03 abril 2025
Qual o futuro do PCAOB?
Diante de tantas mudanças na organização pública dos Estados Unidos, há uma discussão sobre o impacto nas entidades que regulam a contabilidade naquele país.
Agora, os contadores preveem que o Conselho de Supervisão Contábil da Empresa Pública (PCAOB) poderia ser o próximo [a sofrer uma intervenção].
A nomeação de Paul Atkins por Trump para substituir o ex-presidente da SEC Gary Gensler foi visto por muitos como um sinal de desregulamentação no horizonte, com mais estimativas de que Atkins irá remodelar a composição de liderança do PCAOB se confirmado para a SEC. Outros cenários possíveis incluem a consolidação do PCAOB na SEC.
Lara Long, diretora-gerente da empresa de consultoria de negócios Riveron, disse que os jogadores nos mercados de capitais veem o controle republicano da Casa Branca e do Congresso como um forte sinal de que as ações regulatórias “serão revertidas ou diminuirão significativamente”.
“Até agora, ninguém tem 100% de certeza do futuro do PCAOB, incluindo se a agência será dobrada na SEC”, disse Long. “Muitos insiders sentem que o que quer que aconteça com o PCAOB não eliminará a necessidade de os mercados financeiros terem um regulador de auditoria.”
Fonte: aqui
O texto passa a ideia de que o PCAOB não teria muito apoio público em razão de uma política muito agressiva de aplicação de multa. A favor, o orçamento não é proveniente dos impostos arrecadados do contribuinte.
Mais um capítulo das Americanas
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta segunda-feira (31) 13 ex-executivos do Grupo Americanas, acusados conjuntamente por fraudes e desvios que se aproximam dos R$ 25 bilhões e levaram a companhia a pedir recuperação judicial. O caso tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
A denúncia aponta a existência de uma organização criminosa, que seria comandada pelo antigo CEO Miguel Gutierrez, apontado como cabeça de um esquema de manobras contábeis responsáveis por inflar artificialmente os lucros da empresa e manipular os preços das ações da companhia.
Os outros denunciados são Anna Saicali, ex-CEO da B2W, responsável pela área digital do grupo, e dois vice-presidentes, Timotheo Barros e Marcio Cruz. Foram acusados ainda os seguintes ex-diretores e executivos: Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Corrêa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto Saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira.
Pela denúncia, Gutierrez, que foi funcionário da Americanas por 30 anos e comandou o grupo por duas décadas, foi responsável por planejar e executar as fraudes, exercendo sua ascendência hierárquica sobre os demais.
A peça de acusação aponta que por meio da manipulação dos balanços, o grupo foi capaz de inflar artificialmente o valor da ações do Grupo Americanas, das Lojas Americanas e da B2W na bolsa de valores. O objetivo seria lucrar com a negociação dos ativos, causando prejuízo a terceiros, como credores e demais acionistas.
Segundo investigação conduzida pela Polícia Federal (PF), há provas de que o esquema funcionou pelo menos desde fevereiro de 2016, perdurando até dezembro de 2022, quando Gutierrez deixou o comando da companhia.
Antes de o caso ser revelado, o executivo foi para a Espanha, país do qual também possui cidadania. Lá, ele chegou a ser preso, mas foi solto após prestar depoimento e concordar em entregar seu passaporte, entre outras medidas cautelares.
Provas
O MPF apresentou provas como e-mails e mensagens trocadas entre os denunciados e documentos que comprovariam as diferenças entre a contabilidade real e a maquiada, que seriam de conhecimento de Gutierrez e outros envolvidos, segundo a acusação.
Em conversas por meio de WhatsApp, por exemplo, executivos discutem como impedir que as fraudes fossem identificadas por auditorias. Além disso, três dos envolvidos fecharam acordo de colaboração premiada em que detalham o esquema.
A maquiagem contábil estaria relacionada, por exemplo, ao lançamento como faturamento de operações de crédito para o pagamento de fornecedores.
O rombo contábil no Grupo Americanas veio à tona em 11 de janeiro de 2023, pouco depois da troca de comando e quando a companhia informou ao mercado ter identificado “inconsistências nos lançamentos contábeis”.
O escândalo levou Sergio Rial, CEO que substituiu Gutierrez no comando da companhia, a deixar o cargo menos de dez dias após ter assumido. Numa corrida para se livrar dos papéis das Americanas, os ativos da empresa se desvalorizaram mais de R$ 70 bilhões.
Poucos dias depois, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial. O plano para manter a empresa aberta e em funcionamento foi homologado em fevereiro do ano passado, após planos anteriores terem sido rejeitados em assembleias de acionistas e credores.
Pelo plano homologado, o Grupo Americanas reconheceu dívidas que superam os R$ 50 bilhões, envolvendo mais de 9 mil credores. Os bancos Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander têm direito a 35% desse valor, que inclui ainda uma dívida trabalhista superior a R$ 89 milhões.
Para recuperar a empresa e impedir sua falência, o documento prevê a injeção de R$ 12 bilhões em recursos próprios pelos três acionistas de referência da empresa – os investidores Jorge Paulo Lehman, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. Os maiores bancos credores também se comprometeram a colocar mais R$ 12 bilhões em dinheiro novo nas Americanas.
IA está ajudando a encontrar novos usos para remédios
Isso é do NY Times:
Há pouco mais de um ano, Joseph Coates foi informado de que havia apenas uma coisa a decidir. Ele queria morrer em casa ou no hospital?
Coates, então com 37 anos e morando em Renton, Washington, mal estava consciente. Durante meses, ele estava lutando contra uma doença sanguínea rara chamada síndrome POEMS, que o deixou com as mãos e os pés dormentes, um coração aumentado e insuficiência de rins. A cada poucos dias, os médicos precisavam drenar litros de fluido de seu abdômen. Ele ficou muito doente para receber um transplante de células-tronco – um dos únicos tratamentos que poderiam tê-lo colocado em remissão.
“Eu desisti”, disse ele. “Eu só pensei que o fim era inevitável.”
Mas a namorada de Coates, Tara Theobald, não estava pronta para desistir. Então ela enviou um e-mail implorando ajuda a um médico na Filadélfia chamado David Fajgenbaum, que o casal conheceu um ano antes em uma cúpula de doenças raras.
Na manhã seguinte, Dr. Fajgenbaum respondeu, sugerindo uma combinação não convencional de quimioterapia, imunoterapia e esteróides anteriormente não testados como tratamento para o distúrbio de Coates.
Dentro de uma semana, Coates estava respondendo ao tratamento. Em quatro meses, ele estava saudável o suficiente para um transplante de células-tronco. Hoje ele está em remissão.
O regime de drogas que salvou vidas não foi pensado pelo médico, ou qualquer pessoa. Ele tinha sido cuspido por um modelo de inteligência artificial.
Isso é do NYTimes. Mas segundo Alex Tabarrok isso reduz os incentivos privados para novas descobertas.
Alternativas ao X
Bluesky y Mastodón han demostrado que descentralizar las aplicaciones de redes sociales es posible. Posible, pero con un coste. Reducirlo es crítico para su viabilidad. A pesar de su crecimiento en su popularidad, su número de usuarios aún palidece en comparación con el de Twitter y otras aplicaciones. Encontrar un modelo de negocio es una cuestión aún pendiente. Estas aplicaciones demuestran que hay una demanda de alternativas y que desarrollar arquitecturas viables es un proceso de ensayo y error. A que estas alternativas se consoliden pueden ayudar iniciativas como “Free our Feeds”, que busca conseguir 30 millones de dólares para desarrollar aplicaciones de redes sociales que “no puedan ser capturadas por billonarios” y que ha sido apoyada por Jimmy Wales, el fundador de Wikipedia, entre otros.
02 abril 2025
Burocracia no setor público atrapalha os desfavorecidos
De certa forma esperado:
Em um artigo publicado na American Economic Review, os autores Mark Shepard e Myles Wagner descobriram que até mesmo pequenos obstáculos burocráticos podem representar grandes barreiras para grupos em situação de desvantagem.
“Grande parte do sistema de saúde americano é extremamente complicado, e isso inclui o processo de se inscrever em um seguro de saúde”, disse Wagner à AEA em uma entrevista. “A motivação para este artigo foi entender o quão sério é o problema da burocracia na hora de impedir que pessoas obtenham o seguro para o qual são completamente elegíveis.”
Os pesquisadores encontraram um cenário ideal para estudar esse problema em um programa de seguro de saúde de Massachusetts anterior ao ACA (Affordable Care Act), chamado Commonwealth Care. Antes de 2010, o programa inscrevia automaticamente candidatos de baixa renda que tinham sido aprovados para cobertura, mas que ainda não haviam escolhido ativamente um plano de saúde. Após 2010, a política de inscrição automática foi suspensa; os candidatos passaram a ter que preencher e devolver um formulário enviado por correio.
Essa mudança aparentemente trivial teve consequências drásticas: a adesão caiu 33%. Um terço dos elegíveis para receber seguro de saúde gratuito não completou a papelada necessária para se inscrever.
“O efeito é realmente grande”, observou Wagner. “Outros estudos que tentaram incentivar a adesão ao seguro de saúde enviando lembretes ou informações adicionais pelo correio obtiveram efeitos muito menores, em uma ordem de grandeza inferior.”
Os pesquisadores analisaram quem eram os “inscritos passivos” e descobriram que eles eram, de forma desproporcional, mais jovens, mais saudáveis e do sexo masculino. Também tendiam a vir de bairros desfavorecidos e comunidades próximas a hospitais de assistência pública que oferecem cuidados de caridade.
Clube do Livro: Ronald H Coase
Há três anos, nasceu uma parceria entre três professores da UnB com um propósito simples e inspirador: ler, apresentar e discutir juntos uma grande obra. Assim surgiu o Clube do Livro, que agora inicia seu terceiro ano de atividades.
Na primeira edição, exploramos a análise histórica de Jacob Soll. No segundo ano, nos debruçamos sobre trechos do livro de Teoria de William Scott. Agora, mergulharemos em um clássico que dialoga com a economia e o direito: A Firma, o Mercado e o Direito, de Ronald Coase — uma coletânea com os principais artigos de um dos pensadores mais influentes do século XX, publicada no Brasil pelas editoras Gen e Forense.
A partir de hoje, nosso pequeno grupo de professores e alunos dará início aos encontros de 2025. Se você tem interesse no tema, é bem-vindo para participar! Basta clicar [aqui] para acessar o Microsoft Teams a partir das 17h30.
No encontro de hoje, será apresentado o primeiro capítulo do livro. O evento tem duração de apenas uma hora, e não é necessário ter lido o texto previamente.
Mais informações: aqui.