A OpenAI, afinal, não se tornará uma empresa com fins lucrativos. Sob pressão de ex-funcionários e do homem mais rico do mundo, as operações comerciais da empresa serão reorganizadas como uma public benefit corporation (corporação de benefício público), uma estrutura legal que permite que executivos busquem lucros — mas não às custas de sua missão (neste caso, garantir que a OpenAI beneficie a humanidade).
A mudança ocorre após Elon Musk ter processado a OpenAI no ano passado para impedir sua conversão em empresa com fins lucrativos. Sam Altman descartou o processo como uma tentativa de "atrasar um concorrente", mas a pressão aumentou quando um grupo de ex-funcionários solicitou a intervenção dos procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware. Quando a SoftBank fez um aporte de 30 bilhões de dólares na empresa este ano, vinculou um terço desse valor à transição bem-sucedida da OpenAI para uma estrutura com fins lucrativos.
Portanto, a mudança da OpenAI é mais um desvio lateral do que uma desistência completa: “'Viva a humanidade', você pode pensar”, escreve Parmy Olson, da Bloomberg, “mas estaria enganado”. A nova estrutura elimina os limites de lucro que os investidores atuais poderiam receber, mantendo vivo e forte o incentivo ao lucro. E a vida como uma B Corp, como são conhecidas, nem sempre é tranquila. Veja o caso da Ben & Jerry’s, que adotou esse modelo em 2012 e, desde então, enfrenta dilemas constantes entre missão e lucro.
Fonte: Semafor Newsletter
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