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16 novembro 2007

Futebol, Torcedor e o Técnico

Este endereço discute se a "sabedoria das massas" funciona no futebol. Ou seja, se através de uma pesquisa de opinião entre os torcedores seria possível fazer uma seleção de jogadores ideal (Pense, por exemplo, numa pesquisa para escolher a melhor relação de jogadores brasileiros e a seleção brasileira de futebol). Para "sabedoria das massas" é necessário duas condições: (1) cada opinião deva ser independente e não influenciada por outros ou pela imprensa; (2) o conhecimento esteja disperso e fragmentado. A primeira condição, segundo o endereço, existe. O problema é que o técnico de um time tem informações que o torcedor comum não possui (se o jogador dormiu tarde ou foi para balada, se o atleta tem problemas de relacionamentos pessoais etc), e isto impede que a "sabedoria" funcione.

21 outubro 2008

Sabedoria das massas

Uma das formas mais criativas de previsão é usar o mercado. Defendido no livro Sabedoria das Multidões, o uso do mercado tem-se revelado interessante sob certas circunstâncias.

É por este motivo que as apostas em filmes que irão vencer o Oscar, ganhadores de uma partida de futebol ou previsão de vencedores de uma eleição são consideradas com atenção pelos analistas.

Um dos mercados onde as "apostas" podem ser feitas e tem-se revelado um bom estimador é o Intrade. Entretanto, descobriu-se que as apostas para eleição dos Estados Unidos no Intrade foram manipuladas, em favor de John McCain. Um investidor apostou, mais do que normal, em McCain para presidente, fazendo com que as suas chances no Intrade tornassem melhores.

Mas alguns analistas, como Alex Tabarrok, do Marginal Revolution, consideram que a manipulação pode melhorar (!) estes mercados.

This supports Robin Hanson's and Ryan Oprea's finding that manipulation can improve (!) prediction markets - the reason is that manipulation offers informed investors a free lunch. In a stock market, for example, when you buy (thinking the price will rise) someone else is selling (presumably thinking the price will fall) so if you do not have inside information you should not expect an above normal profit from your trade. But a manipulator sells and buys based on reasons other than expectations and so offers other investors a greater than normal return. The more manipulation, therefore, the greater the expected profit from betting according to rational expectations.

Já o blog Freakonomics (A New Kind of Campaign Advertising?) opta por analisar a notícia sob a ótica de uma nova estratégia de campanhas políticas.

01 outubro 2009

Mercado Adaptativo

Em Why animal spirits can cause markets to break down (21/7/2009 - Financial Times - Asia Ed1, 20), Andrew W. Lo, um renomado financista e professor do MIT, discute a questão mais relevante das finanças modernas: o embate entre finanças comportamentais e hipóteses do mercado eficiente (denominadas de EMH).

A EMH parte do suposto que o mercado, através da mão invisível, seria capaz de determinar uma alocação eficiente dos recursos. Os preços seriam racionalmente a expressão de toda informação disponível. A EMH dominou as finanças desde a década de 1960.

A contraposição são as finanças comportamentais, onde parte do suposto que o ser humano é um animal que possui atitudes irracionais que irão refletir nas decisões financeiras. As finanças comportamentais passaram a ser um assunto “quente” com o próprio fracasso da EMH em explicar certas situações.

A batalha entre EMH e FC tem dominado a academia, os reguladores e os políticos. Lo procurar não tomar partido de nenhum dos lados, mas busca uma teoria que concilie os dois aspectos. Segundo Lo, existiria uma falsa dicotomia entre as duas escolas de pensamento. Ambas possuem elementos úteis para explicar a realidade.

Neste sentido, a EMH é muito eficiente em explicar, na maior parte do tempo, as decisões que são tomadas no mercado. Mas em algumas situações, o mercado não é sábio, como quer crer Surowiecki, em Sabedoria das Massas. A explicação está nas FC.

Apesar de sermos pessoas razoavelmente racionais, o ser humano possui ainda os instintos adaptados do animal que viveu na África há 50 mil anos. Assim, aversão à perda e influencia do grupo são típicas reações de irracionalidade.

A proposta de Lo tenta, portanto, fazer uma junção das duas idéias. Lo denominou de Adaptive Markets Hypothesis. Basicamente, Lo acredita que as idéias de Darwin são poderosas e podem ajudar a explicar a dinâmica do mercado. Em ambientes de constantes mudanças, o ser humano adapta-se utilizando alguns dos institutos passados.

O professor do MIT acredita que é possível melhorar as EMH. Conforme uma declaração de Lo para Steve Lohr (Wall Street’s Math Wizards Forgot a Few Variables) , “não é a teoria do mercado eficiente que está errada, mas ela é um modelo incompleto.

04 julho 2008

Melhorar a previsão? Faça de novo

Já sabemos que o mercado pode ser dar uma importante resposta para a previsão de variáveis genéricas, como inflação e crescimento da economia. Em Sabedoria das Massas, James Surowiecki mostrou que a existência de um grande número de pessoas tentando fazer projeções o resultado médio é melhor que uma pessoa.

É interessante notar que a revista Superinteressante aderiu a moda e está propondo aos seus leitores participar da experiência de previsão das multidões. Você pode prever o número de gols do Brasileirão, qual será a posição de Massa ao final da formula 1 de 2008 entre outras coisas.

Agora, uma pesquisa interessante de Edward Vul, do Massachusetts Institute of Technology, e Harold Pashler, da University of California, San Diego, publicada no Psychological Science mostrou um novo caminho. Segundo o estudo, uma segunda tentativa de fazer uma projeção revela um resultado melhor do que a primeira tentativa.

Os pesquisadores perguntaram a 428 pessoas questões simples que faziam parte do livro “CIA World Factbook”. Metade dos participantes foi solicitado fazer uma segunda tentativa, logo após ter completado o questionário inicial. Na outra metade, foi solicitado responder o mesmo questionário (segunda tentativa) três semanas depois.

No primeiro caso, a media foi 6,5% melhor. No segundo caso, 16%.

One answer could be that they are evidence for the “generate and test” model of creative thinking. This suggests that the brain is constantly creating hypotheses about the world and checking them against reality. Those that pass muster are adopted. Guessing the answers to questions you do not know the correct answer to, but have some idea of what the right answer ought to look like, could tap into such a system. A hive mind buzzing with ideas, as it were, but inside a single skull.( The crowd, The Economist, 26/06/2008)


Ver aqui e aqui também

30 setembro 2016

Previsão do mercado

O mercado tem sido regularmente usado como uma forma de previsão.No Brasil nós temos os casos do Focus, do Banco Central, que tenta simular um "mercado de especialistas" para projeção de variáveis econômicas. Ou o Prisma Fiscal, mais recentemente, para variáveis das finanças públicas. Pela sabedoria das massas, o mercado seria um bom previsor.

O gráfico abaixo é da Iowa Eletronic Market para as eleições dos EUA. O mercado de apostas indica que Clinton tem 72% de chance de vencer as eleições.

15 novembro 2022

Apostas e Copa do Mundo

 

Uma maneira de tornar público a crença das pessoas é através de um site de apostas. Isto foi objeto de consideração no livro Sabedoria das Massas, há mais de vinte anos. As pessoas apostam seu dinheiro naquilo que está coerente com sua crença. As informações privadas disponíveis tornam-se públicas e o consenso é o que move as apostas. Menos de uma semana para seu início, a Copa do Mundo já tem os favoritos. A tabela acima indica o Brasil como a principal aposta, seguido da Argentina e França. 

07 julho 2008

Conceito de Justo

Em Sway, Ori Bratman e Rom Bratman relatam um caso interessante e contrário a “sabedoria das massas”. No programa francês de Who Wants to Be a Millionaire um concorrente ficou na dúvida sobre a seguinte pergunta: quem gira em torno da terra? (a) Lua; (b) sol; (c) Marte; (d) Vênus.

O concorrente consultou a platéia que respondeu, de forma quase igualitária, lua e sol. Ignorância dos franceses? Não segundo Ori e Rom. A platéia achou injusto ajudar uma pessoa que não sabe a resposta de uma pergunta tão óbvia.

Os Bratmans relatam também que na Rússia a produção do programa notou que a platéia quase sempre dá a resposta errada. A explicação seria a visão russa de que riqueza está associada a falta de justiça (ser rico é decorrente de uma situação injusta). “Por que ajudar uma pessoa a ser rica?”, perguntariam os russos. Ou seja, a percepção de justiça é diferente.

Isso possui uma implicação contábil interessante na medida em que se tenta implantar o conceito de valor justo. Mas justo, conforme o livro Sway, é influenciado pela cultura.

O livro também relembra o estudo de 2000 de Henrich. Nesse estudo, o autor propôs aos estudantes da UCLA o seguinte jogo: dividir 2,3 dias de trabalho igualmente. Uma oferta posterior que não fosse 50/50 foi rejeitada por ser “injusta”. Henrich fez a mesma experiência com os Machiguenga, índios do Peru com pouco contato com a civilização. E os índios aceitaram a oferta diferente de 50/50. Em outras palavras, o percepção de “justo” muda conforme a cultura.