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Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Prêmio do Blog. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
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03 abril 2014

8 anos: que as celebrações se iniciem!

Este é um mês especial. No dia 18 de abril o Contabilidade Financeira comemorará 8 anos. Um marco e tanto! Então, celebremos juntos a contabilidade, a conectividade, a oportunidade de podermos dividir e compartilhar nossa linda ciência.

Agradecemos a todos que nos acompanham, utilizam a página para se atualizar sobre finanças e afins, para rir com o 'Rir É O Melhor Remédio', para espairecer no trabalho, enrolar antes de voltar aos estudos (e quem disse que o que fazemo aqui não ajuda a estudar!?), como opção para não ter que assistir Faustão e Big Brother. São todos bem vindos! Agradecemos os e-mails, comentários, curtidas. E comemoremos!!! 8 anos! 

Quer participar ainda mais com a gente? Continue sempre de olho no blog. Além das postagens tradicionais, temos surpresas para vocês.

Hoje, em harmonia com o texto “Pesquisa: O Outiler É Relevante?” sortearmos o famoso livro do Nassim Nicholas Taleb: A Lógica do Cisne Negro.


As regras são as de sempre. Será feio por meio do Contest Machine e, como este é um sorteio relâmpago, durará apenas 24h, ou 50 inscrições, o que chegar primeiro.



Se o widget não aparecer acima, clique aqui para participar.

Boa sorte!

Lembrem-se das regras: Os participantes devem ter 18 anos ou mais. Os prêmios serão enviados pelos autores do blog. Aos autores são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que a lei proíba.


Resumindo: Coloquem nome e sobrenome, assim como um e-mail válido. Respondam ao nosso e-mail de indicação do resultado com os dados postais em até 72h ou escolheremos outro ganhador.
O sorteio ficará ativo até o dia 4 de abril ou até 50 cadastros serem preenchidos, o que chegar primiro.

Será escolhido apenas um vencedor. Divirtam-se e boa sorte! Contabilidade Financeira


Disclosure: O livro foi adquiro pelo blog.

31 agosto 2010

Prêmios do Blog

Conforme prometido, começamos hoje a listagem dos Prêmios Blog Contabilidade Financeira 2009. Pelo caráter do prêmio, os "vencedores" correspondem aos piores casos ocorridos no ano passado. Vamos começar a lista do dia de hoje com cinco premiados:


=> Prêmio Mão Fechada – Para as empresas brasileiras, que não fizeram nenhuma doação em 2009 para o Iasb, apesar de usarem os resultados das discussões daquela entidade na contabilidade diária.

=> Prêmio Descoberta do Ano na Contabilidade – descobrimos que o pai do Cascão, da turma da Mônica, de Maurício de Sousa, é contador. Um personagem contador que aparece na ficção brasileira, sem estar envolvido em falcatruas.

=> Prêmio Segredo Mal Guardado – deu empate nesta categoria. Contar um segredo para mais de cem pessoas e imaginar que ninguém irá tentar beneficiar com a informação é muita ingenuidade. O balanço da Petrobrás, no início do ano, e a operação de compra das Casas Bahia, já no final, dividem o prêmio.

=> Prêmio (in) Tempestividade – ficamos sabendo em 2010 que o apagão de energia elétrica, ocorrido entre 2001 e 2002, custou R$45 bilhões, conforme um relatório do TCU. Advinha quem pagou o prejuízo? No relatório, o TCU faz recomendações de ação ao governo, para evitar uma crise futura.

=> Prêmio Originalidade no Combate a Corrupção e Fraude – para o governo do Nepal, que decidiu combater a corrupção no aeroporto da sua capital, obrigando que todos os funcionários trabalhassem com calças sem bolso.

Amanhã tem mais...

12 junho 2011

Prêmio pelo risco


Neste link (Equity Premium Survey Doesn't Register My Vote) discute uma pesquisa realizada por Pablo Fernandez sobre o prêmio pelo risco de mercado entre os profissionais de finanças. Para quem não se lembra, a fórmula clássica do CAPM mostra que o retorno de uma carteira qualquer é dado por:

Rp = Rf + (Rm – Rf) x Beta

Sendo Rf = retorno do título sem risco; Rm = retorno do mercado e Beta = medida de risco do modelo. O termo (Rm – Rf) é conhecido como prêmio do mercado.

Este valor tem sido usado como uma aproximação no cálculo do retorno do capital próprio. Para determinar este valor, alguns usam os valores históricos. Uma alternativa é fazer uma pesquisa para determina o valor mais razoável.

O texto traz algumas opiniões interessantes sobre a situação atual do prêmio pelo risco. O investidor Buffett usa para descontar seus investimentos o título de governo de longo prazo. Ivo Welch, um autor em finanças, usa entre 2 e 4%; Fama e French, pesquisadores conhecidos, 3,5%, o mesmo valor de Dimson, Marsh e Staunton.

Eric Falkenstein, o autor do blog, diz que participou da pesquisa de Fernandez. Votou em zero por cento e que seu valor não foi considerado no resultado, talvez por ser radical demais.

26 abril 2019

A prospecção da Aramco

A Saudi Aramco é uma conhecida dos leitores do blog. Já em 2017 fizemos postagens sobre o valor da empresa, sua governança, entre outros aspectos. O tempo passou e parecia que a empresa tinha esquecido a IPO, apesar da revelação de alguns números contábeis. Parecia que realmente a IPO tinha sido cancelada. As questões políticas podem ter prejudicado os planos do governo saudita.

Nos últimos meses a empresa volta a ser notícia com três fatos: (1) expansão, com aquisição de empresas; (2) divulgação dos resultados; e (3) emissão de títulos. Vamos analisar cada um dos aspectos.

Expansão - Em março, a empresa adquiriu a Saudi Basic Industires, na segunda maior operação dos últimos tempos, no valor de 69,1 bilhões de dólares, livre de dívida. Mais recente, a empresa estaria interessada em uma emrpesa indiana.

Divulgação dos resultados - Esta talvez seja a notícia mais comentada da empresa. Mais especificamente, a imprensa destacou o lucro de 111 bilhões de dólares de 2018, o que faria a empresa mais lucrativa do mundo.

Emissão de títulos - Em lugar da abertura de capital, a Aramco emitiu bonds recentemente, com maturidade de até 30 anos. Este talvez seja o fato mais importante e iremos detalhar a seguir.

Para emitir o título, a empresa preciso de uma nota de agência de rating. O Estado de S Paulo faz uma boa análise sobre a questão do rating da

Apesar do grande lucro, a gigante estatal do petróleo foi classificada por agências de crédito em linha com a Arábia Saudita, o que significa que a economia lenta do reino pesará sobre o custo de empréstimo da Aramco.
Os ratings são considerados nível de grau de investimento e indicam baixo risco de crédito, mas as agências não deram notas mais altas à Aramco devido a fortes ligações entre o reino saudita e a empresa. Especificamente, a Fitch observou "a influência que o Estado tem na empresa ao regular o nível de produção, tributação e dividendos". Sem as interferências estatais no comando da empresa, ela estaria em nível semelhante a petroleiras como Exxon Mobil, Chevron e Shell.
A Moody's disse que a Aramco pagou US $ 58,2 bilhões em dividendos em 2018 e US $ 50,4 bilhões em 2017. Ainda não está claro como esses dividendos são distribuídos dentro da monarquia saudita e de sua família governante. Já a Fitch disse que a Aramco respondeu por cerca de 70% da receita orçamentária do governo saudita entre 2015-2017, mas não ficou claro se esse número incluía os dividendos mencionados pela Moody's.

A questão importante disto é o prêmio pago pela empresa. Na emissão de três anos, o prêmio ficou 0,55% acima dos juros dos EUA (que corresponde a 2,288%). No título de cinco anos, o prêmio foi de 0,75%. Para os títulos de 10 anos, o prêmio foi de 1,05% e de 20 anos foi de 1,4%. (Fonte aqui) Nada mal, considerando a previsão da empresa, muito embora a emissão tenha sido feita após a divulgação do resultado (onde, veremos, existe um “detalhe” importante que ficou “esquecido”). E que a empresa cancelou/adiou a oferta de ações, o que poderia sinalizar problemas.

Neste sentido, a Reuters escutou alguns especialistas que concordaram que o lançamento do bônus foi positivo para a empresa. Um CIO disse que é um “crédito fantástico”, lembrando que a empresa é parte do governo da Arábia Saudita. Mas esta questão (e o problema da governança) é muito maior no lançamento de ações, o que não seria o caso.

Razão da Emissão - A questão mais interessante é qual a razão da empresa fazer uma emissão de títulos? Afinal é a empresa com o maior lucro do mundo, que gerou um caixa livre de 86 bilhões de dólares e possuía, em 31/12/2018, 48 bilhões de dólares em caixa.

"Esse título está sendo emitido por duas razões: para estabelecer o status da Aramco como uma identidade corporativa independente e para permitir a transferência de riqueza para fora da empresa", disse Marcus Chenevix, no texto da Reuters

Continua a agência de notícia:

Muitos vêem o acordo como um exercício de construção de relacionamento com investidores internacionais antes de sua oferta pública inicial programada, prevista para o ano passado e depois adiada para 2021.

Detalhe importante - Comentei, anteriormente, sobre um detalhe "esquecido" do resultado da empresa. Este detalhe é a alíquota do imposto de renda. Até 2017, o percentual da alíquota era de 85%. Recentemente o governo reduziu a alíquota para 50% (veja o prospecto, onde isto está dito).

Agora imagine um governo cuja a principal fonte de renda é uma empresa que paga 85% do seu lucro. De um exercício para outro a alíquota é reduzida. Usando a alíquota de 85%, a Aramco deveria ter um tributo de 181 bilhões de dólares, reduzindo seu lucro para 31 bilhões. Ou seja, o governo abriu mão de 80 bilhões de dólares de receita tributária. (Para fins de comparação, o PIB da Arábia Saudita é de 680 bilhões. Ou seja, "perdeu" 12% do PIB de receita)

A questão da governança aqui torna complicada esta questão. Se o dinheiro não foi para o governo, foi para o acionista, que é ...

02 setembro 2010

Prêmios do Blog III

Continuação dos prêmios 2009:

=> Prêmio Dinheiro Nosso – O mau uso do dinheiro público permitiria distribuir este prêmio para muitas pessoas. Mas o blog escolheu a atriz Maitê Proença como vencedora. Proença recebia duas pensões do governo de São Paulo, no valor de R$13 mil mensais, em função da herança dos pais. Apesar de ter uma união estável com um empresário, a atriz não era casada, talvez para não perder a boquinha. O advogado afirmou, em novembro do ano passado, que sua cliente era vítima de perseguição.

=> Prêmio Mensagem Subliminar – O governador Arnold Schwarzenegger escreveu uma correspondência onde as iniciais de cada linha formavam, exatamente, a palavra “fuck you”. O texto era direcionado para assembléia do seu estado, Califórnia.

=> Prêmio Sem Segundas Intenções – As empresas de auditoria participam ativamente do Iasb, já que boa parte dos integrantes foram funcionários das quatro grandes empresas mundiais. Não somente: as quatro grandes são responsáveis por 1/3 do orçamento do Iasb.

=> Prêmio Isto é Ativo? – para os bancos suíços, que provaram que a falta de evidenciação é um ativo. Ameaçados de perder o ativo “segredo bancário”, correram previsões que os bancos suíços seriam reduzidos a metade.

18 agosto 2015

Sorteio: Camiseta de Contabilidade



E para compartilhar a nossa conquista Top Blog, vamos sortear uma camiseta. Para participar, basta colocar o seu nome e e-mail nos campos abaixo (ou então, clique aqui):




O sorteio irá até o dia 23 de agosto. Não se esqueçam das nossas regras básicas: O prêmio será enviado pelos autores do blog - a quem são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que lei a proíba. Será escolhido apenas um vencedor. Divirtam-se e boa sorte!

18 março 2015

Sorteio: Contabilidade Básica - Ricardo Ferreira

Ah! O meu amor por encomendas e livros! S2

Boa noite queridos leitores!

Após muito falar sobre isto no Instagram, cá estamos com o sorteio do livro do professor Ricardo Ferreira (Ed. Ferreira) sobre Contabilidade Básica para concursos.
Foi um super brinde da Editora! \o/ \o/

(Dá até pra ler o FINALMENTE ali na foto né?
Acho que é pra mim que estou com o livro há eras e só hoje dei as caras!)

Olha a belezura!! Quase 8 cm!

É isso pessoal... nós adquirimos o livro, achamos interessante e a editora nos disponibilizou um super brinde. Sério. Eles foram super fofos e prestativos. (Os Correios, nem tanto!)

Para participar preencham os campos [abaixo ou em http://goo.gl/forms/JQ6HZCVHvE ] e sigam as regrinhas. Esperamos que adorem, assim como nós ficamos encantados.




O questionário ficará aberto até o dia 19 para que postemos o sorteado no dia do blogueiro! \o/ Isso mesmo! Dia 20 de março descobriremos o felizardo S2

Não se esqueçam das nossas regras básicas:

O prêmio será enviado pelos autores do blog - a quem são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que lei a proíba.

Será escolhido apenas um vencedor.

Divirtam-se e boa sorte!

Contabilidade Financeira e Editora Ferreira

05 outubro 2011

Prêmio em Ciências Econômicas em Memória a Alfred Nobel

Por Isabel Sales

O leitor do blog, Alexandre Furtado, fez o seguinte questionamento na postagem "Como é escolhido um vencedor do Prêmio Nobel?”

“Tem uma história que o Nobel de economia não é realmente um Nobel, mas algo como uma premiação similar adicionada no decorrer do tempo. Saberia mais detalhes?”.

Realmente Alexandre, essa história é verdadeira. A premiação inicial, em 1901, considerava 5 categorias: Física; Química; Fisiologia ou Medicina; Literatura; e Paz. De acordo com o livro “The Nobel Prize: The First 100 Years”, em seu 300º aniversário, em 1968, o Banco da Suécia (Sveriges Riksbank) doou uma quantia considerável para a Fundação Nobel e cunhou um comprometimento perpétuo em consequência à criação do “Prêmio em Ciências Econômicas em Memória a Alfred Nobel”, que vem sendo distribuído desde 1969. A Academia Royal De Ciências Suecas é encarregada do papel de Instituição Concessora do Prêmio, de acordo com as regras do Prêmio Nobel. O Conselho da Fundação Nobel subsequentemente decidiu que não seriam permitidos prêmios adicionais aos já existentes.

09 janeiro 2014

Sorteio


Hoje não teve resenha. Todavia, para apaziguar o seu ansioso coração e ainda curtindo o clima de festas de fim de ano, vamos sortear dois filmes magníficos: Mr. Holland: Adorável Professor e Um Sonho de Liberdade. Ainda escreveremos sobre a película fantástica estrelando Richard Dreyfuss, vencedor do Oscar e do Globo de Ouro como melhor ator (a direção é de Stephen Herek); Já o filme com Tim Robbins e Morgan Freeman foi postado aqui.

O sorteio será aberto hoje, dia 1o de janeiro, e ficará ativo até o dia 10 de janeiro.

Será escolhido apenas um vencedor que ganhará os dois DVDs.
Lembrem-se das regras: Os participantes devem ter 18 anos ou mais. Os prêmios serão enviados pelos autores do blog. Aos autores são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que a lei proíba.

Resumindo: Coloquem nome e sobrenome, assim como um e-mail válido. Respondam ao nosso e-mail de indicação do resultado com os dados postais em até 72h ou escolheremos outro ganhador.

Abrimos mão do Contest Machine e no momento estamos testando o formulário de sorteio do Google Docs. Esperamos que dê tudo certo pois a troca foi devido ao remanejamento orçamentário resultante da reunião de fim de ano. Divirtam-se e boa sorte! Contabilidade Financeira

10 outubro 2010

Maquiagem

Os bancos deverão divulgar com detalhes truques de "maquiagem" como as notórias transações "Repo105" do Lehman Brothers, de acordo com as novas leis contábeis internacionais.

O Conselho Internacional de Normas Contábeis (Iasb, na sigla em inglês) publicou regras definitivas ontem, que também exigirão maior exposição de itens fora do balanço nas quais o banco ou companhia ainda mantenham algum vínculo, como quando o comprador tem um direito de revender ou que o próprio banco tenha um direito de readquirir os ativos.

A maquiagem, ou "window dressing" na expressão inglesa, tornou-se um tema litigioso este ano quando se soube que o Lehman Brothers havia deslocado até US$ 49 bilhões dos seus livros no fim de cada trimestre para reduzir os coeficientes de alavancagem financeira, que são acompanhados de perto. As operações foram especificamente projetadas para embelezar as contas relatadas e não tinham lógica econômica.

O banco usava operações de recompra de curto prazo, ou "repo", e oferecia garantia adicional - pelo menos 105% do valor do empréstimo - para permitir prestar contas sobre a transação, pelas regras dos EUA, como uma venda legítima, que removia o ativo dos seus livros até que a operação fosse desfeita depois do término do período de divulgação de relatórios.

Embora as normas internacionais não permitissem que os Repo 105 fossem removidos dos livros contábeis (porque estavam baseados num conceito distinto em relação aos padrões dos EUA), as novas normas obrigarão os bancos a divulgar qualquer "quantia desproporcional de transações de transferência", como outras operações repo, que são realizadas perto do fim de um período de apresentação de relatórios. Mais de cem países seguem, ou estão adotando, as normas contábeis internacionais, incluindo todos os membros da União Europeia, Japão, Canadá, Austrália, Coreia do Sul e Brasil.

"As normas ajudarão os investidores a entender melhor os riscos de operações fora dos balanços, e a alertar para a possibilidade da ocorrência das chamadas operações de fachada no fim do período de divulgação de relatórios", disse David Tweedie, presidente do Iasb.

No mês passado, a Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários) atacou o uso das operações de repo para maquiar resultados, propondo que as companhias divulguem os empréstimos medianos e máximos de curto prazo e explicar qualquer discrepância significativa entre os dois.

O órgão regulador do mercado financeiro dos EUA também respaldou a instituição de diretrizes imediatas para deixar claro que, seja qual for o sentido literal das normas, ele jamais considerou que qualquer companhia tivesse permissão para usar operações, como os repo 105, que foram projetados para mascarar o informe sobre sua condição financeira.

Apesar de o Iasb ter evitado exigir que bancos apresentem as divulgações num formato específico, ele vai impor que elas estejam em um lugar, em vez de dispersas por todas as contas. Ele também sugeriu vários formatos. Isso ainda representa um avanço no grau de detalhamento dos seus padrões, que o organismo tem tentado basear em torno de princípios básicos, para evitar a necessidade de seguir os EUA, onde os legisladores tendem a elaborar normas para cobrir cada situação separada.


Novas Regras Vão Dificultar "Maquiagem" de Balanço - Os bancos deverão divulgar com detalhes truques de "maquiagem". - Fonte: Valor Econômico - Via Contabilidade e Controladoria

É difícil acreditar nisto. Sério candidato ao prêmio do Blog de 2010 esta crença da reportagem.

06 setembro 2010

Prêmios do Blog V

Prêmio Valor do Dinheiro no Tempo – para o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, que afirmou que pagar $100 amanhã é igual a pagar $100 hoje, durante a polêmica sobre o pagamento de tributos pela Petrobrás.

Prêmio Frase do Ano – Este prêmio deve ser dividido entre Wanderley Guilherme dos Santos e Edison Arisa. Wanderley fez uma grande confusão entre investimento, custo, ativo e despesa e culpou a escrituração por crises capitalistas. Edison, da PwC, afirmou que os velhos necessitam “formatar o HD” antes de entender as normas internacionais.

Prêmio Apelido do Ano – Sir David Tweedie comanda o órgão responsável pelas normas internacionais de contabilidade. Por sua posição em certas questões, recebeu o nome de Aiatolá da Contabilidade.

Prêmio “Aí tem coisa” – Um processo que corre em Nova Monte Verde, MT, referente a uma dívida de 1 bilhão de real. Para entender melhor o assunto, leia a seguinte postagem. Mas que tem algo estranho nesta estória...

Terminamos aqui a premiação do nosso blog para o ano de 2009. Foram 23 premiados.

01 setembro 2010

Prêmios do Blog II

Continuando do dia anterior:

=> Prêmio Como é Possível? – Alguns abnegados tentam fazer com que as empresas brasileiras tenham uma melhor governança. Mas tem certas coisas que não ajudam. Ficamos sabendo em 2010 que a pessoa mais influente nos conselhos das empresas abertas no Brasil é um ex-ministro da fazenda, cujo principal feito foi deixar para o sucessor uma taxa de inflação de 80%. Analisando seu currículo acadêmico, percebe-se que este ex-ministro é graduado em Economia pelo Ceub (Brasília).

=> Prêmio Conta Criativa – Vai para Urbs, empresa da prefeitura de Curitiba, que criou uma conta patrimonial com o nome de Pendências a Regularizar, cujo saldo era de quase 9 milhões de reais.

=> Prêmio Século XIX – Estamos no século XXI, mais de cem anos após The Nature of Capital and Income, de Fisher, e ainda estamos discutindo a validade legal dos juros compostos? É isto mesmo. O prêmio contempla todos os advogados, juízes e promotores que não tiveram nenhuma noção em matemática financeira ou finanças.

=> Prêmio Previsão furada – Para o Nobel de Economia os economistas apostavam que o grande vencedor do ano seria Eugene Fama. Nada contra este brilhante pesquisador, mas previsão de economista só poderia estar errada.

=> Prêmio Não Compre minhas Ações – No meio de ano a General Motors soltou um comunicado dizendo que o preço das suas ações estava além do valor razoável. Ou seja, a empresa estava dizendo “não comprem minhas ações”

14 dezembro 2014

Contadores, livros, séries...

Eu tive depressão pós-eleições. Quem mais? o/



Em algum momento tirei férias do blog e ensaiei voltar várias vezes, mas o meu ânimo não estava contagiante, ou querendo ler qualquer notícia, ou a fim de ligar o computador (quando podemos nos dar ao luxo). Então eu entrei numa fase maratona série e livros muito boa. E aí a vergonha na cara bate, as férias acabam e o que fica para contar aqui? Eu vou te contar que:

1) em algum momento eu sabia que eu achava que o Chandler, de Friends, era-mas-não-era contador. Aí eu percebi (acho que na terceira temporada) que eu achava isso porque em um episódio o Joey fala “mas você não é contador!?” e o Chandler fica abismado com a pergunta, se vira para os outro procurando solidariedade àquela indignação e no fim percebe que ninguém sabe o que ele faz. Ele é processador de dados, analista de sistemas, ou algo similar ... (na verdade ele é analista de estatística e, posteriormente, publicitário), mas eu tinha em algum momento eu tinha ficado com a impressão (!!!) que tinha rolado algo sobre contabilidade relacionada ao Chandler e aí está. Respondida a minha dúvida: só fiquei com a impressão porque o Joey achava que ele era contador. 

Ninguém sabia a resposta
2) a Marian Keyes tem algum trauma com contadores porque eles sempre são os personagens ruins das histórias. Eu já separei alguns trechos (sério... acho que em todo livro tem um!) para colocar aqui, mas no fim achei que não valia a pena. Estou para mandar um e-mail perguntando qual o problema dela! Vai encarar!? - Em tempo: Acabei de descobri que ela é contadora! \o/ Aí sim... tudo bem. Explicado.... Na verdade ela é uma ex-contadora... atualmente ela é cheia da grana e escreve chick-lits. 
Ex-contadora. Atual milionária.

3) o irmão da Amy Poehler começou uma série (Welcome do Sweden) na qual ele é um contador de celebridades nos Estates, tem grana, sucesso e tudo mais, mas larga tudo para ir morar na Noruega com a namorada. ... Não gostei. Eu me esforcei, mas não achei legal. Alguém heroicamente assistiu mais que dois episódios e achou que valeu a pena? Num esforço profundo assisti a mais alguns.porque eu realmente queria que fosse legal.. Talvez o meu humor não estivesse no grau exigido para comédias Poehlerescas.

4) Eu não entendo a contabilidade de Two Broke Girls. Sobre isso farei uma postagem maior (e não menos inútil). No fim da série o valor da poupança raramente corresponde ao que ocorreu no episódio. Ainda bem que isso é um blog e eu não posso ver a reação das pessoas que estão lendo isso. Mas, já me defendendo, ia ser tão legal se tudo batesse! Em vários episódios tudo dá errado, elas gastaram grana e a poupança aumenta! Mas mesmo assim... eu gosto de acreditar que é por causa daqueles momentos em que não estamos olhando... hummm... Eu não me lembro. Eu escrevi as minhas desculpas para elas nos rascunhos das contabilizações (tipo o pagamento de despesas... provavelmente não seria interessante gravar um acena com o único propósito de explicar as movimentações financeiras) e colocarei quando fizer a postagem sobre a série.
O primeiro "investidor" foi um sem-teto
5) Estava conversando com um professor e comentei como Economia é divertida. “Tragédia dos Comuns” é um nome tão poético! Em contabilidade não temos conceitos dramáticos assim (ou temos?). Fica a dica... Vale ler Shakespeare e colar!

6) Em Supernatural (AMEI o 200th episódio: FanFiction), acho que na oitava temporada, um dos personagens, o Sam, está em um relacionamento sério. Daí claro que chega a hora de conhecer o pai da garota... que fica sabendo que ele estudava em Stanford e se anima achando que tem um genro contador, mas Sam corta o coração do sogrão explicando que largou a faculdade. Viu só? Sonho de genro: um contador. Houve algum outro acontecimento legal, mas eu não anotei e já me esqueci. Fica para as próximas férias... próxima maratona de Supernatural.

7) Em Big Little Lies, da Liane Moriarty, uma das personagens é “guarda livros”. Não tem spoiler: Ela teria se formado em direito, mas engravidou e vieram as complicações da vida. Hoje ela ajuda a organizar a papelada contábil de micro empresários. É um livro de ficção que ficou em segundo lugar no prêmio do site Goodreads. Em primeiro lugar ficou Landline da Rainbow Rowell (será que esse nome é fictício? Será que os pais dela realmente a nomearam Arco-Íris?). 

Como gostei do livro da Moriarty fui ler o que ficou em primeiro porque provavelmente seria ainda mais legal né? Não. Se considerarmos as minhas expectativas e o fato de que é um prêmio de um site no qual os leitores votam (e como votar no melhor livro de certo tema se você não leu todos os que estão concorrendo), além de ser em inglês e talvez levar em consideração muitos aspectos culturais... pois é... não foi a experiência literária que achei que seria. Em minha opinião não acontece nada no livro Landline. É a típica história que vai virar um filme estilo o melhor amigo da noiva. 

Enfim... Big Little Lies é legal, Landlane é sessão da tarde. (Ah! E "Me Before You" da Jojo Moyes me deixou deprimida por uma semana. que livro é esse!? Em português é algo como "quem eu era antes de você". Eu ouvi a versão do audible (ebook). a narradora é ótima, a história é péssima. Super não leia, ouça, etc!)

8) O blog Ciência Informativa é novo, não fala de contabilidade, mas vale a visita. Os autores estão se esforçando para publicar uma ciência acessível a todos e é a nossa cara. Anote aí: http://ciencia-informativa.blogspot.com.br/

Débitos e créditos,

Isabel

06 setembro 2022

Controvérsia no Custo Social do Carbono


O custo social do carbono (SCC) é o custo dos impactos gerados pela emissão de uma tonelada a mais de dióxido de carbono. Por sua definição trata-se de um custo marginal. O SCC leva em consideração não somente os efeitos mercantis quanto as consequências da emissão para o meio ambiente e a saúde humana.

A proposta de media o SCC é ter um parâmetro para os formuladores de política pública avaliarem o efeito no clima da emissão é justificado. Se o gestor público tem um projeto que irá produzir mil unidades monetárias de benefício social, mas emite 10 toneladas de carbono, deve multiplicar estas dez toneladas pelo SCC e confrontar com o benefício social geral. Como algumas estimativas consideram que o SCC tem um valor acima de 300 dólares por tonelada, o projeto não deve ser implementado, já que o custo para o ambiente ultrapassa o benefício social.

Um dos grandes desafios é mensurar o valor do SCC. Na metodologia é necessário considerar os impactos para a saúde humana, os danos causados pela emissão e o esforço necessário para reduzir este impacto. Isto é difícil, já que em muitos casos não temos um parâmetro, como o preço de mercado, para determinar os valores envolvidos nos cálculos. Mas não é somente isto. Como muitos efeitos são a longo prazo, é necessário trazer os montantes para valor presente no processo de comparação, o que exige uma taxa de desconto. Mais um complicador para a medição do SCC.

Mesmo a estimativa dos efeitos deve levar em consideração os vários cenários existentes, além de calcular as chances dos cenários ocorrerem. Em muitos modelos, a estimativa leva em consideração acordos que foram feitos pelos países em relação ao comportamento do aquecimento global no futuro. Vamos explicar isto. Se os países concordaram que a temperatura média da terra não deve aumentar mais que um grau Celsius, este deve ser o objetivo do modelo usado para o cálculo. Apesar de termos uma grande quantidade de informações sobre o clima, a complexidade é enorme.


Veja a questão da taxa de desconto. Se usarmos uma taxa de desconto próxima ao que é praticada com os títulos do governo, o valor final será diferente se utilizarmos uma taxa de desconto próxima aos títulos privados. Considere um exemplo de um projeto que irá gerar um custo anual para sociedade de $50 para as próximas décadas. Para simplificar, este valor é constante no tempo. Suponha que a taxa de retorno dos títulos públicos seja de 1%. É possível usar esta taxa, supondo que caso a questão ambiental seja um problema no futuro, deve ser resolvida pelo governo.

O valor de $50 pode ser trazido a valor presente, bastando dividir este valor pela taxa de 1% ou 0,01. Uma calculadora simples mostra que este valor é de $5.000. Este seria o custo do projeto deve ser considerado na decisão do governo.


Mas há controvérsia sobre a taxa de desconto. Alguns consideram que a taxa usada deve ser a do mercado. Afinal, um problema ambiental irá afetar a sociedade como um todo, o que inclui as empresas e os negócios. Esta é a posição de Nordhaus, um cientista conhecido por sua contribuição neste cálculo e que ganhou o prêmio Nobel em Economia. Se a taxa de desconto dos negócios estiver em 6%, eu devo usar este valor, não a taxa de 1%. Isto pode fazer diferença no resultado final. Usando este 6% ou 0,06, o valor presente do exemplo será de 833, bem menor que o valor anterior.

De qualquer forma, quando uma autoridade define o preço do carbono, este valor termina sendo usado neste tipo de cálculo. Esta autoridade pode ser um grupo de cientistas, uma organização que estuda o assunto ou mesmo o governo. O peso do governo é importante aqui, pois o próprio governo irá usar seus cálculos.

O problema é que cada estudo que é realizado tem um resultado diferente. E é normal que isto ocorra, pois variando as “entradas” do modelo e o modelo usado para cálculo teremos um resultado diferente.

Há um problema aqui, pois se subestimamos o valor do SCC, decisões de fazer certos projetos serão positivas, mesmo tem um elevado SCC real. Se superestimamos o SCC, projetos “bons” não serão implementados. Isto dá margem para que a discussão sobre o SCC seja também política. Veja a questão nos Estados Unidos. A discussão sobre o assunto começou ainda no governo Reagan. Mas o debate foi adiante quando, no governo Obama, a administração usou um “consenso” para fazer uma estimativa de US$38 para 2015, com valores crescentes ao longo do ano. Com a mudança da administração, o governo Trump passou a usar uma estimativa entre US$1 a US$7 em 2020. A nova alteração na presidência provocou uma nova mudança, retomando a metodologia anterior. Isto corresponde a US$51 nos dias atuais.

O fato do SCC ter valores incertos não ajuda. Em alguns países, como aqueles da Comunidade Europeia, o SCC não é mais usado. Mas mesmo nos Estados Unidos, que utiliza o SCC, o valor tem sido questionado. Um estudo recente, publicado na Nature, estimou que o valor correto seria de US$185 por tonelada, mais de três vezes o valor usado atualmente pelo governo dos Estados Unidos. Isto significa que naquele país projetos “ruins” estão sendo aprovados.

O assustador no estudo acima é que o principal fator do custo social do carbono é a estimativa de mortes relacionadas com as mudanças do clima. Metade do valor teria esta origem. Este trabalho enfatiza, inclusive, que a estimativa feita é conservadora, pois não levou em consideração a perda de biodiversidade, a redução de produtividade no trabalho, o aumento nos conflitos, a violência e a migração relacionada com o clima.

Sobre o assunto:

Pontecorvo, Emily. The Most Influential Calculation in US Climate Policy is Way off Study Finds. Grist

Social Cost of Carbon. Wikipedia.

Rennert, Kevin; Errickson, Frank; Prest, Brian C.; Rennels, Lisa; et al. (1 September 2022). "Comprehensive Evidence Implies a Higher Social Cost of CO2". Nature. doi:10.1038/s41586-022-05224-9

Neste blog: aqui, aqui (uma crítica ao risco financeiro climático) e aqui (uma reportagem de 2006 do Valor)

Foto: veeterzy

19 junho 2014

Piketty: Um tesouro de conceitos errados

Piketty: Um tesouro de conceitos errados

Donald J. Boudreaux
Capital no Século XXI (ainda sem tradução para o português), de Thomas Piketty, pode figurar em breve, junto com O Capital, de Karl Marx, como uma das obras primas mais influentes da economia dos últimos 150 anos. Mas, infelizmente, o tomo de 696 páginas, habilmente traduzido por Arthur Goldhammer para o inglês não é mais esclarecedor sobre o capitalismo do século XXI do que O Capital de Marx era sobre o capitalismo do século XIX.
Apenas como um fenômeno de vendas, o tratado do professor da Escola de Economia de Paris, que foi saudado por três laureados pelo prêmio Nobel – Paul Krugman, Joseph Stiglitz e Robert Solow – demanda a nossa atenção.  Também é digno de nota como o sintoma de uma ideologia perversa que parece dominar o pensamento progressista, incluindo o dos presidentes Barack Obama e François Hollande, e um método falho de análise econômica.
Muitos de nós nos importamos se, e em que medida, a massa de pessoas melhorou absolutamente as condições materiais de vida. Enquanto Piketty não ignora inteiramente a questão, ele se foca na causa e na cura das disparidades relativas em renda monetária e de riqueza entre grupos de pessoas e através dos séculos. Algumas maneiras de diminuir essas disparidades, como taxas punitivas de impostos, correm o risco de prejudicar a todos, tanto pobres quanto ricos. Mas para Piketty, a importância de diminuir as desigualdades monetárias é tão monumental que ele quase totalmente ignora esses riscos.
O método de Piketty de fazer economia envolve, frequentemente, grandes proclamações de “justiça social” e “evoluções” econômicas, mas ele não oferece nenhuma análise da dinâmica de como as decisões individuais são feitas, o que comumente se chama de “microeconomia”, que deveria ser um ponto central da questão que ele levanta.
Ao contrário, o autor paira na estratosfera econômica, e vê somente o único fenômeno visível a essa distância: grandes estatísticas como o crescimento da população ou a parte da renda nacional “reivindicada” pelos muito ricos. De maneira reveladora, Piketty escreve sobre a renda e a riqueza como sendo reivindicada ou “distribuída”, nunca sendo merecida ou produzida. As estatísticas resultantes são muito agregadas para revelar o que acontece com os indivíduos na terra.
Ao invés de olhar para o comportamento por trás das estatísticas, o autor usa ad hoc e, em última instância, teorias pouco persuasivas sobre o “comportamento” das próprias estatísticas agregadas, incluindo pesados agregados impessoais como o retorno de capital e a razão da riqueza nacional para a renda nacional. Ele imagina que estes agregados interagem de uma maneira robótica, com uma lógica própria, intocáveis pela inciativa, criatividade ou escolhas de seres humanos.
CONSIDERE A TEORIA CENTRAL DE PIKETTY, de que a taxa de retorno do capital, que ele chama de “r”, tende a ser maior do que a taxa de crescimento da economia, ou “g”. Para o autor, o fato de que r é mais rápido do que g – em vários pontos percentuais, segundo a conta dele – é suficiente para selar o destino do capitalismo, porque isto implica que os donos do capital necessariamente ficam mais ricos do que aqueles que não são donos. Como a propriedade sobre o capital é “distribuída” de maneira desigual na sociedade, as diferenças de renda e riqueza devem, por sua vez, piorar, “empobrecendo” tanto a classe média quanto os pobres, enquanto elites ricas relativamente pequena vão ter tanto vastos recursos quanto influência desproporcional sobre as decisões políticas do governo.
Apesar da implicação lógica do retorno de capital ser maior do que o crescimento econômico, Piketty não pensa que a plutocratização da sociedade é inevitável. Primeiro, ela pode ser detida e até mesmo revertida por calamidades como guerras mundiais ou o comunismo ao estilo soviético, já que os efeitos destrutivos desses eventos recaem desproporcionalmente sobre os ricos. Pior, ele opina que as consequências bem vindas dessas ações corretivas são somente temporárias.
Mas outro remédio, mais duradouro, está à mão: tributação contundente. Piketty pede por impostos maiores e mais progressivos, não somente sobre a renda – de pelo menos 80% na fatia superior de renda – mas também na riqueza, de preferencia a ser imposta globalmente, para evitar com que diferentes regimes de tributação façam com que os plutocratas saiam de uma jurisdição com altos impostos e se mudem para uma jurisdição com impostos mais baixos. Enquanto ele não é otimista sobre possibilidade de ocorrer à cooperação necessária entre os governos, ele está disposto a aceitar quaisquer medidas que governos mais iluminados possam tomar para impor altos impostos sobre os ricos – e especialmente medidas que podem ser acompanhadas de um compartilhamento de informações maior entre os países em relação a contas em bancos e outros investimentos de propriedade de estrangeiros.
A grande quantidade de falhas arruínam a saga capitalista contada por Piketty, falhas que surgem, principalmente, do desprezo dele aos princípios econômicos básicos. Nenhuma aparece mais claramente do que a noção errada dele sobre riqueza.
Todo semestre, eu pergunto aos meus calouros o quão rico eles seriam se cada um deles valesse tanto quanto Bill Gates, mas estivessem com todas as ações, títulos de propriedade e sacos de dinheiro em uma ilha deserta, sozinhos. Eles imediatamente veem que o que importa não é a quantidade de dinheiro que eles têm, mas, ao invés, o que o dinheiro pode comprar. Nenhum princípio econômico é mais essencial que perceber que, em última instância, riqueza não é dinheiro ou ativos financeiros, mas sim, acesso imediato a bens e serviços reais.
Piketty mal parece perceber essa realidade, e se foca nas diferenças dos portfólios monetários das pessoas. Ele, portanto, ignora o importantíssimo lado da oferta: o que as pessoas – ricos, classe média e pobres – podem comprar com o dinheiro que tem. Ainda mais: na medida em que as desigualdades são absolutamente relevantes, as únicas que realmente importam são as desigualdades de acesso a bens e serviços reais a serem consumidos. Os aposentos de Bill Gates são maiores e mais elegantes que os meus e, eu arrisco dizer, que os seus também. Mas até mesmo aqueles que são os mais pobres dentro de uma economia de mercado viram a capacidade de consumir decolar com o tempo. E quanto mais pobres eles já foram, maior foi a melhoria na capacidade de consumir.
Se nós seguirmos o conselho de Adam Smith e examinar a capacidade das pessoas consumirem, nós descobrimos que quase todo mundo em economias de mercado está ficando mais rico. Nós também descobrimos que as diferenças econômicas reais separando ricos da classe média e dos pobres está diminuindo. Avaliando o padrão de vida – em capacidade de consumir – o capitalismo está criando uma sociedade cada vez mais igualitária.
OS EUA SÃO a bête noire (N do T.: Besta Negra, em francês no original) de Piketty e de outros progressistas obcecados com a desigualdade monetária. Mas a classe média americana dá como certa as casas com ar condicionado, carros e locais de trabalho – junto com os smartphones, viagens aéreas seguras e remédios que tratam de hipertensão até disfunção erétil. No final da Segunda Guerra Mundial, quando as desigualdades de riqueza e renda em termos de moeda eram menores do que tinham sido em qualquer momento do século anterior, esses bens e serviços ou não estavam disponíveis para ninguém ou somente aqueles muito ricos poderiam usufruir deles. Então, independentemente de quantos dólares os plutocratas de hoje acumularam e tem acumulado no portfólio, a acumulação de riqueza das elites não impediu que o padrão de vida das pessoas comuns melhorasse de maneira espetacular.
Além disso, essas melhorias em padrão de vida foram, inegavelmente, muito maiores para as pessoas comuns do que para os ricos. Em 1950, Howard Hughes e Frank Sinatra poderiam, facilmente, pagar por coisas como entregas de pacotes no dia seguinte, conversas telefônicas internacionais de horas de duração e casas com ar condicionado. Para os americanos comuns, entretanto, essas coisas estavam apenas na imaginação. Agora, mesmo que os magnatas e celebridades de hoje ainda tenham acesso a essas amenidades, os americanos de classe média e até mesmo pobres tem acesso a elas também. A redução da diferença entre a riqueza real dos ricos e dos pobres devem acalmar as preocupações em relação aos perigos políticos da expansão da desigualdade no terreno da riqueza monetária.
Falhas no ponto de vista macro do autor também estão a vista quando tentamos pensar em termos humanos sobre a inevitabilidade do retorno sobre capital, de 4% a 5%, que é maior que a taxa de crescimento da economia, que vai de 1% a 1,5%. De acordo com o autor, esta diferença de alguns pontos percentuais, quando acumulada através dos anos, pode fazer com que a desigualdade econômica seja “potencialmente aterrorizante”. Mas dois fatores chaves fazem com que esta tendência dificilmente persista por muito tempo na vida da maioria dos indivíduos.
Para começar, idas e vindas, ao invés de permanência, tendem a caracterizar o padrão da maior parte dos empreendimentos bem sucedidos. Mais cedo ou mais tarde, a entrada de competidores e as mudanças nos gostos dos consumidores freiam o crescimento da empresa, quando não reduz absolutamente o tamanho delas ou as leva a falência. Somente em 2013, 33 mil empresas nos EUA declararam moratória, um número típico em anos de expansão econômica. Em segundo lugar, e mais importante, capitalistas bem sucedidos raramente criam filhos e netos que igualam o sucesso dos ancestrais. Existe uma regressão de volta à média. Note que o aterrorizante, bem sucedido capitalista Bill Gates dificilmente irá ser sucedido por Gates mais jovens preparados para se capitalizarem sobre o sucesso dele.
Podemos até mesmo deixar de lado os planos por parte de pessoas como os Gates e Warren Buffet de doar uma grande parte da própria fortuna, ou o papel redistributivo da filantropia. Os dados empíricos sugerem que a rotatividade é a norma entre os capitalistas ricos, ao invés da construção de uma plutocracia permanente. A lista do “Top 400 declarações de imposto de renda” do I.R.S. (N. do T.: Receita Federal americana) nos dá evidências da instabilidade no topo. Ao longo dos 18 anos, desde 1992 até o fim de 2009, 73% dos indivíduos que apareciam nesta lista, apareceram apenas por um ano. Somente um punhado de indivíduos apareceu na lista em dez ou mais anos. A riqueza se dilui com o tempo, quando deixada para diferentes herdeiros, e se dilui ainda mais graças aos impostos, filantropia e mudanças nas condições de mercado.
AS FALAS DE PIKETTY sobre a estabilidade da riqueza dos capitalistas negam esta realidade. Por exemplo, ele escreve que “[O] Capital nunca é quieto: ele é sempre empreendedor e orientado para o risco, pelo menos na origem, e ainda assim ele sempre tende a se transformar em rendas a medida que ele se acumula em quantias grandes o bastante. Essa é a vocação do capital, o destino lógico”. Leia-se: O elemento de risco, empreendedor na formação de negócios, eventualmente regride em importância até o negócio naturalmente evoluir em direção ao “destino lógico” – o de eterna máquina de dinheiro que regularmente cospe “renda”.
Em um caminho similar, Piketty observa, “O que poderia ser mais natural de pedir a um bem de capital do que pedir para produzir ume renda fixa e certa: este é, de fato, o objetivo de um mercado de capital ‘perfeito’, como os economistas definem”. Pode ser “natural” pedir isto de um bem de capital. Mas somente economistas que tratam sobre mercados “perfeitos” de capital são inocentes o bastante para esperar um “sim” como resposta.
Se Piketty realmente acredita em um mercado “perfeito” de capital, dando aos capitalistas uma renda fixa e certa, ele pode se perguntar porque a gigante e falida rede de livrarias Borders não está vendendo mais livros, enquanto a Amazon  cresceu e desafiou toda a rede de varejistas não-virtuais. No mundo de Piketty, o capitalismo é um sistema de lucros. No mundo real, é um sistema de lucros e prejuízos.
O desprezo de Piketty pelo raciocínio econômico básico cega ele de todas as forças importantes do mercado que trabalham no mundo real – forças essas que, se deixadas livres pelo governo, produzem uma prosperidade crescente para todos. Ainda assim, ele alegremente restringiria essas forças com impostos absurdos.
Louvavelmente, apesar de tudo, ele expressa preocupação sobre o potencial do regime de impostos proposto para expandir o tamanho do governo: “Antes de podermos aprender a organizar eficientemente as finanças públicas equivalentes de dois terços a três quartos da renda nacional”, ele diz,  “seria bom melhorar a organização e operação do setor público existente”. De fato, seria “bom” fazer essas melhorias. Eu gostaria de imaginar que, se Karl Marx fosse vivo hoje, ele iria informar ao colega menos experiente que, infelizmente a 150 anos atrás, socialistas tiveram a mesmíssima ideia. Não funcionou da maneira que eles esperavam.
// Tradução de Daniel Coutinho. Revisão de Ivanildo Terceiro. | Artigo Original

Sobre o autor

Donald J. Boudreaux
Donald J. Boudreaux é professor de economia na George Mason University, e ex-presidente da Foundation for Economic Education (FEE). Autor do livro "Globalization (Greenwood Guides to Business and Economics)", escreve com frequência no seu blog "Cafe Hayek".

08 outubro 2018

Sorteio: ebook Implementando a Gestão de Riscos no Setor Público

Sorteio encerrado. Resultado disponível: aqui

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Que tal ganhar um ebook sobre gestão de risco no setor público?



Estamos realizando um sorteio do livro digital “Implementando a Gestão de Riscos no Setor Público” do professor Rodrigo Fontenelle.

Para participar é necessário colocar o seu nome e sobrenome, além do e-mail pessoal no formulário, disponível abaixo, ou: aqui. A participação estará aberta até as 23h do dia 12/10 e o ganhador será divulgado no dia 13/10.

Limitado a uma participação por e-mail. Estará apto apenas quem preencher corretamente as perguntas. Aos autores são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido no Brasil ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que a lei proíba.

Disclosure: O livro do sorteio foi disponibilizado pelo autor. Se você estiver interessado em adquirir uma edição, clique aqui.

O professor Rodrigo também está disponível no Instagram e no YouTube. Segue lá!


01 janeiro 2014

Sorteio


Lembrem-se das regras: Os participantes devem ter 18 anos ou mais. Os prêmios serão enviados pelos autores do blog. Aos autores são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios anteriores" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que a lei proíba.
Resumindo: Coloquem nome e sobrenome, assim como um e-mail válido. Respondam ao nosso e-mail de indicação do resultado com os dados postais em até 72h ou escolheremos outro ganhador.
O sorteio ficará ativo até o dia 10 de janeiro.
Será escolhido apenas um vencedor que ganhará os dois DVDs.
Divirtam-se e boa sorte! Contabilidade Financeira

14 setembro 2013

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1 – O comportamento do desemprego nos Estados Unidos pode ter sido influenciado pelos números do seguinte setor de serviços:
Esportes
Pornografia
Religião

2 – Numa das postagens do Rir é o Melhor Remédio, este blog divulgou um anúncio antigo que dizia que São Paulo era o berço
da auditoria mundial
da contabilidade pública
das partidas dobradas

3 – Na listagem das pessoas mais poderosas na área contábil, a revista Accounting Today elegeu a seguinte pessoa como a mais poderosa:
Barry Melancon, do AICPA
Mary Jo White, da SEC
Tom Hood, do MACPA

4 – Com respeito a listagem da Accounting Today, o número de mulheres, entre as 100 pessoas listadas
É maior que 40
Ultrapassa a 10 e é inferior a 20
Ultrapassa a 20 e é inferior a 30

5 – O Brasil apareceu em 24º. Num ranking da Onu sobre
Corrupção
Felicidade
IDH

6 – Os matemáticos que recebem a maior premiação da área geralmente apresentam uma produtividade
Maior após o prêmio
Menor após o prêmio
Não se altera com o prêmio

7 – Uma pesquisa mostrou que 20% das empresas
Apresentam problemas de controle interno
Não possuem contadores
Tiveram problemas de fraudes no último ano

8 – Segundo pesquisa da Folha de S. Paulo, a universidade com melhor ensino em contábeis foi
UFRGS
UnB
USP

9 – Uma análise da relação entre o público e o desempenho de uma equipe de futebol no campeonato brasileiro é
Direta
Inversa
Pouco expressiva

10 – A norma sobre este assunto está encerrando seu prazo de audiência pública. A proposta de alteração foi elaborada pelo Iasb em conjunto com o Fasb, mas recebido muitas críticas
Derivativos
Leasing
Reconhecimento da Receita

Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze

Respostas: (1) Pornografia; (2) das partidas dobradas; (3) Barry Melancon, do AICPA; (4) Ultrapassa a 20 e é inferior a 30; (5) Felicidade; (6) Menor após o prêmio; (7) Apresentam problemas de controle interno; (8) UnB; (9) pouco expressiva; (10) Leasing

11 março 2020

Sorteio: livro Curso Prático de Contabilidade

O carnaval acabou e o ano começou... E para celebrar 2020 estamos realizando o sorteio do livro “Curso Prático de Contabilidade - Analítico e Didático” dos professores César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues.

Para participar é necessário colocar o seu nome e sobrenome, além do e-mail pessoal no formulário, disponível abaixo, ou: aqui. A participação estará aberta até as 23h do dia 15/03 e o ganhador será divulgado no dia 16/03.

Limitado a uma participação por e-mail. O e-mail não será utilizado para outros fins. Estará apto apenas quem preencher corretamente as perguntas. Aos autores são reservados direitos de substituir um ou todos os prêmios por outro de valor igual ou superior caso algum prêmio divulgado se torne indisponível. Os sorteados serão notificados por meio do e-mail cadastrado e devem responder em até 3 dias (72 horas) com um endereço de envio de correspondência válido no Brasil ou estará abrindo mão do prêmio e um novo participante será selecionado. Ao aceitar o prêmio, todos os participantes concordam que os autores do blog poderão postar o seu nome em páginas e textos relacionados a "sorteios" e em qualquer outro tipo de publicidade sem qualquer compensação ou consideração adicional, a não ser que a lei proíba.

Disclosure: O livro do sorteio foi disponibilizado pelo autor. Se você estiver interessado em adquirir uma edição, clique aqui.

31 outubro 2015

Jovens mais influentes do mundo

Fonte: Aqui
A revista Time divulgou sua tradicional lista com os 30 jovens mais influentes do mundo. A lista contempla diferentes áreas de atuação, como política, esporte, artes e música e traz nomes já muito conhecidos, como Malala Yousafzai, de 18 anos, defensora feroz do acesso de mulheres e meninas à educação.

A história de Malala impressiona pela determinação e pelo posicionamento da jovem.

Ela cresceu no Vale do Swat, no noroeste do Paquistão, região controlada desde 2007 pelo grupo extremista Talibã. Filha do dono de uma escola que sempre incentivou a filha a estudar, Malala viu seu direito à educação ameaçado em 2008, quando o líder talibã local exigiu que todas as escolas parassem de dar aulas a meninas por um mês. Seu pai foi um dos únicos a não cumprir a exigência.

Sua notoriedade veio com a criação de um blog chamado Diário de uma Estudante Paquistanesa. Seus textos sobre o desejo de continuar estudando começaram a atrair os olhos do mundo para a jovem, mas foi uma tragédia que a alçou ao posto de ativista feminista mundialmente conhecida.

Em 9 de outubro de 2012, aos 15 anos, Malala levou um tiro ao sair de sua escola durante um ataque orquestrado pelo grupo extremista. Desde então a jovem se mudou para o Reino Unido, onde continua sua luta.

"Nossos livros e nossos lápis são nossas melhores armas. A educação é a única solução, a educação em primeiro lugar", afirmou em seu primeiro pronunciamento público, na Assembleia de Jovens da Organização das Nações Unidas (ONU), nove meses após o atentado.

"Os terroristas pensaram que mudariam meus objetivos e interromperiam minhas ambições, mas nada mudou na vida, com exceção disto: fraqueza, medo e falta de esperança morreram. Força, coragem e fervor nasceram", declarou.

O trabalho de Malala incita o debate em torno das relações de poder que os homens exercem sobre as mulheres em muitos países e a transformou em uma das jovens mais influentes do mundo. Seu poder inspirador começou dentro da própria casa, quando motivou a mãe, Tor Pekai, a voltar a estudar.

Apesar da pouca idade, Malala coleciona prêmios importantes.

Em 2013, a ativista recebeu o prêmio Sakharov, concedido pelo Parlamento Europeu pela liberdade de consciência, e o Prêmio Internacional da Criança por sua luta na área. O mais importante, no entanto, veio em 2014. A paquistanesa conquistou o Prêmio Nobel da Paz e se tornou a pessoa mais jovem da história a receber a premiação.

A lista da Time conta ainda com outros nomes famosos, como Maisie Williams, 18, que interpreta a personagem Arya na série Game of Thrones, as irmãs estrelas das redes sociais Kendall, 19, e Kylie Jenner, 18 e a filha mais velha do presidente dos Estados Unidos, Malia Obama, 17.

Outros destaques são Maddie Ziegler, 13, que ganhou fama mundial ao estrelar os videoclipes da cantora Sia com atuações impressionantes e Jazz Jennings, 15, que vive como menina desde os cinco anos e este ano estreou uma série no canal TLC onde compartilha suas experiências como adolescente transgênero.

Fonte: Aqui