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17 setembro 2007

Efeito do iPod

Será que as limitações de MP3s e iPods estão arruinando a música pop?
Lee Gomes - The Wall Street Journal - 13/09/2007

Se você sente que tem ouvido mais música mas desfrutado menos dela, algumas pessoas na indústria fonográfica dizem que sabem o motivo. Elas culpam aquele iPod que você não consegue largar e todos os arquivos MP3 de música comprimida que carregou no aparelho.

As pessoas que trabalham por trás dos microfones na indústria fonográfica — produtores, engenheiros de som e assim por diante — dizem que cada vez mais presumem que suas gravações serão ouvidas como MP3s num tocador de música como o iPod. Por causa disso, a combinação está se tornando a "plataforma de referência" usada como teste de como a faixa deve soar. (Produtores de cinema reclamam da mesma coisa quando vêem suas imagens em versões digitais de baixa qualidade.)

Mas por causa das muitas limitações das músicas comprimidas e da relativa baixa qualidade dos fones do iPod, produtores lamentam que estão mixando suas músicas para um baixo denominador comum técnico. O resultado, dizem eles, é uma música com volume alto mas áspera e chapada, e portanto pouco agradável por longos períodos de tempo.

"Agora, quando você acaba de gravar uma faixa, a primeira coisa que uma banda faz é carregá-la em um iPod e ouvir como soa", diz Alan Douches, que trabalhou com a banda de rock Fleetwood Mac e outros. "Anos atrás a gente poderia checar o som num Walkman, mas ninguém acreditava que seria o melhor que poderia soar. Hoje, artistas jovens acreditam que o MP3 é um meio de alta qualidade e o iPod representa o que há de melhor em som."

Não é. Produtores e engenheiros dizem que há muitas maneiras de adaptar uma faixa para um MP3 do iPod. Algumas vezes, as mudanças são para pior.

O veterano Skip Saylor, dono de um estúdio em Los Angeles, diz que as freqüências altas que parecem esplêndidas em um CD, por exemplo, podem não soar tão bem em um arquivo de MP3 e portanto serão cortadas da mixagem. "O resultado pode satisfazê-lo num MP3, mas não o deixaria contente num CD", diz. "Se você me perguntar se estou feliz em fazer isso, minha resposta é não. Mas este é o mundo real, é preciso se adaptar."

Essa mudança para a música comprimida ouvida em iPods está ocorrendo ao mesmo tempo em que outra tendência irrita os audiófilos: a música de hoje é lançada nos volumes mais altos da história, por causa da suposição de que isso vende melhor. O processo de aumentar o volume, porém, tende a eliminar a distinção dos altos e baixos de uma faixa.

Consequentemente, a música pop contemporânea tem um som característico, diz o veterano engenheiro Jack Joseph Puig, de Los Angeles, que trabalhou com os Rolling Stones e Eric Clapton. "Há dez anos, a música era mais quente; era rica e espessa, com mais tons e mais 'poder real'. Mas os novos álbuns são mais frios e brilhantes. Ele têm o que chamo de 'poder implícito'. É tudo feito com defasagens, reverberações e compressões para enganar o seu cérebro."

Todos esses engenheiros tendem a ser audiófilos, o tipo de gente que brigaria para deixar uma faixa perfeita. Mas eles estão começando a questionar se a briga vale a pena.

"Eu me importo com a qualidade, mesmo se o garoto na rua goste do que ele ouve no MySpace, que é ainda pior que MP3", diz Stuart Brawley, um engenheiro de Los Angeles que gravou com Cher e Michael Jackson. "Tentamos produzir a melhor qualidade de som possível, mas nós temos que ser cada vez mais realistas sobre quanto tempo podemos gastar com isso."

É claro que nem todos os produtores de música concordam que os MP3s e iPods estão afetando a música de maneira tão ruim. Larry Klein, conhecido por seu trabalho com Joni Mitchell, diz que "se algo soa muito bem num par de caixas acústicas normais, vai soar ótimo em fones de ouvido. Não posso imaginar fazer uma mixagem de um disco de modo que soe melhor em fones de ouvido".

Quando os primeiros CDs foram lançados, eles foram considerados frios e chapados se comparados com os discos de vinil. Mas seu som melhorou à medida que os engenheiros aprenderam mais sobre o meio, um processo que muitos esperam que se repita com MP3s e tocadores de música portáteis.

Mesmo assim, os engenheiros ainda sentem nostalgia das tecnologias antigas. "O que perdemos nesta nova era de compressão em massa e baixa fidelidade são discos que soam tão bem que você se perde neles. 'Dark Side of the Moon' — já não se fazem mais discos como aquele."

16 abril 2024

Here Comes The Sun

Por anos, o streaming tem sido considerado como o potencial salvador do mundo da música, um prenúncio de mudança que poderia trazer riquezas de volta a uma ampla gama de artistas, gravadoras e editoras que estão lutando para sobreviver. Mas, especialmente após as notícias recentes de que o Spotify pretende aumentar os preços em $1-2 por mês pelo segundo ano consecutivo, alguns críticos começam a perguntar: por que está demorando tanto?

De fato, embora nunca tenha havido um momento mais conveniente para ser um fã de música — com milhões de músicas a apenas um toque de distância — em termos puramente financeiros, a indústria musical americana ainda é uma fração do que era antes. Dados da RIAA revelam que, uma vez ajustados pela inflação, as receitas da música gravada nos EUA ainda estão 36% abaixo do seu pico em 1999, quando milhões saíam para comprar cópias em CD de "Believe" de Cher ou "Millennium" dos Backstreet Boys.


Conveniência notável

Os dias de verificar CDs desgastados por uso excessivo em busca de arranhões, usar um lápis para consertar uma fita cassete desenrolada ou economizar para aquele Walkman de última geração podem parecer tão estranhos para os ouvintes de música contemporâneos quanto se reunir ao redor de um gramofone, mas é difícil exagerar o quanto a indústria da música suportou mudanças nas últimas décadas.

A dominância do vinil nos anos 1970, quando artistas como Stevie Wonder e Abba vendiam milhões de discos, foi uma era de audição musical que agora é fortemente romantizada... até mesmo pela Geração Z. Mas, se a necessidade é a mãe da invenção, a conveniência é certamente uma parente próxima, com os amantes da música ansiosos para levar suas faixas favoritas consigo, e os discos de 12 polegadas oferecendo pouco em termos de portabilidade. As fitas cassete menores se tornaram a opção para quem estava em movimento, apenas para serem substituídas pelos CDs, que ofereciam a mesma flexibilidade com melhor qualidade de som, nos anos 1980 — inaugurando a idade de ouro da indústria e, eventualmente, representando 89% da receita em seu pico em 1999.

Outro que morde a poeira

Claro, a internet mudou tudo. Comparados aos arquivos de vídeo, os arquivos de áudio eram consideravelmente menores... e eram fáceis de compartilhar online, iniciando um período sombrio de 15 anos para a indústria no qual a pirataria esmagou sua renda. Downloads — e por alguns anos estranhos, toques para celular — ofereceram algum alívio para artistas e gravadoras, mas foi apenas com os primeiros sinais de crescimento do streaming que a indústria de música gravada retornou ao crescimento real.

À medida que mais e mais de nós nos inscrevemos em serviços como o Spotify para desfrutar de nossas músicas favoritas sob demanda, a renda gerada pelas plataformas de streaming disparou, com o streamer sueco reportando mais de 14 bilhões de dólares em receita no último ano. Mas, apesar de seu crescimento, o Spotify nunca relatou um ano inteiro de lucro líquido, e se essas receitas estão realmente chegando aos maestros por trás da música, permanece uma questão mais complicada.


Dinheiro, dinheiro, dinheiro

A remuneração dos artistas tem sido um tópico quente para o Spotify quase desde sua fundação, com artistas de topo como Taylor Swift e Thom Yorke do Radiohead retirando temporariamente suas músicas do serviço nos últimos anos e levantando questões sobre como a empresa estrutura seus royalties.

O Spotify tem sido bastante firme em sua resposta às críticas de bandas e artistas insatisfeitos, frequentemente apontando para os bilhões de dólares que repassa aos criadores de música a cada ano. De fato, o Spotify supostamente pagou cerca de 9 bilhões de dólares aos detentores de direitos (artistas, gravadoras, editoras, distribuidores etc) em 2023, elevando seu total acumulado para mais de 48 bilhões de dólares.

Harmonia... ou discórdia?

Esses números são do último relatório Loud & Clear da empresa, que também revelou que o número de artistas alcançando vários marcos monetários, como ganhos anuais de mais de 10 mil dólares, quase triplicou nos últimos 6 anos, com cerca de 1.250 músicos agora ganhando mais de 1 milhão de dólares apenas com o streaming no Spotify.

No entanto, vale notar que, com cerca de 9,8 milhões de perfis de artistas no Spotify, segundo algumas estimativas, os 11.600 artistas que estão conseguindo alcançar o patamar de 100 mil dólares representam uma parcela minúscula do talento total na plataforma, e esses números representam pagamentos aos detentores de direitos — não necessariamente o que acaba no bolso dos artistas. Dependendo dos acordos individuais, a maioria será dividida em diferentes proporções com agentes, gravadoras e editoras.

Embora o Spotify tenha objetivamente pago mais dinheiro a mais artistas, não há dúvida de que depender apenas dos pagamentos de streaming não é suficiente para milhares de bandas e músicos. Muitos artistas estão agora procurando em outros lugares para ganhar dinheiro, com um método testado e comprovado se mostrando particularmente eficaz nos últimos anos.


Jogando para a plateia

Embora se apresentar ao vivo obviamente não seja uma novidade, nunca foi tão crucial para os ganhos de muitos músicos — e isso também está se refletindo nos níveis mais altos do negócio, com a recente inclusão de Taylor Swift na lista de bilionários da Forbes sendo em grande parte atribuída à sua turnê recordista Eras.

A publicação da indústria Pollstar revelou que as 100 maiores turnês da América do Norte, graças em grande parte à Sra. Swift e Beyoncé, arrecadaram 6,6 bilhões de dólares em 2023, o maior valor registrado. E isso não se deve apenas à "funflação", com o gigante do entretenimento Live Nation também relatando um recorde de presença em shows e vendas de ingressos no ano passado.


Mudando o jogo

Bandas e artistas não apenas mudaram a forma como ganham dinheiro por causa do streaming: a própria maneira como muitos agora escrevem e constroem músicas está mudando como resultado do meio também. De fato, reportagens recentes do Washington Post destacaram como os métodos de monetização do Spotify, como seu sistema de pagamento por reprodução ou a necessidade de um ouvinte permanecer por pelo menos 30 segundos em uma música, bem como o desejo de viralizar no TikTok, levaram os artistas a escrever músicas mais curtas, mais incisivas e mais chamativas.

Olhando para algumas das maiores músicas no Billboard 100 de cada ano desde 1960, observamos uma tendência semelhante, com as principais músicas lançadas nos últimos 5 anos tendo em média 2 minutos e 55 segundos, comparado aos 3 minutos e 59 segundos em média durante os anos 1990, na era de ouro dos CDs e da indústria musical de forma mais ampla. Quando você é pago por stream, mais curto é sensato.

Texto da newsletter do Chartr, traduzido pelo ChatGPT

20 julho 2014

Entrevista: Vladmir Ferreira Almeida

Vladmir Ferreira Almeida é contador, blogueiro e adora música. Uma de suas paixões é o violão clássico. Ele é o entrevistado deste belo domingo. Agradecemos a companhia Vladmir! *.*

Blog_CF: Vladmir, com quantos anos você começou a tocar violão clássico? Você estudava teoria musical também?
Bom na verdade eu comecei a tocar violão já tarde, aprendendo sozinho, observando alguns amigos. Eu estava com 16 ou 17 anos. Depois de algum tempo entrei na escola de música e passei dois anos estudando teoria musical e iniciação ao violão clássico. Não cheguei a completar o curso porque eu tive que trabalhar, não era possível conciliar. Até hoje guardo alguns livros de teoria musical (Bohumil Med, Ian Guest, Paul Hindemith, entre outros).

Blog_CF: Esperamos que logo você consiga voltar! Como essa paixão surgiu e como ela influenciou a sua personalidade?
Meus pais sempre gostaram de ouvir música popular brasileira e música internacional. Quando eu era criança, no Rio de Janeiro, ouvia muito Djavan, Benito di Paula, Nat King Cole, Clara Nunes, Luiz Gonzaga... Com o tempo, já na adolescência, começou a despertar o meu interesse pelo Rock, principalmente pelos clássicos como: Jimi Hendrix, Pink Floyd, Deep Purple, Led Zeppelin, etc. Após a viagem de mudança para a cidade de São Luis (MA) conheci um rapaz que já tocava violão e nos finais de semana a gente se reunia para curtir algumas músicas. Em certo momento eu pedi o violão dele emprestado. Ele me perguntou se eu sabia tocar e eu disse que não, mas ia aprender. Depois de duas semanas, lendo algumas revistas com canções cifradas, já tocava algumas notas – mesmo com violão desafinado. Foi assim que aprendi: observando e lendo, como comentei anteriormente. Dois anos depois entrei na escola de música. Aprendi teoria musical, solfejo e ritmo. Acabei conhecendo outros grandes músicos como: Egberto Gismonti, Paco de Lucia, Hermeto Pascoal, Kazuhito Yamashita, Fabio Zanon, Hélio Delmiro, Charlie Haden, Witold Lutoslawski, J. S. Bach, Chopin, Vivaldi, Tchaikovsky, Heitor Villa Lobos, Turíbio Santos, Rafael Rabelo, Nana Vasconcelos,... , juntamente com vários outros. Ainda cheguei a trabalhar tocando em alguns bares e até mesmo em algumas bandas, mas foi por pouco tempo. Uma coisa que a música ensina muito bem é a dedicação pelo que você faz. A procura pela “perfeição” na execução de cada nota, e mesmo nos estudos com partitura, é uma coisa fantástica.

Blog_CF: Como a sua vida na contabilidade se iniciou e como você vê a disciplina que tinha ao estudar música ter te ajudado como aluno em outras áreas?
Eu sempre gostei de números e comecei a trabalhar cedo – até para ajudar nas despesas de casa. Meu primeiro trabalho de carteira assinada foi no setor de contabilidade de uma empresa. Foi nesse momento que tive os primeiros contatos com a contabilidade básica - lançamentos contábeis, folha de pagamento, plano de contas, conciliação bancaria, etc. Em seguida tive contato com serviço na área de orçamento, centros de custos e projetos. Após alguns anos de trabalho comecei o meu curso de graduação em contabilidade e logo em seguida a minha especialização. Acho que a disciplina no estudo da música me ajudou na minha compreensão sobre a contabilidade, principalmente no aspecto da concentração.

Blog_CF: O que a contabilidade significa pra você?
Eu acho que significa relação e equilíbrio - não só para as contas e seus valores, mas para vida! Quando você está elaborando um balancete você cria RELAÇÕES entre pontos que, a priori, não são comuns. Como, por exemplo, no pagamento de uma obrigação - há um fornecedor (passivo) e a sua conta corrente (ativo). Dessa relação aparece o equilíbrio (método das partidas dobradas) - lançamentos. A partir do equilíbrio você pode tomar uma decisão de forma mais clara – o balancete. Essa é uma forma simples de demonstrar que objeto de estudo da contabilidade não é só o patrimônio das empresas, mas o maior de todos os patrimônios, a vida!

Blog_CF: Como você se tornou blogueiro e como afeta a sua vida? 
Sempre gostei de compartilhar informações. A forma que eu utilizava para mandar algo novo de contabilidade para os meus amigos, ou algum outro assunto importante para qualquer profissional dentro da empresa (comunicação, liderança, relacionamento interpessoal,...), era através de e-mail. Como eu mandava muitos artigos a minha caixa de saída do correio eletrônico ficava muito pesada e eu tinha que apagar boa parte das informações. Foi nesse momento, em 2009, que tive a ideia de criar um blog aonde eu pudesse colocar todas as informações que eu achava importantes e um único lugar aonde todos pudessem ver. Outro ponto fundamental para a elaboração do blog foram os links para acessar algum site importante. Às vezes você não se lembra de algum endereço eletrônico essencial para o seu trabalho ou para alguma pesquisa acadêmica. Com a página centralizei tudo isso.

Blog_CF: Qual é o balanço desses anos como blogueiro?
Após cinco anos de blog as minhas maiores satisfações, como blogueiro, foram:
- O conhecimento adquirido nesse espaço de tempo;
- As novas amizades, principalmente dos meus queridos amigos blogueiros: Isabel Sales, Cesar Tibúrcio (Mohamed), Alexandre Alcântara, Claudia Cruz, Pedro Correia, Orleans Martins, Augusto Cezar, Polyana Silva, Thiago Pena, Vinicius Gomes, Marcelo Paulo, Luiz Felipe, entre outros.

Blog_CF: Que dicas e conselhos você daria a quem pretende começar um blog?
A primeira coisa e gostar muito do assunto que você irá abordar. Ter um blog exige muito dedicação. Periodicamente você tem que acompanhar os assuntos mais relevantes da área;

Outra coisa importante é ser o mais especifico possível. No meu caso, em especial, eu tenho que compartilhar vários assuntos diferentes (Contabilidade, Gestão financeira, Auditoria, Economia, Controladoria e Empreendedorismo) e isso requer um tempo maior para tratar tudo;

Evite textos longos; Utilize outras formas que não sejam apenas textos como, por exemplo, vídeos; Compare seu blog com outros blogs que tratem do mesmo tema; veja o que pode ser comentado, melhorado e aprendido.  E tenha tempo! Blogar exige o empenho de vária horas semanais.


22 janeiro 2014

Listas: 8 músicas que já foram usadas como tortura

Se você costuma dizer que algumas canções soam como tortura para os seus ouvidos, vai se surpreender ao descobrir que (do alto do seu mau humor) pode ter acertado. Por mais incrível que pareça, o uso de músicas como forma de intimidação em interrogatórios é prática recorrente e aplicada para minar a resistência e obrigar a cooperação de prisioneiros. Achou ~moleza~? Pense de novo, colega.

Para a Anistia Internacional, existe uma linha tênue entre o que constitui desconforto e o que constitui tortura – e, como a prática costuma ser acompanhada por um prolongado período de privação do sono e outros métodos de intimidação, para a instituição, ela pode muito bem ser considerada um método de tortura. E a ideia parece ser mesmo essa. “Se você tocar estas músicas [para os prisioneiros] por 24 horas, o cérebro e as funções do corpo começam a falhar, a linha de pensamento fica mais lenta e a força de vontade é quebrada. É nesse momento que entramos para falar com eles”, afirmou à BBC o Sargento Mark Hadsell dos EUA, responsável por operações psicológicas, ao confirmar o uso de músicas da banda Metallica e do programa infantil Vila Sésamo (!) para interrogar prisioneiros no Iraque em 2003.

Conheça 8 músicas que já foram usadas como métodos de tortura:


1. Enter Sandman (Metallica)

Para quem curte a clássica canção do Metallica, ouvir a música deve trazer lembranças bem distantes da ideia de uma sala de tortura. Mas, provavelmente, nem os fãs mais fervorosos achariam muito agradável ouvir a faixa por mais de 24 horas seguidas sem conseguir dormir ou colocar fim ao looping infinito. Taí um pesadelo digno do temido Sandman – figura da cultura popular europeia que, em versões mais sinistras do conto, joga areia e coleta os olhos de criancinhas que não vão para a cama na hora certa.

2. Bodies (Drowning Pool)

A canção, que faz parte da trilha sonora do filme Triplo X (2002), foi apontada como uma das “mais tocadas” da playlist das salas de interrogatório. Nem Vin Diesel aguentaria.

3. Vila Sésamo (música tema)

Não é só rock pesado que rola nas cabines de interrogatório. A música tema do programa infantil com maior duração da história, Vila Sésamo, exibido desde 1969, é um dos sons escolhidos para “quebrar” prisioneiros. De acordo com documentos liberados com base na lei de liberdade de imprensa dos EUA, as alegres canções estão na lista de músicas usadas nos interrogatórios conduzidos por americanos na prisão da Baía de Guantánamo. E esta não é a única do gênero a ser usada no ambiente hostil, como você vê no item seguinte.

4. Amo vocês (música de Barney e seus amigos)


(para relembrar a versão em português da música-chiclete, clique aqui)

Se você sempre alimentou uma antipatia não-declarada (ou, talvez, nem tão secreta assim) pelo excessivamente simpático dinossauro roxo Barney, pode aproveitar esta chance para argumentar que seu ódio não é gratuito. Além de ser usada para torturar prisioneiros, a recorrente canção do seriado Barney e seus amigos, “Amo vocês”, é também trilha sonora de treinamentos militares. “No treinamento, eles me forçaram a ouvir a canção por 45 minutos. Nunca mais quero passar por isso novamente”, declarou à BBC um soldado norte-americano. Nas prisões, a coisa fica ainda pior:segundo a CNN, em Guantánamo, a música pode já ter sido usada em looping por 24 horas seguidas.

5. Killing In The Name (Rage Against the Machine)

Os integrantes da banda Rage Against the Machine, críticos do governo de George W. Bush, não gostaram nada de descobrir que uma de suas canções estava sendo usada como método de tortura na Baía de Guantánamo. Em 2008, ano que marcou o aniversário de 60 anos da adoção pela ONU da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o grupo se juntou a outros artistas cujas obras constavam na “playlist” no movimento Zero dB (“zero decibéis”), que tinha o objetivo de ajudar a por fim à prática de tortura musical.

6. The Real Slim Shady (Eminem)

Binyam Mohamed, um prisioneiro de Guantánamo e ex-morador de Londres, relatou à Reprieve, organização de direitos humanos que fornece representação legal para os presos na Baía, ter sofrido meses de tortura encabeça por agentes da CIA, enquanto era mantido em uma prisão secreta. “Havia música alta, incluindo Slim Shady e Dr. Dre, durante 20 dias. Ouvi isso sem parar, por dias e mais dias (…). Muitos enlouqueceram. Eu podia ouvir as pessoas batendo suas cabeças contra as paredes e as portas”, afirmou.

7. My Sweet Lord (George Harrison)

Até um ex-beatle entrou sem querer na roda. Segundo o Telegraph, durante a ditadura chilena de Augusto Pinochet, canções de George Harrison, a trilha sonora do filme de Stanley Kubrick,Laranja Mecânica (1971), e faixas de Julio Iglesias eram usadas como forma de tortura. “Tocadas intensamente em altos volumes por dias a fio, músicas populares foram usadas para infligir danos psicológicos e físicos”, afirmou a pesquisadora da Universidade de Manchester, Katia Chornik, ao veículo.

8. Born in the U.S.A. (Bruce Springsteen)

“Então eles colocaram um fuzil na minha mão / Enviaram-me para uma terra estrangeira / Para ir e matar o homem amarelo”

Patriotismo às avessas? Documentos divulgados pelo WikiLeaks relatam que a música de Bruce Springsteen, Born in the U.S.A., também foi usada em altíssimo volume em Guantánamo como forma de intimidação e coação. Apesar do título aparentemente ufanista, a canção está longe de exaltar o american way of life e lida com os efeitos negativos da guerra do Vietnã sobre os próprios estadunidenses.

Fonte: Aqui

27 agosto 2008

Música em Lojas


Em Retailers call the tune, Leah McGrath Goodman (Financial Times, 20/08/2008) lembra da importância da música numa loja. A música correta pode afetar o comportamento do cliente, atraindo e mantendo a cliente dentro da loja para mais compras. Goodman lista alguns dos segredos de uma seleção musical que seja adequada.

O estudo do efeito da música iniciou-se na década de 1930 com psicólogos britânicos liderados por S. Wyatt e J.N. Langdon. Em 1938, Muzak Corp começou a usar música para trabalho em diversas empresas, com Prudential, Bell Telephone. Na segunda guerra foi a vez de música na batalha, Muzak foi contratada pelos exércitos britânicos e estadunidense. É interessante notar que o nome Muzak é hoje sinômino de um tipo de música suave e leve, geralmente orquestrada, que possui, entre seus representantes, Ray Coniff.

14 janeiro 2008

Sobre o mercado de música e quem ganha e perde

Um texto no NEw York Times de 13/01/2008, Tyler Cowen, do Marginal Revolution, faz uma análise do mercado de música:

Em 2007, as vendas de álbum caíram 15,3 por cento, em comparação com 2006, um ano ruim. Mesmo que as vendas de 10 faixas sejam contados como um álbum, as vendas foram ainda caíram 9,5 por cento.

Os economistas não sabiam se digitalização iria ajudar ou prejudicar o mercado de música; muitos pensavam que uma maior exposição à música e à facilidade de acesso on-line pode levar as pessoas a comprarem mais. Mas, em 2007, o resultado ficou claro: as pessoas tendem a comprar a sua música favorita de um álbum, online, em vez de comprar todo o álbum. Mais faixas digitais individuais estão sendo vendidas, mas isso não significa maiores lucros para os artistas da música ou para as empresas. Os preços são mais baixos para a música (99 centavos uma canção no iTunes) e uma parte dos lucros ficam com os fabricantes de hardware, acima de tudo com a Apple e seu iPod.

15 fevereiro 2008

Cidade da Música

Um texto interessante do jornal O Globo analisa (ou tenta analisar) a Cidade da Música. A relação custo-benefício não está clara, conforme o texto enfatiza.

MP investigará os custos da Cidade da Música
O Globo - 14/2/2008 - 19
Luiz Ernesto Magalhães

O Ministério Público abre inquérito hoje para investigar os custos da construção da Cidade da Música Roberto Marinho, na Barra da Tijuca. Os promotores da Promotoria de Cidadania e Tutela Coletiva querem esclarecer como uma obra orçada pela prefeitura inicialmente em R$80 milhões já custa aos cofres públicos R$461,5 milhões (576% a mais) em construção, projetos e consultorias, como mostrou O GLOBO. Por sua vez, a oposição ao prefeito Cesar Maia na Câmara dos Vereadores se articula para instaurar uma CPI para investigar os gastos com o complexo.

— Queremos esclarecer com a prefeitura e o Tribunal de Contas do Município (TCM) como foram calculados os custos inicial e final do projeto — explicou o promotor Rogério Pacheco Alves.

A Secretaria municipal de Fazenda divulgou o edital de licitação com as regras para a concessão do espaço, marcada para 17 de março. A prefeitura fixou em apenas R$97 mil (0,02% do custo total da obra) o preço mínimo para transferir a Cidade da Música à iniciativa privada. O valor deve ser quitado numa única parcela, 25 meses após a concessionária tomar posse. Como fontes de receita a empresa terá, além das salas de concerto, três cinemas, lojas, café, restaurante e estacionamento com 738 vagas, cujas gestões podem ser terceirizadas. O valor mínimo equivale a R$323,33 por mês — quantia inferior ao preço mínimo cobrado pelo aluguel de uma quitinete na Barra (R$450).

O prefeito Cesar Maia diz que o valor fixado no edital tomou por base estudos de viabilidade econômica desenvolvidos por uma empresa de consultoria. O documento, porém, não foi divulgado. Cesar argumenta que os ganhos da prefeitura seriam indiretos, pois não terá que arcar com os custos de manutenção:

— O custo para a prefeitura seria de pelo menos R$12 milhões por ano. Não ter esse custo já é um pagamento de fato pela concessão — disse.

Os argumentos não convenceram o vereador Roberto Monteiro (PCdoB), que tenta reunir as 17 assinaturas necessárias para dar entrada amanhã com um pedido de CPI:

— A discussão sobre esses gastos tem que ser aprofundada. Não é possível enterrar R$460 milhões num projeto quando a cidade enfrenta sérios problemas com conservação e favelização.

Preços simbólicos também no Engenhão e no Riocentro

Esta não é a primeira vez que a prefeitura promove licitações com preços simbólicos. Em 2005, o Riocentro, que precisava sofrer adaptações para o Pan, foi transferido à GL Events, por 50 anos, por R$1,2 milhão. Na época, o argumento era que a prefeitura saiu ganhando por não ter que gastar R$69 milhões no local. Já o Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), que custou quase R$400 milhões, foi transferido por 20 anos para a Companhia Botafogo (que administra os negócios do clube) por R$36 mil mensais. A prefeitura também argumentou que a idéia era se desonerar dos custos da manutenção do complexo.

Segundo o edital de licitação, o candidato a explorar a Cidade da Música deverá comprovar experiência de três anos na execução ou administração de equipamentos culturais. Ao contrário do que a prefeitura vem divulgando, a cessão de espaço para a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), embora bastante provável, não é garantida no edital. Por questões legais, a prefeitura não poderia indicar uma orquestra para ocupar o local. As candidatas devem indicar a orquestra-residente, que terá de cumprir exigências. Entre elas, ter no mínimo 70 músicos e ter se apresentado pelo menos 50 vezes nos últimos sete anos. Outra exigência é ter um maestro com experiência internacional. No Rio, se enquadram nesta situação a própria OSB e a Orquestra Petrobras.

Em nota, a OSB informa estar avaliando os termos da licitação para estudar se participa da concorrência. Já a Orquestra Petrobras informou não ter planos de disputar a concorrência. Outra que se enquadra nas exigências é a Fundação Orquestra Sinfônica de São Paulo, que não tem interesse no espaço.

17 outubro 2012

Música

Acima, a partitura da obra 4´33´´, de John Cage. Custa US$5,95. Para quem não conhece esta obra de Cage, eis um resumo:

A partitura de 4'33" contém três movimentos em que o músico não deve executar nenhuma nota em seu instrumento. Após a entrada no palco e os aplausos, o músico deve colocar-se em posição de execução e permanecer assim durante toda a duração da obra (quatro minutos e trinta e três segundos).
Questionando o paradigma da música ocidental, que explicava a música como uma série ordenada de notas, ou o que se esperaria de um concerto normal, Cage se voltou para outras concepções de música. A peça não pode ser chamada de silent piece, pois a música ouvida na hora foi o ruído do teatro. Segundo a concepção oriental de música pesquisada por Cage, esta seria o som ao qual se presta atenção.

Alguém compraria esta partitura?

23 novembro 2011

Yanni


Além da problemática dívida soberana, a Grécia tem Yanni:

Yanni nasceu em Kalamata, na costa do Mediterrâneo, em 1954. Filho de Sotiri e Felitsa Chryssomallis. Segundo de três filhos, Yanni tem um irmão e uma irmã mais nova. Compartilhando um amor profundo pela música, a família passou a maior parte de seu tempo tocando e cantando juntos.

Os pais de Yanni deram uma típica vida grega para o menino. Ele cresceu pescando, nadando, e indo à escola como qualquer outro garoto de sua cidade, com uma exceção: Yanni nasceu para compor música. Começou a tocar piano aos seis anos de idade, mas se recusou a ir à aulas de piano formal. Quando criança, Yanni ouvia uma música em sua cabeça e ele simplesmente queria ouví-la sair do piano também, assim ele precisou aprender a tocar para que isso acontecesse. Ele sentiu uma certa liberdade com as teclas que poderia ter sido esmagada sob o peso da aprendizagem estruturada.

A música não era o único talento de Yanni. Em 1969, com 14 anos, Yanni quebrou o recorde de natação nacional grega de 50 metros nado livre. Embora ele pudesse ter continuado com essa habilidade, ele optou por percorrer um caminho diferente, aquele que eventualmente o levou a partilhar o seu dom musical com o mundo.

Aos 18 anos, mudou-se para os Estados Unidos, onde cursou psicologia na Universidade de Minnesota por três anos e meio. No entanto, ao terminar a faculdade, decidiu abandonar a carreira de psicólogo antes mesmo de iniciá-la, resolvendo dedicar-se apenas à música. Aos 21 anos, Yanni aprendeu a tocar teclado sozinho e passou a fazer parte de uma banda de rock local intitulada Chameleon.

Alguns anos depois, decidiu mudar-se para Los Angeles com o baterista Charlie Adams, que conhecera na época do Chameleon, e começou a gravar suas próprias composições pelo selo Private Music. Em 1986 lançou seu primeiro álbum, Keys To Imagination. O álbum trouxe a Yanni um impressionante séquito de fãs.

A partir daí, não demorou muito para o tecladista estabelecer-se como um conceituado músico de estúdio, compositor de jingles e produtor. Pouco tempo depois, Yanni tornou-se um dos artistas mais vendidos do selo Private Music.

Considerado um dos nomes de maior destaque no segmento instrumental, a fama de Yanni aumentou a partir de seu relacionamento com a atriz americana Linda Evans, no início da década de 1990. Por ser muito popular nos Estados Unidos na época, Evans foi a maior responsável pelo grande interesse da mídia pelo tecladista. Eles tiveram um relacionamento de amor que durou nove anos.

Por ser autodidata, Yanni não sabe ler ou escrever músicas do modo tradicional. Ao invés disso, inventou uma maneira própria de compor ainda na infância e continua criando suas músicas usando a mesma técnica até hoje, depois de quase vinte anos de carreira e mais de vinte e dois discos. Sua sonoridade é ao mesmo tempo acessível e elaborada, sempre unindo o pop e a música clássica. As composições de Yanni também ficaram famosas nos Estados Unidos após terem sido usadas em programas de televisão e na abertura dos Jogos Olímpicos.


Yanni prosseguiu o maior desafio de sua carreira - para se tornar o primeiro artista ocidental a executar, tanto no Taj Mahal na Índia quanto na Cidade Proibida, na China. Ambos os locais apresentavam obstáculos únicos e difíceis, mas mais uma vez, a persistência e paciência de Yanni foram pagas através de concertos de grande sucesso. O álbum “Tribute” foi lançado no outono de 1997, e grande parte das músicas foram escritas com essas duas localizações em mente.

O DVD também intitulado Tribute, foi filmado durante estes dois acontecimentos. O resultado foi uma combinação excepcional de músicos extraordinários, paisagens inspiradoras, e um movimento inconteste da paz mundial e harmonia, todos reunidos pela visão de um único artista. O especial foi visto por uma audiência coletiva de cerca de 250 milhões de pessoas. Em conjunto com o seu desempenho Yanni doou a renda do show para ajudar a preservar o Taj Mahal.

Uma das melhores músicas desse álbum é Dance with a Stranger:






Fonte: aqui e aqui

03 maio 2023

Uso da tecnologia em sala de aula há cem anos

O assunto parece estar sempre em discussão: como a tecnologia ajuda ou atrapalha a educação. Há cem anos, já existiam salas de aula com máquinas de escrever e até mesmo rádio. Esse tipo de tecnologia mudou a forma da educação, afetando tanto os professores quanto os alunos.

A utilização da tecnologia na educação não é algo recente. A aprendizagem com a tecnologia permite mais oportunidades para o ensino. Eu encontrei no Daily Jstor um estudo de caso do uso da tecnologia na área de música. A empresa Victrola usou o trabalho da educadora Frances E. Clark na aula de música.


Clark era do meio-oeste rural dos Estados Unidos e começou no ensino com aulas de canto, quando ainda era adolescente. Depois de casar, ter dois filhos e ficar viúva, ensinou música em escolas públicas e em aulas particulares. Mesmo com dificuldades, Clark se mantinha atualizada sobre a educação musical e adotava novos métodos. Em 1911, a Victor Corporation contratou Clark para chefiar a divisão de educação. Clark desejava enfatizar a "boa música" e a Victor expandir o mercado de registros sonoros de óperas e músicas clássicas.

Naquele momento, os educadores não acreditavam que a música gravada pudesse ser usada na educação musical. Existia dúvida sobre a qualidade dos produtos lançados pelas gravadoras e a possível ameaça ao emprego dos músicos profissionais.

Clark virou essa lógica de cabeça para baixo, sugerindo que registros de alta qualidade ofereciam às crianças a chance de ouvir "música real", em oposição aos esforços vacilantes de seus colegas de classe. Ela introduziu a "apreciação musical" nas escolas primárias, liderando a criação de um livro para ajudar os professores a planejar lições em torno de vários registros da Victor.

Em tempos de celular e chatgpt, a história parece repetir. 

17 fevereiro 2010

À Venda

À venda, o lendário estúdio dos Beatles
O Globo - 16/2/2010
Fernando Duarte

LONDRES. Quando assumiu o controle da gravadora EMI, em 2007, o megainvestidor britânico Guy Hands prometeu uma política de austeridade, que mexeu com o ego de artistas consagrados e provocou uma debandada de talentos, como Paul McCartney. Talvez nem o ex-Beatle imaginasse que Hands chegaria ao ponto de se desfazer de uma relíquia, o Abbey Road. Só que, segundo o “Financial Times”, o lendário estúdio de gravação, no Norte de Londres, em que os Beatles revolucionaram a música pop, será posto à venda nos próximos dias. A negociação é para fazer caixa e permitir que Hands honre com os empréstimos feitos junto ao Citibank para adquirir a EMI.

O fundo de investimentos de Hands, Terra Firma, contraiu dívidas da ordem de US$5 bilhões na compra da EMI e o megainvestidor tem até julho para pagar uma das parcelas, de US$192 milhões. Num momento em que a indústria fonográfica vê as receitas com CDs despencarem e que o surgimento de novas técnicas de gravação baratearam os custos de produção — além de possibilitar uma simplificação do processo — Abbey Road transformou-se num elefante branco para a empresa.

São muitos os estúdios que têm fechado as portas em Londres nos últimos anos. Em 2009, saiu de cena o Olympic, estúdio onde foram gravados álbuns de Led Zeppelin, Rolling Stones e Jimi Hendrix. No resto do mundo também tem ocorrido o mesmo, como o Hit Factory, em Nova York, associado ao álbum de Stevie Wonder “Songs in the key of life”.

O destino do Abbey Road parece seguir a sina de outros estúdios que já fecharam a porta. Embora a Terra Firme pudesse explorar o passado glorioso da música, já que lá foram gravados álbuns memoráveis dos Beatles, como “Sargeant Pepper’s Lonely Hearts Club band”, além do clássico de Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon”, há a tentação do valor imobiliário de um casarão num bairro chique de Londres. Segundo especialistas, o estúdio poderá render US$40 milhões.

Segundo a mídia britânica, o uso do Abbey Road como uma espécie de parque temático para os milhares de fãs dos Beatles que, anualmente, perambulam pelos arredores do estúdio, já foi estudado por Hands, mas parece não ter entusiasmado. Até porque uma das grandes atrações está do lado de fora — o cruzamento de pedestres em que o quarteto de Liverpool posou para as fotos da capa de seu último álbum, também batizado de Abbey Road.

Segundo uma reportagem da revista de música “Word’’, publicada este mês, a procura pelos serviços de Abbey Road caíram a um custo de US$400 por tempo de estúdio, um preço equivalente a um oitavo do que era cobrado em meados da década passada.

— Vivemos numa época em que, infelizmente, instrumentos importados da China e computadores poderosos fazem com que praticamente qualquer pessoa possa gravar álbuns inteiros num apartamento. Com a internet rápida, uma banda sequer precisa ter os músicos num mesmo recinto — explica Tom Whitwell, autor do blog Musicthing, sobre música e tecnologia.


Observe como o custo de produção da música fez perder o valor de Abbey Road.

17 junho 2020

Rir é o melhor remédio

Eu já tinha achado bem criativo a garota colocar sua mensagem em linguagem binária. Traduzindo para ASCII um link para o youtube mais ainda. Assistindo a música de Rick Asley, que possui mais de 700 milhões de visualizações, o recado pareceu bem direto para os potenciais interessados. Mas Gabriel disse que há uma grande história sobre esta música, que gerou até um termo: rickrolling. Eis um resumo da Wikipedia:

Rickroll é um fenômeno da Internet que envolve o videoclipe da música Never Gonna Give You Up de 1987 de Rick Astley. O meme é uma pegadinha: uma pessoa fornece um link que ela diz ser relevante quanto ao tópico em questão, mas o link leva o usuário para o vídeo de Rick Astley. Quando uma pessoa entra no link que a leva a este vídeo musical, diz-se que tem sido "rickrolleado". Rickrolling estendeu-se além dos links, reproduzindo o vídeo ou música interrompendo outras situações, inclusive em locais públicos; isso culminou quando Astley e a música fizeram uma aparição surpresa na apresentação musical do carro alegórico d' A Mansão Foster para Amigos Imaginários na Macy's Thanksgiving Day Parade saindo de trás do carro alegórico cantando o single Never Gonna Give You Up em 2008, num evento televisionado com dezenas de milhões de telespectadores.

04 janeiro 2020

Como Custos ajuda a explicar o setor de Streaming

Uma entrevista de Jimmy Iovine tem alguns detalhes interessantes. Iovine é executivo que ajudou a criar a empresa Beats e a Apple Music. Quando questionado sobre o maior problema do streaming de música (como Spotify, Apple Music, Amazon Music, entre outros) e afirmou que era a margem, que não aumenta. Fazendo uma comparação ele disse que na Netflix, ao contrário, “quanto mais assinantes você tiver, menor o custo”. Obviamente ele se refere ao custo unitário. E continua afirmando que “na transmissão de música, os custos seguem você”.

Isto é interessante pois lida com os conceitos básicos de custos: custo variável e custo fixo. O que Iovine disse é que no streaming de música, os custos são essencialmente variáveis. Ou seja, o que interessa é a margem de contribuição, que deve ser necessariamente positiva. Já na televisão, como é o caso da Netflix, as produções próprias fazem com que a existência dos custos associados ao produto exclusivo de cada canal possam ser absorvidos pelo preço. Assim, o aumento no número de assinantes permite a existência de uma economia de escala, que não existe na música.

No setor de música, Iovine destaca que os serviços são iguais. Assim, as músicas existentes na Amazon ou na Spotify são semelhantes. O mesmo parece não ocorrer na televisão: se gosto dos desenhos da Disney, tenho que assinar o streaming da Disney; se quero ver La Casa del Papel, devo assinar a Netflix. Em setores customizados, a guerra de preços pode ser fatal, já que não existe diferenciação no produto.

Ver a declaração dele aqui

12 março 2011

Música e mercado de ações

Música e mercado de ações - Postado por Pedro Correia
A idéia da relação entre a cultura e os preços das ações é surpreendentemente simples: A população essencialmente passa por mudanças de humor, que determinam não apenas os tipos de música que ouvimos e os filmes que assistimos, mas também se queremos comprar ou vender ações. Estas explosões emocionais são seguidos por mudanças correspondentes em Wall Street. Segundo Matt Lampert, pesquisador do Instituto Socionomics, associado ao pesquisador Robert Prechter,que teve a idéia pela primeira vez em 1980:

"Os mesmos elementos sociais que impulsionam o mercado de ações dirigem as mudanças na pista de dança".

Robert Prechter explicou como as músicas que as pessoas ouvem se relaciona com o humor social e o mercado de ações:

"Quando a tendência é de alta, eles tendem a ouvir coisas felizes (ver gráfico). Se você olhar para a década de 1950 e 60 você tem: doo-wop music, rockabilly, dance music, surf music. Com a invasão da música britânica -o mercado é bastante otimista. Como o valor das ações caiu de 1960 para o início de 1980, você tinha música psicodélica, hard rock, heavy metal, baladas muito lentas nos meados da década de 1970 e, finalmente, punk rock no final dos anos 70. Em suma, havia mais músicas com temas negativos.



Fonte: How Punk Rock and Pop Music Relate to Social Mood and the Markets

21 janeiro 2010

Teste #217

O jogo Rock Band, da MTV Games, irá permitir que usuários carreguem e vendam versões das suas próprias músicas ('Rock Bank' vai aceitar música de usuários, Ethan Smith, The Wall Street Journa, 19/1/2010, The Wall Street Journal Americas). Para preparar uma música para o jogo, existem empresas que cuidam da formatação, com preços de 500 dólares por minuto de música. Depois disto, os usuários dos jogos podem pagar pelas músicas preços entre 0,99 a 2,99 por música. A empresa também fica com 70% do preço final. O teste de hoje é um exercício simples de ponto de equilíbrio. Suponha que uma banda compôs uma música de 3 minutos e venda a 0,99 no Rock Band. Quanto deverá vender para não ter prejuízo, admitindo que não existem outras despesas, além das apresentadas no teste, e a venda não gere receitas adicionais.

Resposta do Anterior: Cage. Fonte: Veja, Nicolas Cage deve US$ 14 milhões ao imposto de renda americano

18 julho 2013

Barulho para a criatividade

Encontrar o espaço certo para fazer um trabalho criativo pode ser difícil. Dentro do escritório há constantes interrupções, reuniões de última hora e uma quantidade muitas vezes incontrolável de ruído. Por outro lado, se isolar em um ambiente silencioso pode não ser a melhor opção também.

Existe uma quantidade certa de barulho que pode contribuir para a produtividade. Talvez seja por isso que muitos criativos se retiram para espaços públicos, como cafés, que possuem um nível de ruído que provoca a mente.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois, Urbana-Champaign (EUA) testou os efeitos de diferentes níveis de ruído nas habilidades de pensamento criativo dos participantes. Segundo o principal autor da pesquisa, Ravi Mehta, o ambiente de trabalho perfeito para projetos criativos deve conter um pouco de ruído de fundo.

Eles separaram os participantes em quatro grupos e pediram para que todos respondessem alguns testes de pensamento criativo. Na sequência, cada um dos grupos foi submetido a um diferente nível de ruído de fundo (50, 70 e 85 decibéis, e silêncio completo). Quando eles analisaram os testes de cada pessoa, descobriram que aqueles no grupo de 70 decibéis, expostos a um nível moderado de ruído ambiente, tiveram um resultado significativo em relação aos outros três grupos. O ruído de fundo impulsionou o pensamento criativo.

O ruído de fundo cria uma distração, mas o equilíbrio é a chave. Um nível moderado de ruído de fundo é suficiente para tirar as pessoas de seus padrões de pensamento e incentivá-las a deixar sua imaginação vagar, ajudando a melhorar a criatividade. Os autores do estudo explicam que “entrar em um ambiente relativamente barulhento pode desencadear o cérebro a pensar abstratamente, e assim gerar ideias criativas”.

Mas e se você não é livre para vagar por cafés em busca de foco distraído? Você pode recriar o ambiente de um café dentro do seu cubículo ou escritório virtualmente.

Coffitivity: Inspirado pela pesquisa, Justin Kaulzer criou um aplicativo online gratuito que tem um ciclo contínuo de ruído de cafés. O programa inclui ruídos de conversas, assim como os sons de cerveja e servir café. Ele ainda inclui uma função para imitar fones de ouvido em um café, permitindo que você ajuste os níveis de volume do seu computador para o barulho de música e do café parecerem separados.

Ambient Mixer: Uma máquina de ruído em esteroides, o Ambient Mixer apresenta uma série de sons tradicionais. No entanto, este app vai um pouco mais longe e permite combinar sons, ajustar os níveis de ruído, mixar ruído de fundo e compartilhar suas criações com os outros.

Música 99U Mixes: Se você está acostumado demais com suas faixas do iTunes como ruído de fundo, tente estas playlists: cada uma tem um tema diferente para facilitar a seleção com base em onde você está e o que você precisa para começar a trabalhar melhor e aguçar a criatividade.

Foco @ Will: O Foco @ Will toca música ambiente em fases sequenciadas, chamando naturalmente a sua atenção. O aplicativo inclui um cronômetro para que você controle o tempo de trabalho.

Brian Eno’s Music for Airports: Lançado em 1978, este álbum ainda é considerado uma das melhores gravações de música ambiente. Originalmente concebido durante uma longa escala em um aeroporto europeu como forma de tolerar esse nível de tédio, a gravação do Eno realmente foi tocada dentro do aeroporto LaGuardia, em Nova York (EUA), por um breve tempo. Felizmente, ele fez o salto para mp3 e agora pode ser usado em todos os lugares, até mesmo no interior de um café.

Raining.fm: O ruído ambiente mais simples e original: chuva. Raining.fm faz exatamente o que diz e ainda permite que você aumente a quantidade de trovão.

Independentemente do método que você escolher, o truque é explorar apenas um nível moderado de ruído de fundo. Deixe sua mente vagar, mas não muito longe, e aproveite o impulso criativo de foco distraído.

Quais são os seus sites favoritos e aplicativos para lhe fornecer a quantidade certa de ruído de fundo?
Comente!

Fonte: aqui

03 março 2020

Curso Prático de Contabilidade: Estoques

Muitas vezes, quando lemos uma notícia, a informação não está completa. Mas é possível usar nosso conhecimento contábil para esclarecer certos pontos dúbios. Eis um exemplo de uma notícia da Reuters, sobre uma empresa de streaming de música chinesa. O texto a seguir é uma adaptação livre desta notícia:

A Tencent é uma empresa chinesa que divulgou seu primeiro resultado depois de ter ações negociadas na bolsa. A Demonstração do Resultado da empresa de outubro a dezembro de 2018 mostra que a receita do trimestre aumentou em 50,5%, para 5,4 bilhões de yuans, a moeda chinesa. A estimativa do mercado era uma receita de 5,3 bilhões. Mas os custos relacionados com o pagamento de royalties da música aumentaram 63%, reduzindo a margem bruta para 34%, versus 38,9% um ano antes. Além disto, o número de usuários pagantes do seu serviço de música foi de 27 milhões, um aumento de 39,2% em relação ao mesmo trimestre de 2017. O lucro líquido atingiu 1,83 bilhão de yuans.

Observe que estão faltando muitas informações: o custo dos royalties, as outras despesas, informações do ano anterior, entre outras. O desafio é completar estas informações. No capítulo 5 do livro Curso Prático de Contabilidade, além de trazermos como são feitas as operações com mercadorias, apresentamos e detalhamos os principais elementos que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício.

Admita que a demonstração do resultado da empresa, de forma resumida, seja:

Receita
(-) Custos dos royalties de música
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas administrativas e operacionais
(+/-) Outras despesas e receitas
(=) Lucro Líquido


Para facilitar, se você resolver na ordem, poderá entender melhor o desempenho da empresa no trimestre. Com base nas informações obtidas, você consegue responder às seguintes questões?

a) Qual o valor do lucro bruto do quarto trimestre de 2018?
b) Qual o valor dos custos para o quarto trimestre de 2018? E para o mesmo período de 2017?
c) qual o valor do lucro bruto para o quarto trimestre de 2017?
d) De quanto foi a receita para o período de outubro a dezembro de 2017?
e) Você saberia dizer o valor da soma de “despesas administrativas e operacionais” e “outras despesas e receitas”?

02 novembro 2021

Maldição do Conhecimento



De um artigo de Tim Harford, a maldição do conhecimento ou a dificuldade que uma pessoa bem informada tem em "apreciar", completamente, a ignorância de outras pessoas. Tim descreve sua experiência em ler as instruções de um exame de Covid, que talvez estivesse clara para quem escreveu, mas era bem confusa para ele. 

Tim comenta de um experimento famoso feito por Elizabeth Newton. Ela dividiu os participantes em dois grupos e pediu que um dele fizesse o som de uma música famosa, como Raindrops Keep Falling on my Head. A outra pessoa tinha que adivinhar a música. Para quem fazia o som, parecia muito fácil a tarefa. Apostavam que o acerto seria de 50%. Mas para quem escutava, tentando adivinhar, era bem difícil. Quem estava fazendo o ruído, podiam "ouvir" a música na cabeça, enquanto faziam o barulho. Eles não pensavam na música sem "ouvir" a letra. 

Isto não é novo, obviamente. Mas em um mundo com tanta informação, a chance de ocorrer aumenta substancialmente. Pense nas vezes que você tentou seguir as instruções de um produto e não conseguiu. Eis aí um exemplo desta maldição. 

Foto: cena clássica do filme Butch Cassidy and Sundance Kid

11 agosto 2007

Isto é economia?

O NBER Working Papers Series já divulgou mais de 13 mil trabalhos na área de pesquisa econômica. Afinal NBER significa National Bureau of Economic Research. Alguns destes trabalhos foram posteriormente publicados em periódicos de respeito.

O trabalho de número 13.308 é muito interessante e leva o título de From ´White Christmas` to Sgt. Pepper: The Conceptual Revolution in Popular Music, de David Galenson. Anteriormente este autor já tinha publicado trabalhos na série do NBER sobre pinturas. Agora o assunto é música.

Galenson analisa duas fases distintas da música popular. A primeira, denominada Golden Era, com a participação marcante de compositores como Irving Berlin e Cole Porter, e canções como White Christmas do título da pesquisa. A segunda fase, que inicia-se em meados da década de 60, tem como representantes Bob Dylan e Lennon-McCartney e albuns como Sgt. Pepper, também do título. A segunda fase, segundo Galenson, transforma a música numa experiência pessoal e quase obscura. Esta revolução na música ocorre quando em outras artes passa por um processo de transformação: o cinema de Godard e a pintura de Warhol.

O autor compara um lista de sucessos da Golden Era com os sucessos da fase mais recente de descobre que na primeira fase os compositores eram "senhores de idade" quando produziram seus maiores sucessos. A nova fase representa uma redução na idade média dos artistas, dos vinte aos trinta anos.

No artigo, na página 16, Galenson faz uma comparação interessante entre as músicas dos Beatles no início de sua carreira e a transformação ocorrida no álbum Rubber Soul e Sgt Pepper: enquanto em Sgt Pepper continha somente 13% a mais de palavras do que no álbum A Hard Day´s Night, o Sgt Pepper 75% a mais de palavras diferentes. A palavra "love" ocorria 53 vezes em A Hard Day´s Night, mas somente 13 em Sgt Pepper. Ou seja, ocorreu uma evolução com a dupla Lennon-McCartney.

Depois da leitura, uma pergunta:

Qual a relação de tudo isto com a pesquisa econômica?

10 janeiro 2014

Listas: 10 maneiras comprovadas de ser mais feliz

As férias e o começo de ano não são sempre tempos fáceis. Muitos de nós sentem falta de pessoas que já se foram, outros estão lutando contra doenças mentais, que se interpõem no caminho de se sentir feliz. Que tal então explorar 10 maneiras comprovadas de se livrar do estresse e se sentir bem? Essa é uma resolução de Ano Novo que vale a pena tentar! Confira:

10. Tente se sentir feliz
Qualquer pessoa que tenha sofrido de crises de tristeza sabe que “vamos lá, supere isso” é um conselho frustrante. Nunca é bom dizer a alguém para “simplesmente esquecer”, quando essa pessoa não consegue afastar a tristeza. Não importa a razão, menosprezar as emoções de alguém não vai ajudá-lo a se sentir melhor. O que você pode aconselhar, no entanto, é que a pessoa foque em seus próprios sentimentos e tente se sentir mais feliz.

De acordo com dois pesquisadores da Faculdade Knox e da Universidade de Missouri (ambas nos EUA), apenas tentar ser feliz já pode melhorar a sua sensação de bem-estar. No primeiro dos dois estudos, os voluntários foram instruídos a ouvir música animada. Um grupo de voluntários deveria tentar se sentir feliz ao ouvir a música, e o outro grupo deveria apenas ouvi-la. O grupo que tentou ativamente se sentir mais feliz de fato se sentiu muito mais positivo do que o outro grupo. No segundo estudo, que durou mais de duas semanas, um grupo teve que ouvir e se concentrar na música feliz, enquanto um segundo grupo teve que ouvir música feliz, mas se concentrar em melhorar o seu humor. Os participantes que foram orientados a se concentrar em sua própria felicidade relataram os mais elevados sentimentos de positividade.

9. Desconecte-se
No mundo de hoje, as pessoas passam mais tempo do que nunca em seus dispositivos eletrônicos. Uma pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostrou que as pessoas que passam mais tempo neles são mais propensas a sofrer de problemas físicos e mentais, como estresse, depressão e problemas de sono. O estresse foi muitas vezes o produto de estar constantemente disponível. Pessoas relataram se sentir culpadas porque era sua responsabilidade responder aos textos e atender chamadas.

Não só adultos, mas crianças sentem os efeitos negativos do tempo de tela constante. Os pequenos estão em maior risco de ansiedade e depressão quando passam muito tempo assistindo TV, jogando no computador, ou no celular. Estes problemas de saúde mental são mais significativos quando as crianças passam quatro horas ou mais nesses tipos de dispositivos, embora os efeitos comecem a aparecer quando as crianças ficam mais de duas horas olhando para telas eletrônicas.

A solução? Se desligue. É importante encontrar uma maneira de se desconectar deliberadamente de uma vida constantemente tecnológica, nem que seja por dez minutos ao dia. Cozinhar e comer uma refeição podem ser bons momentos para isso. Tirar um tempo longe da mídia social, respondendo imediatamente a mensagens e e-mails, pode trazer grandes mudanças para a sua saúde, como melhor sono, mais produtividade e maior autoestima.

8. Saia de casa
Nós já cobrimos como muita tecnologia pode ser ruim para você, mas o que acontece quando você fica dentro de casa o dia todo? Nós já sabemos que passar muito tempo no sol é ruim para a saúde. De queimaduras a câncer de pele e problemas no sistema imunológico, bronzeamento excessivo não é uma boa ideia. Mas o oposto também é péssimo. A Organização Mundial de Saúde sugeriu que mais doenças podem ser atribuídas à não tomar suficiente sol do que o contrário. Muitos dos principais benefícios para a saúde vêm da produção de vitamina D, que nossa pele processa quando entra em contato com a radiação UVB do sol. A deficiência de vitamina D está associada a uma infinidade de problemas físicos e mentais, e estudos dizem que os suplementos de vitamina D não são suficientes para substituir a luz solar natural.

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Escócia) concordam que ficar do lado de fora pode ter mais benefícios do que riscos. Quando a pele é exposta à luz solar, óxido nítrico químico é liberado para a corrente sanguínea e combate a pressão arterial elevada, o que reduz o risco de doenças cardíacas e pode prolongar a vida. Além disso, entrar em contato com a natureza pode melhorar o humor e reduzir o estresse.

7. Medite
Esta dica exige uma certa concentração, mas os benefícios são enormes. Embora a meditação existe há eras, não está bem estabelecida nas culturas ocidentais. Os primeiros estudos científicos ocidentais sobre meditação mostraram, no entanto, que ela poderia ser um tratamento para problemas físicos como enxaqueca e até mesmo diabetes. Estes estudos começaram também a ver um outro resultado positivo da meditação: redução das emoções negativas. O controle dos sentimentos positivos e negativos já começa depois de apenas dois meses de prática. A meditação também torna as pessoas mais amáveis e melhora a resposta do sistema imunológico. Meditação pode não ser uma correção instantânea, mas é uma das maneiras mais eficazes a longo prazo de tornar uma pessoa mais feliz.

Além disso, pode realmente alterar a sua expressão genética. Pesquisadores estudaram dois grupos de pessoas para observar os efeitos da meditação em um nível molecular. Um grupo foi instruído a passar um dia calmo e relaxado, enquanto o segundo grupo, composto por meditadores qualificados, foi instruído a passar um dia envolvido em meditação consciente. Antes do início do estudo, não havia diferenças nos genes entre os grupos. Depois, os meditadores experientes apresentaram alterações em nível molecular. Uma dessas modificações foi uma redução na expressão do gene inflamatório. Ou seja, a meditação não só pode fazer você mais feliz e saudável, como pode fazer alterações em um nível genético.

6. Faça algo ou compre coisas para os outros
Se você mantiver esse ideal durante todo o ano, é provável que seja mais feliz do que aqueles que não fazem nada pelos outros. De acordo com pesquisadores da Universidade de British Columbia e da Universidade de Harvard, dinheiro pode comprar felicidade, mas só quando você está comprando coisas para outras pessoas. Os pesquisadores descobriram que as famílias que ganhavam menos de US$ 50.000 (cerca de R$ 100 mil) anualmente eram menos felizes do que as pessoas que ganhavam entre US$ 50.000 e US$ 75.000 (R$ 100 e 150 mil), mas um fator mais importante para a felicidade do que a renda era doar para os outros.

Atos diários de bondade e altruísmo podem promover felicidade e maior satisfação de vida global. Em um estudo publicado no The Journal of Social Psychology, três grupos de pessoas foram dadas tarefas diferentes. Todos os dias, durante 10 dias, um grupo foi obrigado a realizar um ato de altruísmo, outro tinha que tentar algo novo, e o terceiro grupo foi orientado a viver como fariam normalmente. Os dois primeiros grupos relataram níveis mais elevados de felicidade após esse período, sugerindo que novas atividades e atos caridosos podem melhorar significativamente a nossa satisfação na vida.

5. Sorria como se fosse de verdade
Antes que você diga que ninguém gosta de um sorriso falso, ouça esses pesquisadores: sorriso não é apenas uma resposta a sentir-se feliz, também pode nos fazer felizes. A resposta física aos sentimentos afeta nossos estados emocionais, e, para muitos de nós, é mais fácil controlar os músculos faciais do que nossas mentes. Esta teoria foi originalmente chamada de “hipótese do feedback facial”, e muitos estudos têm sido realizados para testar a realidade por trás da fachada.

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, estudaram pessoas que tiveram injeções de Botox e dificuldade em franzir a testa como resultado dos músculos faciais paralisados. Essas pessoas relataram níveis mais elevados de alegria do que pessoas que não tinham problema em franzir a testa, independentemente de seus níveis reais de autoconfiança. Os pesquisadores apontam isso como prova da conexão mente-corpo quando se trata de felicidade – se ficar carrancudo pode fazer você se sentir triste, sorrir pode fazer você se sentir mais feliz.

A razão pela qual isso funciona é porque seus músculos faciais dão feedback neurológico direto para o seu cérebro. Se você está sorrindo, a combinação de músculos que está em uso é associada à felicidade e seu cérebro recebe esses sinais. Isso vai desencadear grandes sentimentos felizes porque seu cérebro percebe que sorrir tem a ver com alegria. Se o seu sorriso é particularmente grande, você trabalha o músculo orbicular no canto de seus olhos. Quando este músculo se flexiona, seu cérebro fica ainda mais convencido de que você deve estar se sentindo bem, porque esse músculo é utilizado apenas quando você está realmente sorrindo.

Tenha em mente que suprimir as emoções negativas não melhora a felicidade a longo prazo, e ser emocionalmente sufocado pode ter efeitos negativos em outras áreas de nossas vidas. É importante expressar as emoções negativas, mas tentar abrir um sorriso pode fazer você se sentir melhor quando nem tudo vai tão bem e você precisa se animar.

4. Não vejas as horas passarem
O tempo voa quando você está se divertindo. Os cientistas têm uma palavra para esse sentimento, de quando você está tão envolvido em uma atividade que para de perceber a passagem do tempo: “fluxo”. Fluxo acontece quando estamos completamente imersos e comprometidos em uma atividade. E o melhor: essa é uma experiência ativa que você pode criar. As coisas que criam fluxo são diferentes para cada pessoa, porque todo mundo tem habilidades e preferências únicas. Um atleta de resistência pode ter fluxo durante um passeio de bicicleta, enquanto um artista pode fluir ao pintar o pôr do sol.

O que cria o fluxo não é a atividade em si, mas as circunstâncias que a rodeiam e sua percepção da atividade. A atividade, seja cortar a grama ou fazer paraquedismo, deve cumprir três requisitos: deve ser vista como uma escolha, tem que ser algo que você acha agradável, e tem que ser difícil o suficiente para exigir habilidade, mas não tão difícil que você não seja bem sucedido.

Talvez um dos aspectos mais fascinantes de fluxo é a falta de emoção. Durante o fluxo, você literalmente se perde no momento. É depois que você sente a alegria da experiência. É por isso que duas das coisas que as pessoas mais se arrependem no final da vida é não viver uma vida fiel a si mesmo e trabalhar demais. Quando você faz um trabalho que ama, é o fluxo que lhe traz felicidade e isso não parece trabalho. Mas não se preocupe se você não tiver o seu trabalho dos sonhos; é possível criar fluxo em qualquer trabalho. A chave é encontrar propósito no que você está fazendo.

3. Dê abraços
O Facebook dá às pessoas um senso de conectividade, mas não traz satisfação ou felicidade. Em um estudo, as pessoas se sentiram muito melhor quando interagiam com outras pessoas na vida real ou até mesmo por telefone, do que usando o Facebook. Essa descoberta suporta o enorme corpo de pesquisa que diz que o toque é um curandeiro mágico, e que a falta de intimidade é prejudicial.


O toque tem uma infinidade de efeitos positivos, incluindo sistemas imunológicos melhorados e redução da ansiedade. A partir do momento em que nascemos, o toque é uma das necessidades humanas básicas mais importantes e desvalorizadas. Crianças que não recebem carinho adequado são muito mais propensas a sofrer de problemas sociais, emocionais e comportamentais. A privação do toque significa que dois hormônios que desempenham um papel importante nos relacionamentos emocionais e sociais com os outros, ocitocina e vasopressina, não são liberados. Isso pode ter um efeito duradouro, para o resto da vida.

Os benefícios do contato também não vão embora quando crescemos. A ocitocina continua a ser liberada ao longo de nossas vidas, quando abraçamos amigos e familiares. Ela reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, reduzindo assim a ansiedade em geral. Ficar de mãos dadas pode trazer resultados positivos semelhantes. Até acariciar animais pode trazer grandes benefícios para você e para o bichinho, como menos dor, melhor sistema imunológico e felicidade duradoura.

2. Se exercite
O exercício tem sido ligado a uma disposição feliz e peritos médicos exaltam os benefícios de saúde de atividades regulares. Mas e a longo prazo? O exercício pode te fazer feliz além da corrida inicial?

No início de 2013, cientistas canadenses descobriram que as pessoas que eram menos fisicamente ativas eram duas vezes mais propensas a serem infelizes em comparação com aqueles que eram continuamente ativos. Da mesma forma, pesquisadores da Universidade Penn State (EUA) descobriram que as pessoas que eram mais ativas fisicamente tinham níveis mais altos de satisfação do que os sedentários. Há até mesmo um crescente corpo de evidências científicas de que o exercício pode ser mais eficaz do que antidepressivos no tratamento de pacientes deprimidos. Pode até ter o mesmo efeito da maconha, graças a substâncias químicas chamadas endocanabinóides que nossos cérebros produzem quando nos exercitamos. Estes produtos químicos reduzem a dor, o estresse e ansiedade. Da próxima vez que você precisar se sentir realmente bem, pegue seu tênis e vá correr.

1. Não trate felicidade como um objetivo
Sorrir quando você não sente bem é uma boa maneira de melhorar o seu humor, mas não torne “ser feliz” seu objetivo de vida. A felicidade não é um estado permanente. Estabelecer tal meta é insatisfatório porque a felicidade é uma emoção, não um ponto final que você pode saber que alcançou. Perceber que a felicidade é uma parte da vida e trabalhar para reduzir reações emocionais negativas, treinando o corpo e a mente, são metas mais alcançáveis.

Pesquisadores da Universidade de Denver (EUA) vêm estudando como ter uma meta de felicidade afeta nosso bem-estar emocional. Os resultados de seus estudos mostraram que as pessoas que não estavam estressadas, mas davam mais valor à felicidade eram menos felizes do que aquelas que não valorizavam tanto a felicidade. De acordo com a pesquisa, as pessoas que valorizavam mais a felicidade definiam objetivos mais elevados para alcançá-la, sendo mais fácil de se sentir decepcionado. Outra causa pode ser que se concentrar demais em sua própria felicidade pode fazer com que você se comporte de maneira egoísta e perca oportunidades de criar momentos felizes com os outros.

Os especialistas sugerem que as pessoas estabeleçam metas de curto prazo que se concentrem em atividades ao invés de emoções, como meditar, chamar sua irmã para almoçar ou fazer uma caminhada diária. Essas metas menores e mais alcançáveis naturalmente nos trarão mais alegria.

Fontes: Aqui, aqui e aqui.