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17 novembro 2006

Telemar


A decisão sobre a questão dos minoritários da Telemar ainda não saiu. A falta de quórum da assembléia do dia 13 impediu a votação sobre a reestruturação societária. Veja, a seguir, a reportagem do jornal Valor Econômico:

Decisão de Telemar deve ir para os pênaltis

Daniele Camba
Aconteceu o que o mercado previa: a decisão sobre a reestruturação societária da Telemar vai ficar para o fim do mês. Até lá, as ações da companhia devem oscilar ao sabor das expectativas da operação ser ou não concrentizada. Por falta de quórum na assembléia de ontem, o assunto não pôde ser votado. Era necessária a presença de pelo menos 50% mais um das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) e só estavam presentes 29,17% das PNs. Na melhor das hipóteses, a próxima tentativa ocorrerá daqui dez dias, ou seja, no dia 23, e mais uma vez o quórum mínimo para instalar a assembléia é de 50% mais um das preferenciais. Se novamente não se atingir esse percentual, daí haverá uma terceira tentativa. Ela poderá ocorrer no mesmo dia dessa segunda assembléia, mas com aprovação exigida de apenas 25% das PNs.

Ontem, as ações da companhia refletiram a dificuldade da aprovação do negócio logo de bate e pronto. Em um dia em que o Índice Bovespa caiu 0,28%, as preferenciais subiram 2,31%, figurando entre as maiores altas do índice. Em tese, os detentores de PN têm todo o interesse que a reestruturação não ocorra, já que pela relação de troca das ações a participação deles no capital da empresa será bastante diluída. Já as ordinárias (ONs, com direito a voto), que ganham com a operação, caíram ontem 0,76%.

A relação entre ordinária e preferencial ontem era de 2,05 - o preço de uma ON representava cerca de 2,05 ordinárias -, mais baixo que os 2,1 da sexta-feira e ainda mais distante da relação de 2,6 estabelecida na operação. A leitura do mercado foi de que a falta de quórum significa que o negócio tem poucas chances de vingar, diz um analista.

O que se espera é que os controladores da Telemar tentem levar a decisão para os pênaltis (na terceira assembléia), exatamente para precisar de uma quantidade muito menor de acionistas endossando a reestruturação. Se isso ocorrer, os palpites estão divididos sobre qual será o desfecho.

Um acionista que participou da assembléia de ontem, estima que, dos 29% que estavam presentes, cerca de 24% estariam contra o negócio, restando apenas 5% a favor. Isso significa que o grupo favorável precisaria de, no mínimo, adesão de mais 20% das PNs para passar o negócio na terceira assembléia, o que dificultaria a vida do controlador. Já na visão de outro acionista que também participou da assembléia, alguns minoritários importantes não teriam comparecido, o que reforçaria a tese de que são a favor e devem comparecer apenas na terceira chamada, facilitando a aprovação com quórum reduzido.

Qualquer cenário com base na assembléia de ontem, no entanto, é pura especulação, já que a empresa não divulgou a lista de presentes. Para um analista do setor de telefonia, essa atitude prova a falta de transparência da empresa. "As ações preferenciais vão cair mesmo que a operação não passe, pois o evento deixou claro que o controlador não está comprometido com os minoritários", completa o analista, que recomenda a venda das preferenciais da Telemar para quem já possui lucros com o papel.

Queda das vedetes

A queda nos preços das commodities no mercado internacional deflagrou mais um pregão de baixa na bolsa de valores brasileira. O movimento externo contaminou as ações de companhias como Petrobras e Vale do Rio Doce, que juntas representam cerca de 30% do Índice Bovespa. As ações ONs e PNAs da Vale caíram 2,07% e 2,45%, respectivamente. Já as ordinárias da Petrobras caíram 3,04% (a segunda maior queda do Ibovespa) e as preferenciais 2,76%. Além das commodities, o resultado da Petrobras no terceiro trimestre um pouco abaixo do esperado acentuou o movimento de vendas dos papéis da companhia.

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