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14 maio 2025

Ilusão do conhecimento e Trump

 


Do texto de Tim Harford:

Um estudo extraordinário realizado pelos economistas Brad Barber e Terrance Odean, publicado há um quarto de século, analisou o desempenho de mais de 1.600 investidores que abraçaram a revolução da Internet na década de 1990, passando da negociação por telefone para uma das primeiras negociações baseadas na web. Barber e Odean compararam esses investidores a outros semelhantes que mantiveram a familiar tecnologia baseada em telefone. “Aqueles que mudam da negociação por telefone para a negociação on-line experimentam um desempenho incomumente forte antes da mudança, explicaram Barber e Odean, ” aceleram suas negociações depois de ficarem online, negociam de forma mais especulativa e experimentam um desempenho abaixo da média.“

O que aconteceu? A explicação mais plausível é a ilusão “de conhecimento” —, um fenômeno psicológico bem estabelecido de que as pessoas que recebem mais informações não se tornam muito melhores em previsões, mas se tornam muito mais confiantes. A nova plataforma online deu aos investidores falsa confiança e tentou-os a negociar com demasiada frequência, bem como tornou essas negociações especulativas mais baratas e fáceis. Paradoxalmente, se tivessem suportado a aparente desvantagem de se apegarem a um método de negociação mais lento, mais caro e menos rico em informação, teriam tido um desempenho substancialmente melhor como resultado.

23 fevereiro 2021

Resposta: mais informação


O presidente da república emitiu um decreto que obriga os postos de combustíveis divulgar detalhes sobre os preços dos produtos. Isto inclui os valores dos tributos (que já é divulgado na nota fiscal) em local visível (o que é um conceito subjetivo). 

E tome informação. "A Secretaria-Geral da Presidência da República disse em nota que a medida foi proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), juntamente com a Advocacia-Geral da União (AGU)"

Já comentamos sobre isto aqui: quando não sabe o que fazer, o regulador decide "pedir informação". O preço do combustível é composto por tributos e custo do insumo. A redução do preço dos derivados do petróleo não depende do posto, mas do governo e do fabricante. 

Mas a medida tem um efeito psicológico importante: indica, para o eleitor, que o governo está atuando. Errado, mas está. 

Imagem: aqui

18 abril 2015

Notas Explicativas

Um estudo mostrando os efeitos da nova norma de notas explicativas criada no ano passado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) deverá ser divulgado até o final de maio mostrando efeitos positivos. Num levantamento inicial com 23 empresas, a CVM constatou uma redução, em média, de 9% na quantidade notas divulgadas nos balanços anuais de 2014 ante 2013.

De acordo com o Superintendente de Normas Contábeis e Auditoria da CVM, José Carlos Bezerra, foi uma redução positiva, mas ainda não dá para ter um diagnóstico. “Os dados são rudimentares e levou em conta apenas a quantidade e não a qualidade”, diz o dirigentes da autarquia.

Segundo o vice-coordenador de assuntos internacionais do CPC, Nelson Carvalho, esse é um processo que requer tempo e não é possível mudar da noite para o dia. “Estamos acostumados, desde 1976, com normas contábeis baseadas em regras, e o IFRS trouxe normas contábeis baseadas em bom senso”, diz.

O coordenador da Fundação de Apoio ao CPC, Alfried Plöger, explica que as notas explicativas deveriam priorizar a relevância, mas preocupadas em serem autuadas pela CVM pela falta de alguma informação, as empresas exageram na quantidade de notas explicativas.

O coordenador do CPC, Edison Arisa, disse ainda que agora o grupo de trabalho irá começar a olhar as demonstrações financeiras trimestrais e também irá analisar os formulários de referências que precisam ser enviados à CVM. “Vamos ver como fazer para maximizar a informação que está em diversos lugares de forma coordenada”, diz, ressaltando ainda que os balanços do primeiro trimestre deste ano já serão analisados.

Sobre os temas que serão debatidos pelas duas entidades ao longo do ano, está o IFRS15 que irá alterar o reconhecimento das receitas. “É uma norma nova, grande e tem a ver com as várias formas do reconhecimento da receita”, diz Carvalho, ressaltando que o tema será analisado até, no máximo, o início de 2016 para vigência em 2017.

Hoje, a linha de receita do balanço não discrimina de a origem de cada valor. “Se uma empresa aluga uma máquina, esse valor é incluído na linha de receita. Com a mudança, isso irá para uma linha de sub-receita”, informou.


Redução de notas explicativas já beneficia balanço de empresas - Alessandra Taraborelli - Brasil Econômico