parece gostar de maus pagadores. Por meio de um decreto, a Casa Branca perdoou as "estrelas" de reality show Todd e Julie Chrisley. Em 2022, o casal foi condenado por evasão fiscal e fraude bancária — crimes tipicamente associados a golpistas —, mas a presidência considerou que a pena aplicada foi injusta.
No programa Chrisley Knows Best, o casal exibia o estilo de vida luxuoso de sua família na Geórgia e no Tennessee. O reality foi exibido entre 2014 e 2023, chegando a alcançar 2 milhões de espectadores em sua oitava temporada. A avaliação do programa no IMDb é de 4,9, com a maioria das notas sendo 1 ou 10.
Quanto ao crime cometido, os Chrisleys enviaram documentos falsos para obter mais de 36 milhões de dólares em empréstimos pessoais. Por isso, Todd foi condenado a 12 anos de prisão e Julie, a 7 anos.
Prêmio Darwin
Da Wikipedia:
Prêmios Darwin (do inglês Darwin Awards) são uma honraria irônica, atribuída àqueles que cometem erros tidos como estúpidos e que levam à própria morte ou esterilização e à subsequente incapacidade de legar a seus descendentes suas características, dessa forma "contribuindo" para a melhoria do pool genético da humanidade e para a diminuição da estupidez. O nome do prêmio deriva do biólogo e naturalista britânico Charles Darwin, que popularizou a Teoria da Evolução. Os Prêmios Darwin começaram a ser atribuídos em 1991, muito embora já houvesse casos que preencheriam seus critérios e requisitos anteriormente. O caso mais antigo remonta a 1874, quando o aluno de uma universidade fantasiou-se de vampiro para uma festa e, para fingir que havia sido caçado, tentou prender uma estaca de madeira na camisa e acabou atravessando-a no peito.
Um brasileiro já venceu o prêmio em 2008: Adelir Antônio de Carli, um padre, que tentou usar balões para viajar.
O vídeo acima mostra um homem tentando embarcar em um navio, na Austrália. Isso me faz lembrar de uma resposta que um ministro da Islândia deu para alguém que questionou o fato de um turista ter arriscado sua vida e ter morrido: acreditamos em Darwin.
01 junho 2025
Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Manucci
Amatino Manucci (século XIII) foi um comerciante italiano baseado em Nîmes, na França, no final do século XIII, cujo trabalho inclui o mais antigo registro existente de contabilidade por partidas dobradas, embora ele não seja creditado como o inventor dessa técnica contábil.
Manucci mantinha os registros contábeis da Giovanni Farolfi & Company, uma sociedade mercantil com sede em Nîmes, França. Ele era sócio da filial de Salon, no sul da França. A escrita, inteiramente feita por Manucci, é cuidadosa, legível e em grande parte bem preservada. Sobrevivem registros financeiros de 1299–1300 que ele manteve para a filial da empresa em Salon, na Provença. Embora esses registros estejam incompletos, apresentam detalhes suficientes para serem identificados como contabilidade por partidas dobradas. Esses detalhes incluem o uso de débitos e créditos e a dualidade das entradas. Nada mais se sabe sobre Amatino Manucci além desse livro razão que ele manteve.
Fonte: Wikipedia
É interessante notar que a enciclopédia da história mundial da contabilidade não cita Manucci. A grande influência aqui é Fenny Smith, The influence of Amatino Manucci and Luca Pacioli, in BSHM Bulletin: Journal of the British Society for the History of Mathematics, vol. 23, n. 3, 2008-10, pp. 143-156.
Grandes nomes da história da contabilidade mundial: Dicksee
Dicksee, Lawrence (1864–1932) - Lawrence Dicksee nasceu em Londres e cresceu em uma família de artistas com sucesso modesto. Em 1881, aos 17 anos, tornou-se assistente de contabilidade por meio de um contrato de aprendizagem, e, em 1886, qualificou-se por exame como membro do Institute of Chartered Accountants in England and Wales. Em seguida, abriu seu próprio escritório de contabilidade em Cardiff, onde também lecionava contabilidade nas escolas técnicas locais. Em 1902, foi nomeado professor titular de contabilidade na Universidade de Birmingham. No mesmo ano, passou a atuar como professor em tempo parcial na London School of Economics, onde continuou a lecionar até sua aposentadoria, em 1926.
Dicksee foi um dos escritores mais prolíficos de contabilidade de sua época, com uma impressionante variedade de interesses e conhecimentos. O mais conhecido de seus 17 livros foi Auditing (1892), que teve 19 edições no Reino Unido e serviu de modelo para o livro Auditing Theory and Practice (1912), de Robert H. Montgomery, nos Estados Unidos. Dicksee também foi o primeiro contador a escrever livros sobre goodwill e depreciação. Publicou obras especializadas sobre conversão de moeda estrangeira, contabilidade de leiloeiros, advogados, companhias de gás, hotéis, minas e garagens. Seu livro sobre organização empresarial e gestão de escritórios antecipou a revolução no processamento de informações em quase 50 anos.
Hoje, a reputação de Dicksee se baseia principalmente em seus escritos teóricos. Ao contrário da maioria de seus contemporâneos, ele explorava os problemas contábeis com base no que chamava de “princípios fundamentais”. Foi um dos primeiros a realizar esforços sistemáticos para formular uma base racional para avaliação de ativos e mensuração do resultado.
Antes de considerar as propostas de Dicksee, é necessário compreender a prática contábil de sua época. No final do século XIX, a maioria das empresas manufatureiras ainda utilizava o método da conta única ou método de inventário para avaliação de ativos, tratando os ativos fixos como mercadorias não vendidas. Os ativos eram avaliados ou reavaliados no final de cada exercício contábil, e para a maioria das empresas que usavam esse método, o lucro correspondia à variação do valor de todos os ativos, qualquer que fosse a causa. Não se fazia distinção entre despesas de capital e de receita, entre ativos circulantes e de longo prazo, ou entre aumentos inflacionários e lucro real.
As ferrovias inglesas e algumas empresas de utilidade pública eram legalmente obrigadas a usar o método da conta dupla. Os custos de aquisição de ativos de longa duração eram capitalizados e nunca depreciados. Como essas empresas precisavam manter seus ativos fixos de forma permanente, assumia-se que os valores dos ativos permaneciam constantes enquanto estivessem em boas condições de uso. Isso tornava natural capitalizar melhorias e acréscimos aos ativos, enquanto substituições e reparos eram lançados diretamente como despesas. Como o momento da substituição de ativos era uma decisão gerencial, a depreciação também o era. Quando registrada, a depreciação era vista não como despesa operacional, mas como uma retenção de receita para repor o valor do ativo perdido.
O principal alvo de Dicksee era o método da conta dupla, que ele criticava por não exigir depreciação e por assumir que o consumo de capital não superaria a taxa de reposição de ativos. Ele argumentava que o principal objetivo das empresas era sua continuidade, e que a avaliação dos ativos deveria refletir esse fato. Mesmo empresas que não registravam depreciação enfrentavam a inevitabilidade da reavaliação de ativos quando estes eram vendidos ou quando a empresa mudava de proprietário. Assim, não eram apenas os preços correntes dos ativos — valores de liquidação — que importavam, mas também os preços futuros.
Para antecipar esses valores o mais precisamente possível, Dicksee acreditava que os ativos precisavam ser avaliados como “entidade em funcionamento”, ou seja, “pelo valor que teriam nos livros se a depreciação adequada tivesse sido registrada” (Auditing, 5ª ed., 1902).
A suposição de Dicksee de vida útil indefinida para a empresa também descartava o uso de preços de liquidação nos balanços de empresas manufatureiras. Se uma empresa mantinha seus ativos fixos permanentemente, parecia ilógico determinar lucros por meio de avaliações anuais baseadas em valores de revenda. Como não havia intenção de vender esses ativos, as flutuações de seus preços de mercado não podiam ser consideradas ganhos ou perdas. Ativos de longo prazo deveriam ser avaliados pelo custo de aquisição menos a depreciação. A justificativa de Dicksee para ignorar variações de valor que não fossem causadas pelo “tempo e uso” era que não se pretendia realizar tais ativos. Eles haviam sido adquiridos para uso, e não para revenda com lucro.
No entanto, a lógica da continuidade operacional exigia que os ativos circulantes fossem avaliados pelo valor líquido realizável. Como eram comprados ou produzidos para venda, eram sensíveis a variações de valor, e qualquer queda nos preços, segundo Dicksee, deveria ser registrada como perda. Pela mesma lógica, valorização dos ativos deveria ser creditada como receita — mas Dicksee não foi tão ousado. Como antes da venda “sempre há dúvida se tal realização de fato ocorreu, é mais prudente postergar o reconhecimento do lucro presumido até que este tenha sido efetivamente realizado” (Advanced Accounting, 1903).
Na virada do século, essas ideias eram revolucionárias. O fato de hoje parecerem ortodoxas é evidência de sua aceitação generalizada. Dicksee, mais do que qualquer outro indivíduo, estabeleceu o princípio da continuidade como um conceito contábil significativo. Ao fazer isso, ajudou a mudar o foco da contabilidade de uma visão puramente histórica de avaliação — baseada em preços de liquidação e conservadorismo — para a visão de que os valores dos ativos dependem de eventos futuros. Isso, por sua vez, abriu caminho para a síntese de outros princípios contábeis — custo histórico, objetividade, competência e realização — em torno do conceito de entidade em continuidade.
Michael Chatfield - The History of Accounting
Dicksee foi o autor do verbete Accounting para a edição da Enciclopedia Britannica de 1911, uma das melhores edições já produzidas. A foto está na pesquisa da Dicksee Family
Grandes nomes da história mundial da contabilidade: Schmalenbach
Schmalenbach, Eugen (1873–1955) - Eugen Schmalenbach é considerado um dos estudiosos mais influentes no ensino, na pesquisa e na prática contábil na Alemanha e na Europa Continental. Seus antepassados eram agricultores da Vestfália; seu pai operava um pequeno negócio de fabricação de dobradiças e fechaduras, onde Schmalenbach trabalhou por quatro anos após concluir o ensino médio e um treinamento prático em engenharia.
Em 1898, iniciou seus estudos em economia empresarial na recém-fundada Handelshochschule (Escola Comercial) de Leipzig; formou-se entre a primeira turma de estudantes em 1900 e permaneceu como assistente pessoal do Professor Karl Buecher, que combinava interesses em economia, antropologia e história. Após concluir títulos acadêmicos avançados, Schmalenbach transferiu-se para a Handelshochschule de Colônia, onde foi nomeado professor titular em 1906. A Handelshochschule tornou-se a Universidade de Colônia em 1919 e, graças aos esforços de Schmalenbach, tornou-se uma das principais escolas de negócios da Alemanha.
Schmalenbach continuou lecionando até 1933, quando foi forçado a se aposentar precocemente por sua esposa ser judia. Permaneceu ativo em sua área por meio da escrita e da consultoria até o fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1945, retomou seus famosos seminários, que conduziu quase até sua morte. Schmalenbach recebeu diversos doutorados honorários por suas contribuições à contabilidade e à teoria dos negócios, concedidos por universidades alemãs e estrangeiras, apesar de nunca ter lecionado no exterior.
Schmalenbach, integrante da primeira geração de professores universitários de administração na Alemanha, é considerado um dos pais fundadores da administração e da contabilidade acadêmicas. Suas principais contribuições foram nas áreas de: (1) contabilidade e mensuração do resultado (Bilanztheorie), com o desenvolvimento do conceito de contabilidade dinâmica; (2) plano de contas uniforme; e (3) contabilidade gerencial e formação de preços.
Schmalenbach era pragmático e acreditava firmemente que, em uma área aplicada, teorias sem impacto direto nas operações empresariais eram inúteis. Por isso, atuou como consultor e grande parte de seus escritos tratava de problemas práticos. Também contribuiu para os avanços nas teorias de organização, auditoria, finanças e marketing. Seguindo a tradição microeconômica alemã, Schmalenbach via a empresa como uma entidade que converte caixa em outros recursos para utilização econômica, retornando eventualmente esses recursos à forma de caixa. Seu balanço patrimonial, portanto, media os ativos em vários estágios intermediários dessa conversão, representando um registro de recursos ainda não consumidos ou, em suas palavras, diferentes classes de acréscimos ou antecipações. Alguns desses recursos eram essenciais para as operações (betriebsnotwendig), enquanto outros eram mantidos para fins especulativos.
Assim, a principal ênfase para mensuração de desempenho e resultado deveria ser colocada na demonstração de resultados, uma visão semelhante à de A.C. Littleton, nos Estados Unidos, e de outros contemporâneos. Sua visão “dinâmica” representava um rompimento drástico com a visão legalista predominante (chamada de “estática”) das demonstrações financeiras, que tratava os ativos apenas como registros de valores disponíveis. Antes dele, poucas tentativas haviam sido feitas para interpretar o significado econômico das demonstrações financeiras, e quase ninguém havia tentado justificar as regras de avaliação existentes. Por entender os valores do balanço como transitórios e a sua função como suporte para os dados da demonstração de resultados, ele rejeitou a reavaliação de ativos com base em valores de mercado e, com relutância, aceitou apenas a necessidade de demonstrativos suplementares indexados durante a hiperinflação da década de 1920.
A contribuição mais duradoura de Schmalenbach, com o maior impacto internacional, veio de seu plano de contas uniforme. Seu sistema consistia em 10 classes de contas: 0 = contas inativas, contendo ativos e passivos não circulantes;
1 = contas financeiras; 2 = contas de ajuste que separam dados financeiros e gerenciais; 3 = custos gerais; 4 = matérias-primas e salários; 5 = livre para uso da contabilidade interna; 6 = centros de custo de serviços; 7 = centros de custo de produção; 8 = produtos em processo e acabados; 9 = custo de venda, receitas de vendas, resultados mensais, anuais etc. O plano de contas uniforme sistematizava os registros contábeis com base no princípio de fluxo e buscava rastrear o consumo de recursos.
Schmalenbach considerava o custo como uma expressão contábil das quantidades de recursos consumidos, mensuradas em unidades monetárias apenas para fins de aditividade. Para realizar conjuntamente a coleta de dados convencionais da contabilidade financeira e a mensuração do consumo real de recursos — incluindo ativos que não são registrados (por exemplo, ativos doados) ou que não são adequadamente mensurados para fins de tomada de decisão (por exemplo, alterações de preços) — seu sistema permitia a utilização simultânea de diversos valores diferentes (necessários em razão de mudanças de preços, inflação, padrões de depreciação mais precisos, inclusão de juros para refletir com exatidão a utilização total do capital e não apenas o custo de endividamento), por meio do uso de itens de custo imputado (kalkulatorische Kosten) para fins gerenciais.
Para operacionalizar o sistema, ele introduziu contas de custo — isto é, contas de consumo de recursos — como um conjunto separado de contas na classe 2. Essas contas eram automaticamente eliminadas ao final de cada período nas contas de resumo da classe 9, mantendo, assim, as mensurações tradicionais de despesas dentro do ciclo da contabilidade financeira. As contas financeiras e gerenciais podiam ser operadas conjuntamente dentro do sistema tradicional (sistema monista) ou separadamente dele (sistema dualista ou sistema estatístico separado). Para aumentar o conteúdo informativo de seu sistema contábil, Schmalenbach fez distinções claras entre: (1) desembolsos e entradas de caixa (para mensuração do fluxo de caixa); (2) despesas e receitas (para mensuração tradicional do resultado); e (3) custos e resultados de desempenho (para mensurações gerenciais com ênfase na eficiência).
Cada tipo de mensuração pode ser realizado utilizando dados de diferentes classes de contas. Em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, esse plano uniforme de contas foi tornado obrigatório na Alemanha, com pequenas modificações (planos específicos para diferentes setores industriais, com reagrupamentos de classes de contas); porém, nenhum crédito foi dado a Schmalenbach. Posteriormente, o sistema foi imposto em todos os países ocupados; em alguns, permaneceu obrigatório com modificações mesmo após o fim da guerra. Um sistema modificado é atualmente utilizado pela maioria das empresas alemãs e suas subsidiárias no exterior. Embora tenham ocorrido mudanças ideológicas, a semelhança mais próxima com o plano original de contas pôde ser observada na antiga URSS e em países do Leste Europeu até o início dos anos 1990. Isso demonstra que o sistema de Schmalenbach é aplicável a diferentes sistemas econômicos. Além disso, também foi demonstrado que sistemas uniformes aceleraram substancialmente a informatização e a comunicação entre subsidiárias.
Nos anos seguintes, Schmalenbach concentrou-se no desenvolvimento de valores para a tomada de decisão com base na contabilidade, voltados a facilitar um comportamento gerencial orientado para o mercado e para a maximização do lucro, uma vez que diferentes valores (preços) podiam ser utilizados dentro de seu sistema contábil. Ele já havia mencionado — e posteriormente publicou, em 1947 e 1948 — suas sugestões sobre as condições sob as quais uma empresa deveria usar o custo total (de aquisição ou de reposição), o custo marginal ou direto (em casos de subutilização da capacidade), ou outros valores (chamados de valores-guia ótimos, mais tarde identificados como shadow prices) em situações de sobreutilização da capacidade, para melhorar sua rentabilidade.
Por meio desses esforços, ele criou as bases para um sistema de informações contábeis voltado à tomada de decisão — como exigido no ambiente competitivo atual. Ao reler Schmalenbach, sempre surpreende o quão modernas suas ideias ainda parecem, mesmo muitos anos após sua primeira publicação.
Hanns Martin Schoenfeld - The History of Accounting
Nós citamos Schmalenbach antes quando postamos sobre Schimdt, Limperg e Most.
Grandes nomes das história mundial da contabilidade: Kempten
O agente-escriturário prestava contas de sua administração por meio de uma “conta do senhor”, que era creditada pelas quantias recebidas do mandante ou cobradas em seu nome, e debitada por compras, despesas e remessas. Ao final do período, o saldo de caixa e as obrigações restantes eram transferidos para essa conta do senhor. Kempten demonstrava lançamentos compostos, mas não realizava cálculos de lucro.
Na obra Practicque pour brievement apprendre à ciffrer et tenir livre de comptes (Antuérpia, 1565), Kempten descreveu um sistema de partidas dobradas mais completo, incluindo uma conta de lucros e perdas. O diário e o razão substituíram o sistema dos três livros; a conta de capital passou a ter maior importância do que a conta do senhor. Colunas monetárias substituíram as colunas de quantidades para o controle de estoques recebidos e vendidos. As compras de estoque eram registradas pelo custo de aquisição, que era ajustado para os valores de mercado vigentes toda vez que as contas eram encerradas.
Michael Chatfield
Além dos livros citados, Kempten escreveu mais sete outras obras listadas aqui. Teve uma tradução para o espanhol em 1564.