O presidente dos EUA Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto, alegando que o governo do presidente Lula persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump também justificou a medida com suposto déficit comercial – embora os EUA tenham superávit de US$ 7,4 bi em 2024 – e por restrições brasileiras a empresas de tecnologia americanas.
Algumas observações pessoais:
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Entre os sites que acompanho no Feedly, houve muito pouca repercussão do anúncio. Algumas possíveis razões: pode ser apenas uma encenação; o efeito sobre outros países é pequeno, dada a irrelevância da economia brasileira; o Brasil integra uma lista com vários outros países igualmente ameaçados, o que dilui a surpresa para a mídia; e o impacto nos EUA é limitado, já que o comércio bilateral com o Brasil é menos expressivo do que, por exemplo, com o México.
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A medida é politicamente desastrosa se Trump pretendia fortalecer alguém com afinidades ideológicas. Qualquer candidato "apoiado" por Trump dificilmente contará com a simpatia do eleitorado. Trata-se apenas de um palpite.
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Empresas que dependem do comércio com os Estados Unidos devem divulgar fato relevante, já que a medida afetará diretamente seus resultados. Vale lembrar que o impacto não se limita à perda de mercado: há também o aumento do custo unitário, decorrente da queda nas vendas. Como o Brasil é essencialmente exportador de produtos primários, os setores agrícola e de mineração devem ser especialmente afetados.
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