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15 novembro 2010

Panamericano: processo II

O Grupo Silvio Santos anunciou ontem, em comunicado publicado em diversos jornais, que vai processar, nas esferas cível e criminal, os ex-executivos do PanAmericano e a empresa de consultoria Deloitte, contratada para auditar os balanços do banco. A decisão de acionar judicialmente os ex-gestores do banco e a consultoria foi tomada cinco dias depois de o grupo fechar um acordo com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), pelo qual recebeu um aporte de R$2,5 bilhões, dando como garantia as 44 empresas que compõem a holding.

O socorro do FGC foi negociado pelo próprio Silvio Santos depois que, em 11 de setembro, ele foi informado pelo Banco Central (BC) de que os balanços do PanAmericano apresentavam graves indícios de fraudes e manipulações patrimoniais. No comunicado, o grupo faz referência às “irregularidades apontadas pelo BC” para explicar as ações na Justiça.

Entre os oito ex-gestores do banco demitidos na última terça-feira, o ex-superintendente Rafael Palladino e o ex-diretor Financeiro e de Relações com Investidores Wilson de Aro devem ser os principais alvos dos processos. Primo de Iris Abravanel, mulher de Silvio, Palladino, um ex-professor de educação física, estava no grupo desde 1991. Ele e De Aro, que tinha quase 40 anos de casa, eram os homens de confiança do grupo à frente do PanAmericano e seriam os principais responsáveis pela crise no banco.

SBT veicula anúncios pedindo confiança

Além de trocar toda a diretoria, também na semana passada o banco mudou todos os membros do Conselho de Administração. Na presidência, Luiz Sandoval, que dirige a holding SS Participações, deu lugar a Maria Fernanda Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal, que detém 37% do capital do PanAmericano.

Por ordem de Silvio Santos, desde a última quinta-feira, em todos os intervalos de programas do SBT, é veiculado um comunicado explicando o que aconteceu com o banco. Com duração de 40 segundos e tendo a logomarca do PanAmericano ao fundo, um locutor conta que o banco tomou um empréstimo de R$2,5 bilhões junto ao FGC e deu como garantia as empresas do Grupo SS. Afirma que as empresas “valem no mercado mais do que o empréstimo”, e que todo o dinheiro emprestado foi usado para reforçar o caixa do banco. E termina dizendo:

“As pessoas e as empresas que confiam no nome Silvio Santos estão absolutamente garantidas, não tiveram e nem terão, em hipótese alguma, qualquer prejuízo. Continue confiando na credibilidade do Grupo Silvio Santos”.


Silvio Santos processa ex-executivos - 15 Nov 2010 - O Globo
Ronaldo D’Ercole

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