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19 novembro 2010

Fundos e o Panamericano

O banco PanAmericano, que teve um rombo de R$2,5 bilhões por fraude, é motivo de conversas nos bastidores do 31º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que acontece esta semana em Olinda (PE). A instituição financeira era, até três semanas atrás, a queridinha dos gestores de investimentos do país, que compravam ações do banco para montar o portfólio dos fundos de previdência. Nos corredores do evento, realizado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), o comentário, unânime, é de “dar um tempo” no banco para ver o “desenrolar da situação”.

Os papéis do PanAmericano fazem parte da carteira de inúmeros fundos de pensão patrocinados por empresas que oferecem planos de previdência aos seus funcionários. São companhias dos mais variados setores, como automobilísticas, de alimentos e de infraestrutura. Segundo um executivo que participa do evento, o PanAmericano sempre era um dos primeiros bancos a serem lembrados na hora de se escolher uma empresa do setor financeiro para compor a carteira de investimentos.

— Essa situação se inverteu. Antes, colocávamos o banco na nossa carteira, pois era uma instituição com bons indicadores e em crescimento. Mas, mesmo que o banco venha a sofrer ainda mais, não deverá causar estragos no mercado, pois a maioria das empresas compra uma quantidade pequena de ações do PanAmericano — disse o executivo, lembrando que há fundos que venderam os papéis assim que estourou o escândalo, para evitar perdas maiores.

Mesmo que a Caixa Econômica Federal tenha ações que correspondem a 49% do capital votante do PanAmericano, as dúvidas são crescentes:

— Ninguém sabe se o banco será vendido. Não se podem comprar ações ou papéis da companhia nesse ambiente. Hoje, ninguém está olhando mais o banco e, ainda assim, todos estão sendo mais criteriosos em relação a instituições financeiras do mesmo porte -— afirma outro executivo que participa do evento.

Enquanto isso, o PanAmericano tenta levar uma vida normal. No estande do evento, do qual já participa há 15 anos, distribui canetas e apresenta seu portfólio de investimento, como fundo de recebíveis, Certificados de Depósito Bancário e debêntures. Muitos clientes em potencial, como empresas e fundos de pensão, passam ao largo do estande para evitar constrangimento. Executivos do PanAmericano batem ponto na porta do estande, mas não estão concedendo entrevistas.


Fundos vão ‘dar um tempo’ no banco - 19 Nov 2010 - O Globo - Bruno Rosa

Um comentário:

  1. Deeveriam perguntar ao Governo brasiliero e a Caixa Econômica, qual é o motivo para a compra de ações de um banco de pequeno porte como o Panamericano? e também porque o Banco do Brasil comprou o Banco Votarantim?

    Parece que essas aquisições vão além de interesse econômico...Deve ser a amizade com Silvio Santos e a família dos Moraes. Não vejo motivo algum para banco público comprar banco privado de pequeno porte sem nenhuma expressão.

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