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12 novembro 2010

Auditoria do Panamericano

Valor devido este ano pelo Panamericano à auditoria é 23% maior que o de 2009; empresa tem sido criticada por não constatar fraude

A Deloitte, auditoria dos balanços do Banco Panamericano, deverá receber R$ 1,139 milhão este ano pelos serviços prestados à instituição. O valor representa um acréscimo de 23% em relação aos R$ 925 mil pagos no exercício 2009. As informações constam de um documento enviado pelo Panamericano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no início deste ano.

O chamado Formulário de Referência é uma exigência da autarquia para todas as companhias de capital aberto do País. O banco controlado pelo Grupo Silvio Santos lançou ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no fim de 2007. Ontem, os papéis recuperaram parte das perdas de quase 30% da quarta-feira. Subiram 4,61%, para R$ 4,99. No ano, acumulam desvalorização de 51,9%.

A Deloitte tem sofrido pesadas críticas por não ter detectado as fraudes contábeis que provocaram o rombo de R$ 2,5 bilhões no Panamericano. Pelo segundo dia seguido, a auditoria preferiu comentar o caso por meio de uma nota.

À disposição. “Com relação ao noticiado até o momento e dada a relevância das alegações e suas implicações, consideramos prematuro e inconsequente nos manifestar antes que se possa chegar a conclusões que sejam baseadas em fatos”, diz um trecho do texto. “Estamos à disposição e colaborando com as autoridades constituídas para a devida apuração e esclarecimento dos fatos.”

O Panamericano também conta com um comitê interno de auditoria, composto, na ocasião em que o Formulário de Referência foi enviado à CVM, por três pessoas: o advogado Carlos Corrêa Assi e os técnicos em contabilidade Jayr Viegas Gavaldão e José Roberto Skupien. O comitê foi criado em agosto de 2008 e, segundo o documento, cada integrante tem mandato de dois anos.

As despesas com esse comitê não estão explicitadas no texto. O Conselho Fiscal, ao qual se subordina o Comitê de Auditoria, tem quatro integrantes e despesa prevista para 2010 de R$ 190,8 mil, praticamente o dobro dos R$ 99 mil do exercício 2009.

Retrato verdadeiro. No primeiro item do documento que chegou à CVM, o então diretor superintendente do Panamericano, Rafael Palladino, e o diretor financeiro e de relações com investidores, Wilson Roberto de Aro, declaram que “o conjunto de informações nele contido é um retrato verdadeiro, preciso e completo da situação econômico-financeira da companhia e dos riscos inerentes às suas atividades e dos valores mobiliários por ela emitidos”.

O texto define o Panamericano como “um dos principais bancos no Brasil focados no financiamento ao consumo para pessoas físicas das classes baixa e média (normalmente referidas no Brasil como classes B, C, D e E)”. O banco diz “possuir forte capacidade de geração de ativos, com uma média de 54.353 novos contratos gerados a cada mês (ou uma média de R$ 618,2 milhões ao mês em novos financiamentos) no exercício 2009.”
O banco informa, ainda, que apresentou lucro líquido de R$ 200,9 milhões no exercício 2007, R$ 236 milhões em 2008 e R$ 174 milhões em 2009.


Deloitte receberá R$ 1 milhão do banco - Leandro Modé - 12 Nov 2010 - O Estado de São Paulo

Um comentário:

  1. Os números da matéria estão errados. A Veja e o Estado de Sao Paulo já corrigiram em seus websites.

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