A Suméria foi uma civilização que existiu no atual sul do Iraque, entre aproximadamente 3000 e 1000 anos antes de Cristo, sendo considerada uma das primeiras civilizações da história. O povo sumério vivia da agricultura, do comércio e das primeiras manufaturas, como tecelagem, curtume, metalurgia, alvenaria e cerâmica. Foi também na Suméria que surgiu a escrita cuneiforme.
O desenvolvimento da escrita é um indicativo de que já existia, também, uma forma de contabilidade. Nos primórdios da civilização suméria, a escrita consistia basicamente em desenhos; apenas posteriormente passou a representar sons e sílabas. Trata-se da mais antiga língua escrita conhecida da humanidade.
A principal cidade suméria era Ur, e nas grandes cidades havia um sistema de governo composto por reis, burocratas e sacerdotes. Os burocratas cuidavam dos interesses do rei, da administração do tesouro público, da arrecadação de impostos e de outros assuntos. Os comerciantes mantinham relações comerciais com diversos povos, inclusive do Mediterrâneo e do Vale do Indo.
As contribuições da Suméria foram significativas: desenvolveram o sistema sexagesimal, sistemas de medidas de capacidade, superfície e peso, a divisão do dia em 24 horas, além de produzirem um dos primeiros manuais de medicina e fórmulas químicas. Utilizavam substâncias como laxantes e purgantes, produziam salitre e fabricavam instrumentos como martelos, pregos, machados, adagas e, possivelmente, a própria roda. Também estudaram os astros, inventaram a cerveja e foram pioneiros na domesticação de plantas e animais.
Através dos textos que sobreviveram ao tempo, sabemos sobre a sociedade suméria e suas transações comerciais. Nos anos 1970 e 1980, a arqueóloga Denise Schmandt-Besserat descobriu que pequenas peças de argila eram utilizadas no comércio como unidades concretas de contagem, representando, portanto, a forma mais antiga conhecida de contabilidade. Um comerciante colocava, dentro de uma espécie de bolsa de argila, as representações dos bens negociados. Quando a argila secava, o conteúdo ficava lacrado e seguro. A cada transação, o negociante quebrava o artefato para acessar os registros — ou fazia isso sempre que precisava verificar o saldo.
Com o tempo, os sumérios passaram a registrar essas informações diretamente na superfície externa da bolsa de argila, evitando a necessidade de quebrá-la. Mais adiante, alguém percebeu que não era necessário utilizar as representações físicas dos bens; bastava fazer marcas na argila — surgindo, assim, os primeiros registros contábeis escritos, semelhantes a uma folha de papel.
Foi nessa civilização que surgiu Kushim, o nome de pessoa mais antigo de que se tem conhecimento — considerado o primeiro contador da história. Ele era responsável pelo registro da produção e armazenagem de cevada.
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