As ofertas públicas iniciais costumam ser eventos extravagantes. Mas, mesmo para os padrões hiperbólicos desse tipo de operação, com banqueiros desesperados para despertar interesse, a família real saudita foi além quando colocou à venda ações da gigante do petróleo Aramco. Só que não funcionou na época — e não está funcionando agora.
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a véspera do IPO de 2019, um dos mais altos membros da realeza saudita advertiu que “aqueles que não subscrevessem” a oferta ficariam “roendo os dedos” de arrependimento. A avaliação de US$ 2 trilhões buscada pelos sauditas se materializaria “em poucos meses”. A mensagem era clara: compre agora ou fique de fora.
Wall Street não comprou — e não perdeu nada com isso. Nos últimos cinco anos e meio, as ações da Aramco tiveram desempenho inferior ao de todos os concorrentes. Hoje, a empresa recorre a dívidas para bancar seus dividendos; suas ações caíram ao menor patamar em cinco anos, e o volume negociado está em queda — um sinal de que investidores locais e estrangeiros estão evitando o papel.
Saudi Aramco Gets Wall Street’s Thumbs Down — Again — Javier Blas - Bloomberg.
Na época, o blog acompanhou de perto a questão contábil da IPO da Aramco. Era uma empresa boa, por ser monopólio. Não parecia ser necessário captar dívida para pagar dividendos.
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