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24 julho 2025

Princípio da piranha


Quando você pesquisa na Wikipedia a lista de heurísticas e vieses, o número existente é enorme. Vide, por exemplo, esta lista aqui. O estudo do comportamento humano é bastante complexo, e já sabemos que entendê-lo será sempre uma tarefa árdua. Um único viés não explica tudo o que sabemos sobre o conservadorismo, por exemplo. É certo que ajuda a compreender, mas nem sempre esses efeitos são significativos.

Há muito tempo existe uma crítica aos grandes efeitos e à sua consistência. Os “empurrões” (nudges) são contestados exatamente por prometerem soluções — inclusive para políticas públicas — que podem não ser relevantes no longo prazo.

Alguns acreditam, antes de tudo, no chamado princípio da piranha (foto). A explicação é a seguinte: em pesquisa social, há numerosos efeitos grandes e consistentes, mas muitos atuam de forma independente. Isso pode significar que, na prática, poucos efeitos realmente funcionam. E o mais relevante: as interações podem cancelar esses efeitos.

O nome vem do mito popular segundo o qual, em um tanque de piranhas, os animais se devorariam, sendo uma analogia ao autocancelamento dos efeitos. Em síntese, o princípio demonstra que, nas ciências sociais, não se pode simplesmente acumular explicações fragmentadas com grandes efeitos sem considerar interações ou contextualizações — criticando o modelo de “botão de reação” presente em muitas disciplinas.

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